Embora tenha atraído, no segundo turno, apoios de deputados eleitos pelos mais diversos partidos, inclusive PSB, no poder há 16 anos, a tucana precisa da paciência de Jó para montar uma base sólida no parlamento em busca de garantir a governabilidade. Mais do que isso, escolher alguém talhado e experiente para a Casa Civil, pasta responsável pela articulação política do Governo.
Não é fácil. Depois de algumas experiências, Paulo Câmara penou até chegar ao nome de José Neto, hoje unanimidade entre os deputados na Alepe de auxiliar com perfil que deu certo no Governo que está chegando ao fim. Há quem aposte no nome da deputada estadual eleita Débora Almeida, filiada ao mesmo partido da governadora eleita.
Ex-prefeita de São Bento do Una, a neo tucana circula bem no meio político, já integrou a diretoria da Amupe (Associação Municipalista de Pernambuco), entidade que agrega os prefeitos do Estado, e tem uma enorme capacidade de diálogo.
A sinalização – É bom observar os personagens da transição ou fora do grupo que vão acompanhar e assessorar a governadora eleita, hoje, na reunião com os deputados estaduais. O que der mais pitaco no encontro, ao lado dela, pode ser o novo chefe da Casa Civil e, portanto, o personagem que fará a ponte entre o Palácio do Campo das Princesas e a Assembleia Legislativa. Isso, excluindo Priscila Krause, claro, a política mais próxima hoje a Raquel.
Rejeição a Daniel – De dez deputados estaduais ouvidos pela coluna, sete têm receio de a governadora eleita entregar a Casa Civil a alguém que não tenha bom trânsito na Assembleia Legislativa. O nome do deputado federal não reeleito Daniel Coelho (Cidadania), por exemplo, não é bem assimilado pela futura base, porque tem perfil espalha brasa, ou seja, desagrega mais do que agrega.
Janja vai mandar na Cultura – A presença de Janja na transição de Lula vai além de participar de reuniões e planejar a posse do presidente eleito. A socióloga está participando também da escolha de nomes para determinados grupos temáticos e ministérios. Os principais grupos de trabalho e ministério em cuja formação a opinião de Janja tem sido levada em conta são os da Cultura. Segundo integrantes da transição de governo, Janja terá forte ascendência na escolha do próximo titular da pasta.
Protesto inadequado – Em Pernambuco, os bolsonaristas continuam a criar problemas na vida de quem circula pela BR-232, com atos antidemocráticos em frente ao Comando Militar do Nordeste. Os manifestantes se concentraram, ontem, no quilômetro 7 da rodovia BR-232, atrapalhando o trânsito, que fluiu com muitas dificuldades. Embora não haja interdição, o trânsito fica mais lento por causa do protesto. Os manifestantes ficaram no acostamento da rodovia e no canteiro central.
Caruaru estará presente? – Para a reunião de hoje, Raquel Lyra convidou não apenas os novos deputados estaduais, mas também os atuais. Entre os que têm assento hoje na Casa e não foram reeleitos por Caruaru, município que a governadora eleita geriu por um mandato e meio, estão Tony Gel, Zé Queiroz e Erik Lessa. Gel apoiou a tucana no segundo turno e certamente é presença confirmada, mas Queiroz e Lessa darão as caras por lá?
CURTAS
PALCO DO ENCONTRO – O local do almoço da governadora eleita Raquel Lyra com os deputados estaduais, da atual e futura legislatura, é o Hotel Beach Class Convention, no bairro de Boa Viagem. Começa ao meio-dia e, ao final, por volta das 15h30, a tucana dará entrevista aos jornalistas escalados para a cobertura.
AUXÍLIO – Lula e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, concordaram, ontem, em estipular um período de quatro anos para retirar as despesas do Auxílio Brasil do teto de gastos. Pacheco teria sinalizado a Lula que esse limite temporal seria mais “factível” para o Congresso aprovar a matéria do que não ter prazo algum.
Perguntar não ofende: Quem vai bancar as despesas com passagens aéreas e hotel de tanta gente nos Estados incluída na transição federal?
Fonte:Blog do Magno Martins.
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