Com experiência na construção através de Parceria Público-Privada (PPP), Pernambuco vai fazer uso deste conhecimento para erguer a Arena Capibaribe. O governo do estado realiza, no próximo dia 22, uma licitação pública internacional, na qual o consórcio vencedor vai construir, gerir e manter o estádio. O prazo de concessão será de 33 anos, sendo três de construção.
Pernambuco foi responsável pela primeira obra viária de PPP no Brasil, com a construção de uma ponte e uma via de acesso à Reserva do Paiva, e já assinou o contrato para construção da Penitenciária de Itaquitinga no mesmo formato. “Pernambuco é um dos estados mais avançados nessa experiência, nós temos todo o arcabouço jurídico pronto e estamos confiantes que teremos sucesso na PPP da Arena Capibaribe”, declara o secretário-executivo do Comitê Gestor do Programa Estadual de Parcerias Público-Privadas (CGPE), Sílvio Bompastor.
Como nenhum dos estádios de Pernambuco se adequam aos padrões exigidos pela Fifa e, do ponto de vista da legislação, o governo estadual não pode investir recursos nos estádios, já que eles são privados, a PPP parece uma boa solução para a construção da arena. Os motivadores para adoção deste modelo foram, segundo Bompastor, a recomendação da Fifa para que haja envolvimento do setor privado, os procedimentos licitatórios mais ágeis e a preocupação com a sustentabilidade financeira do projeto após a Copa.
A arena vai contar com investimento de R$ 452 milhões e seguirá o conceito de green building, com a implantação de áreas de preservação ambiental, reúso de água, uso de energia solar, além de implantar soluções para utilizar ventilação e iluminação natural. O local para a construção do estádio pertence ao estado e foi transformado de área rural para urbana. Serão feitas poucas desapropriações na região, o que vai facilitar o andamento do projeto. Para reduzir os custos, o governo e a prefeitura de São Lourenço vão reduzir a carga tributária sobre a obra da arena.
Com um programa de incentivo para que os três maiores clubes do estado -Sport, Náutico e Santa Cruz- façam parte do projeto da arena, o Comitê de Pernambuco para a Copa 2014 defende que esta é uma oportunidade para que os clubes consigam aproveitar o potencial das suas torcidas. “O Náutico tem uma torcida que não cabe no seu campo. Os clubes não podem perder uma chance histórica”, afirma o coordenador do Comitê, Ricardo Leitão. Ele acredita que ainda existe muito conservadorismo por parte dos dirigentes. Até agora, o único clube que manifestou interesse foi o Náutico, que enviou um documento ao comitê, confirmando a possibilidade de aderir ao programa.
O vice-presidente do Sindicato da Arquitetura e Engenharia de Pernambuco (Sinaenco-PE), Ilo Leite, acredita que realizar a obra da arena através de uma PPP foi uma decisão inteligente do governo, já que o empreendimento terá uma infraestrutura de qualidade, além de gerar uma nova abertura de mercado para as empresas. Segundo Ilo, “as prioridades da PPP são projetos que possam alavancar um produto econômico-social maior do que a própria parceria”. No caso da arena, o consórcio que vencer a licitação vai construir a Cidade da Copa, que terá nove mil unidades habitacionais. “Elas irão abrigar cerca de 45 mil novos habitantes em São Lourenço, vão ter centro comercial, com oferta de novos empregos, escolas, centro de saúde e tudo o que uma cidade precisa”, lembra o prefeito de São Lourenço da Mata, Ettore Labanca.
Portal Copa 2014
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