Aloizio Mercadante no CCBB em Brasília, sede da equipe de transição de governo
MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL - ARQUIVOO ex-ministro Aloizio Mercadante foi anunciado, nesta terça-feira (13), como futuro presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) pelo presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Mercadante é o atual coordenador dos grupos técnicos da equipe de transição do governo federal, que termina os trabalhos nesta tarde.
"Eu ouvi algumas críticas de que você, Aloizio Mercadante, será presidente do BNDES. Eu quero dizer a vocês que não é mais boato. Ele será presidente do BNDES", disse Lula.
Como chefe da equipe econômica do futuro governo, Lula escolheu Fernando Haddad, que vai chefiar o Ministério da Fazenda.
A indicação é vista com cautela por economistas, que consideram o perfil de Haddad mais político e dizem que ele não possui experiência que justifique a indicação para cuidar da pasta que vai formular e executar a política econômica nacional.
"O ideal é que ocupe aquela pasta uma pessoa com formação na área, o que requer muito conhecimento. É um ministério complexo. É importante que a pessoa tenha conhecimento para poder discutir com os demais ministros, conduzir a questão econômica, conversar com assessores e entender do que eles estão falando. Não nos parece ser o caso do Haddad, pela falta de formação na área e exercício ao longo da vida laboral dele nesta área", afirma Antônio da Luz, economista-chefe da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul).
Dessa forma, de acordo com Alexandre Espírito Santo, economista-chefe da Órama, é fundamental saber quem serão os demais membros do Ministério da Fazenda. "O ministro é apenas uma vitrine, a pessoa que vai trabalhar politicamente. A equipe é muito importante para tocar projetos. Tem pelo menos três grandes cargos: o BNDES, a Secretaria do Tesouro Nacional e a Secretaria de Política Econômica. Esses nomes serão mais determinantes, pois estarão no dia a dia formulando as políticas econômicas."
Ex-economista-chefe da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Roberto Luis Troster acrescenta que, apesar de Haddad ter mestrado em economia pela Universidade de São Paulo, ele vai ter que mostrar trabalho. "Por mais que tenha mestrado na melhor faculdade de economia do Brasil, só o currículo não resolve."
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