Na entrevista que deu, ontem, em Caruaru, antes de se reunir com 120 prefeitos, a governadora eleita Raquel Lyra (PSDB) repetiu, em três oportunidades, esperar que as lideranças que apoiaram sua candidatura ao Palácio das Princesas possam contribuir com a sugestão de nomes técnicos para montagem do seu Secretariado.
A ênfase técnica quase ninguém percebeu. Isso pode levar ao caminho que a tucana seguiu em Caruaru quando montou a sua equipe, tanto para o primeiro mandato quanto para o segundo. Traduzindo: é quase certo que o primeiro escalão não nasça recheado de políticos, mas com uma cara extremamente técnica.
Sendo assim, dificilmente a governadora aceitará nomes de políticos ou se convença a convocar deputados para o Secretariado, abrindo, consequentemente, vagas para suplentes. Isso vale tanto para a Assembleia Legislativa, na construção da governabilidade, quanto para a bancada federal, de onde, dependendo dos seus gestos, o dinheiro para sua gestão virá em maior ou menor quantidade do orçamento federal.
Quanto à data do anúncio dos nomes do primeiro e segundo escalões, a governadora eleita não marcou ainda uma data porque, segundo ela, encaminhou um estudo de reforma administrativa, que pode passar pelo fim de algumas pastas, fusões e até direcionamentos de natureza mais técnica.
Prováveis auxiliares – Nesta linha de raciocínio, de um governo com cara técnica, é muito provável que os integrantes da equipe de transição, oito ao todo, tenham presença garantida no primeiro escalão. São nomes da absoluta confiança da tucana e que deram seu sangue e emprestaram talento para que o Governo de Raquel em Caruaru desse certo, conforme ela pregou ao longo da campanha e tem feito referências nas entrevistas após a eleição.
Na disputa pela Amupe – Na última reunião de 2022 do Coniape, o Consórcio Intermunicipal do Agreste, ontem, em Caruaru, o presidente da instituição, Romero Leal (PSDB), comunicou que pode disputar a presidência da Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe), num movimento que congregue todos os consórcios municipais do Estado. Filiado ao mesmo partido da governadora eleita, Leal diz que chegou a hora de tirar o PSB do comando da Amupe, hoje presidida pelo ex-prefeito de Afogados da Ingazeira, José Patriota.
Sem novidades – Presente, ontem, em Caruaru, na coletiva que Raquel Lyra concedeu à Imprensa, a vice-governadora eleita Priscila Krause (Cidadania) não trouxe nenhuma informação nova quanto aos dados de natureza financeira que já recebeu do Governo do Estado. Disse apenas que estava preocupada com despesas novas que estavam sendo geradas pelo governo no apagar das luzes e em licitações abertas da noite para o dia. Isso tem repetido há muito tempo, na condição de coordenadora da transição.
Eleição legal – Na coletiva de ontem, Raquel falou também sobre a eleição para renovação do Consórcio dos Governadores do Nordeste, marcada para hoje, uma convocação do governador Paulo Câmara, atual presidente da instituição, deixando-a sem o direito de votar, já que não tomou posse. Segundo a tucana, o ato do governador é legal e está baseado no que determina os estatutos do Consórcio que agrega todos os governadores da região.
União por Pernambuco – Mensagem de Raquel, ontem, aos prefeitos, em Caruaru: “Esse encontro é de extrema importância para iniciarmos o diálogo. O principal recado de hoje é que nós trabalharemos juntos. Nós não superamos os desafios de Pernambuco se nós do Governo do Estado e os governos municipais não tivermos a capacidade de dar as mãos e olhar para aquilo que nos une, que é o povo do nosso Estado”.
CURTAS
PLANEJAMENTO – Durante o encontro com os prefeitos, Raquel Lyra destacou a preocupação com o planejamento orçamentário do governo estadual. A governadora explicou que, até o momento, a contratação de obras e ações é maior do que aquilo que existe de disponibilidade orçamentária e financeira para 2023.
DIAGNÓSTICO – Uma das propostas do encontro, levada pela tucana, foi discutir um diagnóstico de Pernambuco, que também está sendo levantado pela sua equipe de transição. Estiveram presentes os gestores municipais e representantes de partidos políticos, além de apoiadores.
Perguntar não ofende: Pelo papel que vem exercendo, será Priscila Krause a interlocutora política de Raquel?
Fonte: Blog do Magno Martins.
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