segunda-feira, 14 de novembro de 2022

Desgoverno e fracasso de Câmara Parte 1

 

No próximo dia 31 de dezembro fecha-se a contagem dos intermináveis 2.920 (dois mil, novecentos e vinte) dias que Pernambuco sofreu as dores e os horrores do desgoverno de Paulo Câmara. Nunca na história o Estado esteve submetido a tamanhos desmandos e sofrimentos.

Basta dar uma passada na frente do Campo das Princesas para se deparar com a barbárie do mais chocante retrato do abandono do povo pernambucano: a Praça de República e a Rua do Imperador apinhadas de famílias miseráveis, famintas e sem teto. Sem dúvida, a mais tenebrosa fotografia do Pernambuco profundo e real deixado pelo PSB com as digitais de PC.

Como pode alguém com o poder e a chibata nas mãos ficar comendo lagostas, tomando uísques escoceses e vinhos dos mais caros, tudo pago com dinheiro público, enquanto em frente ao Palácio inúmeras famílias padecem e não têm o que comer nem onde morar? Que desprezo, que desumanidade, quanta maldade, quanta crueldade, que só um ser degenerado pode ostentar!

Mas não era só comendo lagostas e bebendo líquidos caros importados não. Ainda mais graves foram a primeira batida da História que a Polícia Federal deu no Campo das Princesas por conta da corrupção relacionada aos pobres das enchentes, na famosa operação Torrentes, conforme noticiou em manchete o sistema Globo: “PF deflagra operação para investigar desvios de recursos destinados a vítimas de enchentes em Pernambuco”. 

Só nessa operação emblemática, foram desviados recursos públicos acima de R$ 450 milhões (valores da época), com fraudes em licitações, convênios e corrupção. Quem sabe, outras investigações e, sobretudo punições, possam ocorrer para o que se fala em relação à compras de merenda escolar, remédios, obras públicas e um infindável rol de atividades destrutivas, incluindo contratos bilionários, como o feito com a Oi, mesmo contra parecer da eminente ministra que foi Corregedora Nacional do Conselho Nacional de Justiça do Brasil e depois entrou no próprio PSB, a baiana Eliana Calmon.

Com Paulo Câmara, Pernambuco ficou como no “Sanatório Geral” de Chico Buarque: “Num tempo, página infeliz da nossa história, passagem desbotada na memória, das nossas novas gerações, dormia, a nossa terra mãe tão distraída, sem perceber que era subtraída, em tenebrosas transações”.

O malsinado Câmara Lenta, como assim ficou marcado para o resto da vida, colocou o então Estado Leão do Norte na nefasta disputa pela trágica liderança para ser o mais desigual e injusto do Brasil. Com ele, Pernambuco alcançou a pior posição quanto às diferenças de renda entre as famílias, segundo dados oficiais do IBGE, página 29, primeira coluna referente ao rendimento domiciliar per capita.

Ao mesmo tempo, o Boletim Desigualdade das Metrópoles aponta que a Região Metropolitana do Recife está entre as três piores posições quanto a renda entre as regiões metropolitanas de todo o País, apenas R$ 831,66 reais por mês, e, pior, quatro de cada 10 moradores da RMR tinham, no ano passado, renda média mensal de apenas R$ 275,00.

Esse, infelizmente, é o legado dos oito anos de Paulo Câmara manipulando o poder em Pernambuco. O que resta é esperar que o novo Governo, saído eleito democraticamente das urnas, em nome da mudança, junto com as demais instituições federais e estaduais, assumam o compromisso de investigar cada um dos crimes de corrupção praticados contra o povo. E que a Justiça possa merecer esse nome, punindo exemplarmente o responsável principal por toda essa tragédia.

Amanhã, a segunda parte. 

Só trouxe miséria – Pernambuco, no penúltimo ano de Câmara Lenta, encerrou 2021 com quase metade da população na linha ascendente da pobreza – 44%, em números exatos. Isso representa 4,2 milhões de pernambucanos passando fome. De acordo com o estudo do Instituto de Mobilidade Social e Desenvolvimento Social (IMDS), essa foi a primeira vez que o indicador ficou acima de 40% na série. O maior percentual até então foi de 38,2%, em 2012. 

Campeão em rejeição – Segundo levantamento do instituto de pesquisas Paraná, deste ano, o governador com maior desaprovação no País é o pernambucano Paulo Câmara (PSB). Sua gestão é desaprovada por 69,50%, de acordo com a pesquisa divulgada no início de julho. A aprovação é de 25,40%. O segundo governador no ranking de rejeição é Carlos Moisés (Republicanos-SC). Ele tem 44,50% de desaprovação e 50,40% de aprovação. O terceiro é Ibaneis Rocha (MDB-DF), desaprovado por 42,30% e aprovado por 51,80%.

Epidemia de violência – Em Pernambuco, na era Câmara Lenta, cidades como São Lourenço da Mata (10º), Abreu e Lima (14º), Paulista (16º), Olinda (24º), Jaboatão dos Guararapes (39º), Igarassu (62º) e Camaragibe (73º), na Região Metropolitana; Santa Cruz do Capibaribe (18º), Vitória de Santo Antão (20º), na Zona da Mata, Caruaru (63º) e Garanhuns (57º), no Agreste, e Petrolina (87º), no Sertão, foram campeãs em violência no Estado. Nelas, houve uma média de 37,8 homicídios para cada 100 mil habitantes, índice três vezes maior do que o considerado “epidêmico” pela Organização Mundial de Saúde (OMS). De acordo com a OMS, um município vive uma epidemia de homicídios quando ultrapassa uma taxa de 10 assassinatos para cada 100 mil habitantes.

Inflamação na garganta – O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deu entrada, sábado passado, no hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. O político fez exames de rotina e descobriu uma inflamação na garganta. O quadro não tem relação com o tumor diagnosticado em 2011. De acordo com o comunicado, Lula tem “alterações inflamatórias decorrentes do esforço vocal e pequena área de leucoplasia na laringe”. O presidente foi atendido por equipes coordenadas pelos doutores Roberto Kalil Filho — que acompanha Lula há anos —, Artur Katz e Rubens Brito. 

O primeiro encontro – Depois de discutir com a bancada federal, em Brasília, as prioridades orçamentárias para o Estado em 2023, a governadora eleita Raquel Lyra (PSDB) tem encontro agendado na próxima quarta-feira, no Recife, com os deputados estaduais eleitos. Está marcado para um hotel na zona sul da cidade. Ela precisa garantir base de sustentação na Alepe. Nas eleições proporcionais deste ano, seu partido elegeu apenas três parlamentares – Izaías Régis, Débora Almeida e Álvaro Porto. 

CURTAS 

SEM VACINAS – Ao menos 75 cidades de Pernambuco não têm vacinas infantis contra a Covid-19, aponta um levantamento da Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe). O número, porém, deve ser maior. Isso porque apenas 104 dos 184 municípios responderam ao levantamento da Amupe. 

CHUVAS – No Sertão, as chuvas continuam a alegrar o coração da sua gente, antecipando as trovoadas de dezembro. Ontem, em Arcoverde, por exemplo, choveu fortemente, chegando a inundar algumas áreas da cidade, como o centro. 

Perguntar não ofende: Quem Raquel vai escolher para fazer a ponte política do seu Governo com a Alepe?

Fonte:Blog do Magno Martins.

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