A Comissão Executiva Nacional do Partido Socialista Brasileiro (PSB) decidiu nesta quarta-feira (18) entregar os cargos que o partido ocupa no Governo Federal – o Ministério da Integração Nacional e a Secretaria Especial de Portos, que tem status de ministério, mais a Companhia Hidro-Elétrica do São Francisco (CHESF), a Companhia Docas do Ceará e a Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste (SUDECO). Além disso, o partido tinha diretorias na Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (CODEVASF) e no Departamento Nacional de Obras Contras as Secas (DNOCS).
O anúncio foi feito pelo presidente Nacional do PSB, governador de Pernambuco, Eduardo Campos, logo após o final da reunião, que teve duração de quatro horas e foi realizada na sede do partido em Brasília. Campos saiu direto para o Palácio do Planalto, a fim de comunicar pessoalmente a decisão do partido à Presidente Dilma Rousseff. Ele entregou a ela uma carta elaborada pela Executiva, na qual o partido explicita os motivos da decisão. Confira aqui a íntegra da carta: http://www.psb40.org.br/not_det.asp?det=4476
“Avaliamos, após ouvir todos os membros da Comissão, como é da cultura do PSB, que essa é a melhor solução neste momento para que nosso partido possa continuar servindo melhor ao país”, afirmou Eduardo Campos, revelando que a decisão foi praticamente unânime, com apenas uma abstenção. De acordo com o socialista, a atitude de entregar os cargos ao governo contribui para elevar o debate político nacional e, ao mesmo tempo, permite ao PSB realizar os debates que considera necessários ao desenvolvimento brasileiro. “Para nós, o futuro do Brasil não passa por cargos, mas pela discussão sobre os melhores caminhos para o país e o nosso povo, visando preservar os avanços que obtivemos nos últimos 30 anos”, enfatizou. “O que buscamos é espaço para fazer esse bom debate sem constrangimentos”. Eduardo Campos disse ainda que a decisão sobre os cargos é relativa apenas à esfera federal e as questões regionais serão discutidas e deliberadas pelos diretórios estaduais do PSB, de acordo com o que cada um considerar melhor. Aliados O presidente Nacional do partido destacou, entretanto, que a entrega dos cargos não significa um rompimento com o Governo do PT, do qual integra a base aliada desde a primeira gestão do ex-Presidente Lula. “O PSB ajudou muito o governo do PT, desde o início, fomos os mais fiéis aliados, em respeito à longa história de lutas que compartilhamos. E vamos seguir ajudando todas as vezes em que houver algum tema relevante para o Brasil e a Presidente Dilma considerar que precisa de nosso apoio”, assegurou. Campos revelou que o PSB já teve uma oportunidade de entregar os cargos federais que ocupa, porém, a mesma Executiva Nacional avaliou, em reunião no Recife (PE), que o momento não era o ideal. “Foi logo após as manifestações de junho, quando o Governo enfrentava uma séria crise política de proporções nacionais e nós, como aliados, avaliamos que não era o momento certo. Hoje, o momento é outro e podemos entregar os cargos de maneira digna e respeitosa”, revelou. Questionado sobre a relação da decisão com as eleições de 2014, Eduardo Campos foi categórico: “Repito, mais uma vez, que o PSB só discutirá 2014 em 2014. Não há decisão nenhuma sobre candidatura própria à Presidência da República – o que reafirmamos aqui é o direito legítimo e a liberdade do nosso partido de ter ou não um candidato”. O ministro Fernando Bezerra, da Integração Nacional, participou de toda a reunião e não só apoiou como defendeu a entrega dos cargos, que avaliou como necessária no momento atual. “Mas saímos agradecidos e orgulhosos de ter participado de tão importantes projetos em favor da população brasileira. Fiquei honrado tanto com a confiança da Presidente Dilma quanto com o apoio que sempre recebi do meu partido neste cargo”, declarou. Eduardo Campos encerrou a reunião da Executiva Nacional fazendo um agradecimento oficial e um reconhecimento ao trabalho prestado pelos socialistas que estão deixando os cargos agora, com a entrega ao Governo Federal – além do ministro Fernando Bezerra, da Integração, também o ministro Leônidas Cristino, de Portos, e os presidentes da CHESF, João Bosco de Almeida, da Docas do Ceará, André de Castro Holanda, e da Sudeco, Marcelo Almeida Dourado. “São todos quadros socialistas de alto padrão profissional e ético, que serviram ao Governo com lealdade e orgulham o nosso partido”, afirmou Campos. Também participaram da reunião da Executiva Nacional do PSB os governadores Ricardo Coutinho, da Paraíba, Cid Gomes, do Ceará, e Wilson Martins, do Piauí. | |
Márcia Quadros - Assessoria de Imprensa do PSB Nacional
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