Miguel esteve com Raquel na semana passada, mas nada falou, nem tampouco atendeu a demanda da Imprensa sobre o assunto. Segundo um aliado próximo, ele recebeu convite da governadora eleita para participar do seu governo, mas não deu um sim de imediato, levando a proposta para discussão e avaliação pelo seu grupo.
Fala-se que teria sido oferecido uma pasta não muito atrativa e que ele gostaria de ocupar a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, que inclui o porto de Suape, elo de ligação com o empresariado interessado em investir no Estado. Fernando Bezerra, o pai, que está encerrando seu mandato no Senado, já ocupou a pasta, hoje tocada pelo ex-prefeito Geraldo Júlio (PSB).
Baque no Congresso – A cúpula do Congresso Nacional foi pega de surpresa com o resultado do julgamento do orçamento secreto no STF que derrubou o mecanismo, e discute agora abrigar os valores reservados para as emendas secretas no Orçamento de 2023 – um total de R$ 19,4 bilhões – nas emendas de comissão, impondo o pagamento desses recursos ao governo federal. Também há uma estratégia para aumentar as emendas individuais e irrigar um volume maior de verbas para as bancadas estaduais. O caminho para usar as emendas de comissão já está pronto e é defendido pelo relator-geral do Orçamento, senador Marcelo Castro (MDB-PI).
Oposição escala líder – Novo líder da oposição na Câmara de Vereadores do Recife, o tucano Alcides Cardoso integra o grupo da vice-governadora eleita Priscila Krause e atua com o estilo semelhante, na fiscalização dos gastos públicos abusivos. Ele foi designado ontem após reunião da bancada, que escolheu também como vice-líder o vereador Fred Ferreira (PL). Cardoso substitui Renato Antunes (PL), eleito deputado estadual.
STF vira aliado – A derrubada do orçamento secreto tem impacto direto na relação entre o futuro governo de Luiz Inácio Lula da Silva e o Congresso. Mesmo com placar apertado, de 6 a 5, a Corte resolveu pôr um freio na distribuição de recursos de emendas parlamentares sem critérios, surpreendendo o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Desnorteado, o Centrão ainda ameaça dar o troco em votações no plenário da Câmara, mas é nítido, agora, que Lula tem o Supremo como aliado.
Campanha não acabou – Teve de tudo, ontem, na diplomação dos eleitos, no Centro de Convenções, em Olinda: Lula ganhou aplausos e vaias quando a senadora Teresa Leitão foi chamada. A plateia bolsonarista aplaudiu os deputados Coronel Meira e Clarissa Tércio enquanto os petistas vaiavam. A global Fátima Bernardes roubou a cena ao chegar com o marido, o deputado federal Túlio Gadelha. Ninguém percebeu a ausência do governador Paulo Câmara.
A poderosa – Janja, mulher de Lula, quer ser protagonista no novo governo, o que, aliás, já há algum tempo preocupa petistas próximos a Lula, que sob reserva se queixam não apenas da maneira como ela controla os compromissos dele, mas também do seu excesso de voluntarismo. Sobre o que fará após a posse, Janja evita falar. Não disse ainda se pretende ter um gabinete no Planalto, mas já sinalizou que terá voz ativa no debate e na execução de políticas públicas relacionadas a temas como violência contra a mulher, inclusão e combate à fome e ao racismo.
CURTAS
IRRITAÇÃO – O presidente do Tribunal Regional Eleitoral, André Guimarães, se irritou, ontem, durante a diplomação dos eleitos em Pernambuco com o clima de campanha que tomou conta do ambiente. Houve xingamentos entre lulistas e bolsonaristas, que por pouco não trocaram socos na plateia.
PALESTRA – Dando sequência ao debate pós-eleitoral, estarei, hoje, às 10 horas na Câmara de Vereadores de Garanhuns e às 19 horas na Câmara de Arcoverde. Ambas as cidades são extremamente politizadas e a temática “O Brasil que saiu das urnas” é bem instigante.
Perguntar não ofende: Será que amanhã, um dia após a diplomação, Raquel começa a anunciar o Secretariado?
Fonte: Blog do Magno Martins.
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