Os leitos para gestantes e recém-nascidos de seis municípios da Região Metropolitana do Recife (RMR) deverão ser ampliados. A ação é resultado de um pacto firmado na manhã desta terça-feira (19) entre a Secretaria Estadual de Saúde e as prefeituras de Olinda, Recife, Jaboatão, Camaragibe, Paulista e
São Lourenço da Mata. A promessa da SES é de que, até a próxima semana, dois hospitais ligados à secretaria, Jaboatão-Prazeres e João Murilo (Vitória de Santo Antão), abrirão cada um, 20 leitos. Secretários de saúde de São Lourenço da Mata, Camaragibe, Recife e Jaboatão dos Guararapes apresentaram propostas que incrementam a rede pública de saúde com 103 vagas.
Segundo a SES, a primeira inauguração está marcada para o dia 25 de abril, quando o Hospital Jaboatão-Prazeres abrirá uma nova maternidade. A unidade de saúde tem 700 metros quadrados de área e capacidade para realizar de 300 partos. O local foi reformado e conta com 16 leitos de enfermaria, 4 de pré-parto, bloco cirúrgico e berçário com equipamentos de última geração e com capacidade acolher 5 recém-nascidos. Essa será a primeira maternidade pública localizada em Jaboatão dos Guararapes – desde o fechamento da Maternidade municipal de Jaboatão Rita Barradas (com capacidade para 20 leitos), demolida em 2006, não há um serviço obstétrico 100% SUS na cidade.
Em Vitória de Santo Antão, o Hospital Regional João Murilo priorizará a realização de partos em 21 leitos. Essa estrutura vinha possibilitando 28 procedimentos por mês, mas, com a contratação de obstetras, chegará a 280 no mesmo período.
De acordo com o secretário Antonio Carlos Figueira, há 26 anos não há a abertura de uma nova maternidade de alto risco em Pernambuco. Os últimos foram o Imip, em 1985, e, anteriormente, o Hospital das Clínicas, em 1982. Além desses, são de alto risco o Cisam, o Barão de Lucena, o Agamenon Magalhães e o Jesus Nazareno, em Caruaru, e o Dom Malan, em Petrolina. “Nesse período, tivemos o fechamento de serviços municipais e os hospitais filantrópicos e conveniados se desinteressaram de oferecer leitos ao SUS, já que os custos reais de um parto superam em três vezes o que é pago pela tabela do SUS”, diz Figueira.
No encontro, a
secretária de saúde São Lourenço da Mata, Tereza Bezerra, comprometeu-se a reabrir a maternidade Petronila Campos, fechada há 7 meses para reforma. A expectativa é de que os 40 leitos da unidade sejam reativados em junho deste ano. Ricarda Samara, secretária de saúde de Camaragibe, informou que, também em junho, vai ampliar em 10 leitos a oferta da maternidade municipal da cidade. No mesmo mês, o secretário de saúde do Recife, Gustavo Couto, apresenta um projeto de reforma da Maternidade Bandeira Filho, que poderá ganhar mais 20 leitos. Também na fase de elaboração de um projeto-executivo, está a construção de uma maternidade municipal em Jaboatão dos Guararapes – que, segundo a secretária Gessyanne Vale Paulino, terá 33 leitos.
A prefeitura de Olinda não apresentou previsão de quando terminará a reforma já iniciada da Maternidade Brites Albuquerque. Além disso, a gestão municipal se prontificou a reformar a maternidade do Hospital Tricentenário. A cidade possui 50 leitos. Já Paulista não apresentou projeto durante o encontro. O município possui 20 leitos.
Saúde em Pernambuco – Atualmente, o estado possui 210 maternidades, sendo 150 municipais, 44 privadas conveniadas ao SUS, 15 ligadas ao Estados e 1 federal (Clínicas). Dessas, 70 foram equipadas pelo Programa Mãe Coruja, desde 2007, com berços aquecidos, mesas cirúrgicas, respiradores, entre outros, totalizando um investimento de mais de R$ 8,9 milhões da SES. Já em 2010, 16 hospitais, incluindo os regionais e de referência, como o Jesus Nazareno (Caruaru), o HBL e o HAM, receberam 16 aparelhos de ultrassonografia, sendo necessários mais de R$ 1 milhão.
Segundo a SES, nos últimos quatro anos, ainda foram abertos 109 novos leitos obstétricos de alto risco (entre UCI e UTI) em unidades do Estado (HAM, HBL, Jesus Nazareno e Dom Malan) e na rede conveniada (Hospital Memorial Guararapes). No quadro de profissionais, desde 2009, foram convocados 61 obstetras e 52 neonatologistas, ampliando o quadro em 113 médicos.