No possível desvendamento do caso Marielle Franco, do Psol do Rio de Janeiro, assassinada em maio de 2018, junto com o motorista Anderson Gomes, o Governo Lula e o PT, principalmente, querem e torcem para que o crime caia no colo do ex-presidente Bolsonaro.
A presidente nacional do PT, a deputada federal Gleisi Hoffmann, já associou a saída de Jair Bolsonaro da Presidência ao avanço das investigações sobre o assassinato. Na última segunda-feira, a Polícia Federal prendeu o ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, o Suel, suspeito de ocultar provas do crime.
“Muito bom o avanço da Polícia Federal nas investigações sobre o assassinato de Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes. Só foi Bolsonaro sair da Presidência para o inquérito andar. Agora é chegar no mandante”, escreveu Gleisi, sugerindo que o mandante é o ex-presidente ou gente muito próxima a ele.
O assassinato de Marielle e Gomes ocorreu em maio de 2018, quando o carro em que ambos estavam foi alvejado por tiros na região central do Rio, após deixarem um evento do PSOL. Uma assessora sobreviveu ao atentado. Dois ex-policiais estão presos – Ronnie Lessa, PM reformado apontado como executor, e Élcio Queiroz, que seria o motorista do carro que perseguiu o veículo de Marielle e Anderson Gomes.
Na campanha presidencial de 2022, o presidente Lula insinuou que Bolsonaro tem proximidade com milicianos e afirmou que “gente dele não tem pudor em ter matado a Marielle”. De acordo com o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, Maxwell teria participado de ações de vigilância e acompanhamento de Marielle, dando “apoio logístico de integração” com os demais investigados.
Antes e depois – O chefe da corporação diz que o ex-bombeiro teve “papel importante” no caso, tanto “antes como depois”. Agentes ainda vasculham sete endereços no Rio de Janeiro e na região metropolitana da capital fluminense. Maxwell já havia sido preso por suposto envolvimento com a morte de Marielle e Anderson. Em 2020, foi detido sob acusação de tentar obstruir as apurações. No ano seguinte, foi condenado em razão das mesmas imputações. O ex-bombeiro teria ajudado a ocultar as armas de um dos acusados dos assassinatos da vereadora e do motorista.
Reação de Bolsonaro – Quando associado ao crime, ainda como presidente da República, Bolsonaro fez uma live em suas redes sociais. Direto da Arábia Saudita, negou envolvimento no assassinato da vereadora, chamou o governador do Rio de Janeiro de “inimigo” e ameaçou a não renovação da concessão da Globo em 2022, emissora que havia feito uma reportagem insinuando que o chefe da Nação estava envolvido.
Já em Brasília – O ex-bombeiro Maxwell Simões Correa, conhecido como Suel, foi transferido para a Penitenciária Federal de Brasília. Autoridades do Distrito Federal foram avisadas de que ele viria, ontem, para a capital federal. Suel desembarcou no hangar da Polícia Rodoviária Federal (PRF), no Aeroporto de Brasília, por volta de 17h20, com 40 policiais federais penais fazendo a escolta até a penitenciária.
Cena do crime – O ex-PM Élcio de Queiroz contou na Justiça detalhes sobre o momento da execução da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, na noite de 14 de maio de 2018. O depoimento do delator foi registrado em vídeo. “Naquele momento, eu só escutei a rajada e senti que caíram cápsulas em mim. Ao terminar a rajada, ele (Ronnie Lessa) disse: ‘Pode ir embora’”, relatou o ex-policial em um dos documentos que compõem sua delação premiada.
Governador constrangido – Interlocutores do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, afirmam que perceberam constrangimento por parte dele com os avanços da Polícia Federal no caso Marielle, segundo o site Metrópoles. Castro, de acordo com esses aliados, considerou que ficou clara a falta de ação da Polícia Civil estadual nas investigações, uma vez que, em menos de seis meses, a PF conseguiu um avanço concreto no caso.
CURTAS
DISPUTA EM JABOATÃO – O PP deu sinais evidentes de que reserva a deputada Clarissa Tércio para a disputa em Jaboatão e não no Recife ao levá-la para um encontro, na última segunda-feira, num hotel da cidade, quando debateu os problemas mais urgentes do município.
CONSÓRCIO NORDESTE – O vice-presidente Geraldo Alckmin prestigia, hoje, em Brasília, a reunião do Consórcio dos governadores do Nordeste, para tratar de políticas que impulsionem o desenvolvimento regional. Contará com a presença do presidente do Banco do Nordeste, Paulo Câmara, e do superintendente da Sudene, Danilo Cabral.
Perguntar não ofende: Eduardo Campos foi assassinado, como sugere o seu irmão Antônio Campos?
Fonte: Blog do Magno Martins.
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