Depois de se negar a tomar partido nas eleições para o Executivo Nacional, alegando posição de “independência” ao não declarar apoio nem a Lula nem a Bolsonaro, no ano passado, a atual governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), deixou, em definitivo, o título de “Diana do Pastoril” em 2022.
Depois que o petista “abriu” os cofres da União para a tucana, Raquel é só elogios ao mandatário do País, de quem aceitou convite para integrar, a partir do próximo dia 30, a comitiva presidencial que participa da COP 28, em Dubai, nos Emirados Árabes. Se fica ao lado do novo “amigo de infância” até o fim da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, no dia 12 de dezembro, ainda é uma incógnita.
Contudo, é pouco provável que a governadora, conhecida pela dificuldade de deixar a máquina rodar sem sua interferência, deixe para a sua vice, Priscila Krause (Cidadania), a tarefa de convencer os deputados da Alepe a aprovarem o pacote com 33 projetos de lei enviados esta semana.
Devido ao seu desgaste com o parlamento pernambucano, provocado pelos seus vetos às mudanças propostas pela Comissão de Finanças da Alepe ao LDO do próximo ano, na iminência de ser derrubado na Casa, Raquel terá que fazer um esforço colossal para ver os projetos de leis aprovados até o fim deste ano legislativo.
Conjunto de medidas – “Estamos enviando para apreciação das deputadas e dos deputados um conjunto de medidas fundamentais para garantir o fortalecimento das políticas públicas e avançar nas mudanças que Pernambuco precisa”, disse a governadora ao enviar o pacote com 33 medidas que, segundo ela, atendem às demandas do seu programa de governo e medidas administrativas para eficientização da gestão estadual.
Em defesa – Em entrevista à Rádio Folha, ontem, o deputado Antônio Moraes, do PP, que integra a base do Governo na Alepe, afirmou que o pacote proposto pela governadora deve passar sem dificuldades no plenário da Casa. “Essa história de dificultar as coisas para o governo dizendo que é para mostrar a independência da Assembleia termina prejudicando o Estado. Não há necessidade de transformar cada projeto que o governo manda em uma guerra. Isso vem acontecendo na Assembleia e só quem perde é o povo”, concluiu.
Pegou fogo – A presidente da Comissão de Finanças da Alepe, deputada Débora Almeida (PSDB), fiel escoteira da governadora Raquel, assim como o líder do Governo na Casa, Izaías Régis, abandonaram, ontem, a sessão de apresentação e votação dos relatórios parciais do PLOA de 2024. Tudo porque Débora quis ganhar tempo para o Governo e adiar a discussão para a próxima semana, o que não foi permitido pelo presidente da Alepe, Álvaro Porto.
Aprovado – Apesar do chilique da presidente da Comissão, que provocou indignação dos demais membros do colegiado, a exemplo do deputado Alberto Feitosa (PL) e Lula Cabral (Solidariedade), que afirmaram que Débora “quis rasgar o regimento interno com sua postura”, durante a sessão, terminou sendo aprovada a emenda do deputado Alberto Feitosa que prevê um incremento de R$1 bilhão no orçamento do próximo ano. A quantia havia sido “subtraída” pelo Executivo Estadual ao enviar a LDO em outubro.
Falta de respeito – Em pronunciamento feito após a votação, o presidente da Alepe, deputado Álvaro Porto, usou a tribuna para validar que a votação ocorreu em respeito ao regimento interno, ao contrário do que fez a deputada Débora Almeida ao se retirar, agindo com “falta de respeito com os demais membros da Comissão”. “Não sou omisso, porque aqui não sou eu que feri o regimento interno. Não fui eu que omiti R$1,1 bilhão do orçamento do Estado e não fui eu que mandou projetos no fim do expediente, às 18h, e no último dia para envio de projetos, na última segunda-feira”, disse, em resposta direta à governadora Raquel Lyra.
CURTAS
JUREMA – O Tribunal de Contas de Pernambuco (TCE) julgou irregulares as contas de gestão de Agnaldo Inácio (PL), ex-prefeito de Jurema, no Agreste do Estado, referentes a 2020. A recomendação da Corte é que os vereadores do município votem também pela rejeição da prestação de contas no plenário da Câmara Municipal de Jurema, hoje.
SAÚDE NA UTI – Em uma das maiores emergências públicas do Estado, o hospital Dom Helder, foi flagrada, ontem, pelo Conselho Regional de Enfermagem (Coren-PE), a superlotação em todas as alas de emergência da unidade de saúde. Além disso, foi constatado falta de refrigeração, macas no chão e a falta do básico para o tratamento dos pacientes que se empilham no local.
Perguntar não ofende – Até quando a governadora vai fingir se importar com a saúde dos pernambucanos?
Fonte: Blog do Magno Martins.
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