quinta-feira, 1 de dezembro de 2022

O quinhão federal de Pernambuco

Derrotados nas eleições deste ano em Pernambuco, PSB, PT, PDT, PCdoB, PSD e Solidariedade (SD) aguardam espaços na composição do Governo Lula com muita ansiedade e expectativa. Do Estado, já há um nome confirmado, o ex-ministro José Múcio Monteiro, do Tribunal de Contas da União, mas foge do universo político local. Entra para o Ministério da Defesa por escolha pessoal do presidente eleito.

Do PSB, roem as unhas, perdendo o sonho pela madrugada, o governador Paulo Câmara, o deputado federal Danilo Cabral, que disputou e perdeu as eleições para o Governo do Estado, e os deputados federais Gonzaga Patriota, Tadeu Alencar e Milton Coelho, que não foram reeleitos. No PT, a maior expectativa é em relação ao senador Humberto Costa, que já foi ministro da Saúde e está no grupo da transição que discute o setor.

Já o Solidariedade, a única que pode ser lembrada é a deputada federal Marília Arraes, que disputou o Governo do Estado e perdeu no segundo turno para a tucana Raquel Lyra. Fala-se que pode ser ministra por indicação do presidente nacional da sua legenda, Paulinho da Força, ou ocupar um cargo federal em Pernambuco, entre os quais Sudene ou Codevasf.

Quanto ao PSB, o que se diz é que Lula daria dois ministérios, um deles seria Ciência e Tecnologia, que já tem um candidato muito mais forte do que Paulo Câmara – o ex-governador de São Paulo, Márcio França. A outra pasta, não se sabe qual, seria entregue ao senador eleito pelo Maranhão, o ex-governador Flávio Dino. Sendo assim, restaria a Câmara um cargo de segundo escalão ou uma diretoria no BNDES.

Já Danilo, Tadeu, Patriota e Milton podem ocupar cargos secundários no segundo escalão. O nome de Patriota, por exemplo, está sendo lembrado para a Superintendência da Codevasf em Petrolina, uma das principais bases políticas dele, enquanto Danilo poderia ir para Hemobrás, Milton para a Funase e Tadeu para uma estatal. Fala-se na Chesf, que está sendo privatizada.

Pelo PDT, não seria surpresa a escolha do deputado Wolney Queiroz para o Ministério do Trabalho. Carlos Lupi, presidente nacional da legenda, também é lembrado, mas uma fonte do PT nacional afirma que Lula não quer na sua equipe ninguém que já tenha ocupado no Governo passado um gabinete na Esplanada dos Ministérios. No PCdoB, o nome mais cotado é o da atual vice-governadora Luciana Santos, que pode ser nomeada para o Ministério da Cultura.

Por fim, no PSD, em nível nacional liderado pelo ex-prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, o deputado federal André de Paula, que perdeu a disputa pelo Senado, passou a ter mais chances de virar ministro depois que Kassab optou por ficar em São Paulo, com a missão delegada pelo governador eleito Tarcísio de Freitas para coordenar a área política como secretário de Governo.

Lula bancou Múcio – Ao escolher José Múcio para a Defesa, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva ignorou pressão de dirigente e parlamentares petistas e de aliados contra o ex-ministro do TCU, que é visto como o “candidato do Forte Apache”, uma referência ao quartel-general do Exército. Nos bastidores, dirigentes do PT pediram a Lula que insistisse com o ex-ministro da Defesa Nelson Jobim para que ele voltasse à pasta. O petista mostrou contrariedade com a cobrança.

A festa da posse – A futura primeira-dama, Rosângela Silva, conhecida como Janja, anunciou, ontem, a participação de 18 cantores na festa de posse do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 1º de janeiro de 2023. Entre os artistas confirmados estão Pablo Vittar, Martinho da Vila, Teresa Cristina, Fernanda Takai e Odair José. O evento, chamado de “Festival do Futuro”, começará a partir das 18h30, depois das solenidades de posse no Congresso e no Palácio do Planalto.

Sem comissão – Ao escolher José Múcio, Lula também decidiu não mais criar a comissão para fazer a transição na área. Caberá ao futuro ministro discutir os programas para o setor com sua equipe. A comissão devia ter dois acadêmicos, ex-comandantes das Forças, empresários do setor de Defesa e políticos. Ex-comandantes consultados pelo PT para compor a comissão não aceitaram fazer parte do grupo.

Fazenda ou Planejamento? – A escolha de Lula por Haddad para almoço com banqueiros e para integrar a equipe de economia da transição faz agentes do mercado financeiro darem como certo o anúncio do nome do ex-prefeito de São Paulo para a Fazenda. No entanto, aliados próximos ao presidente eleito indicam que há chance de Haddad assumir, na verdade, a pasta do Planejamento. A transição apresentou, ontem, o relatório que confirma a intenção de dividir, novamente, o Ministério da Economia unificado durante o governo Jair Bolsonaro (PL). Serão recriados os ministérios da Fazenda, do Planejamento e da Indústria e Comércio.

Pavão misterioso – Ao encerrar a sua missão no comando nacional do PSDB, agora presidido pelo governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, o ex-deputado pernambucano Bruno Araújo passou a ter seu nome especulado para o Secretariado de Raquel Lyra. A pasta seria Governo, mas quem o conhece sabe que não tem a menor paciência para o rame-rame da política do dia a dia nem tampouco é afeito ao mundo da burocracia. Bruno, na verdade, é um pavão misterioso e não conhece sequer os deputados estaduais. O mundo que respira é o das finanças. Virou cidadão da Avenida Paulista.

CURTAS

MORAES PRESIDENTE – Hoje, a não ser que os ventos soprem ao contrário, a presidência da Assembleia Legislativa caminha na direção do decano da Casa, o ex-tucano e agora progressista Antônio Moraes. Integra a segunda maior bancada da Alepe e é queridinho até pelos servidores.

EM CIDADES – A cúpula do PT tem comentado como Márcio França se porta no governo de transição como se já fosse o escolhido para chefiar o Ministério das Cidades. França falou, ontem, sobre o organograma do futuro ministério e sugeriu qual deveria ser o orçamento destinado para a pasta.

Perguntar não ofende: Raquel está achando que tem muito tempo para montar uma equipe?

Fonte:Blog do Magno Martins.

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