A medida provisória (MP) que reestruturou a estrutura ministerial do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), aprovada em 1º de junho no Senado, foi a votação mais difícil para o governo. Os riscos de ver a MP ser rejeitada ou de caducar foram admitidas até mesmo por líderes governistas.
Apesar dos percalços, a MP da Esplanada foi aprovada com votos das siglas do Centrão e até mesmo do PL. O placar registrado não correspondia à tensão no Plenário da Câmara momentos antes da votação, que ocorreu em 31 de maio. Geralmente, esse tipo de MP tem uma tramitação simples, uma vez que costuma haver consenso entre os parlamentares sobre o presidente eleito escolher sua estrutura de governo.
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À época, parlamentares do Centrão faziam críticas contundentes à articulação do governo. As reclamações eram diversas: demora para liberar emendas prometidas a deputados, chá de cadeira que ministros davam em deputados e até mesmo falta de diálogo.
Eventos em que ministros e o próprio presidente iam realizar a inauguração de alguma obra são exemplos dessa falta de interlocução que existia nos primeiros quatro meses de governo. Parlamentares que deram votos ao governo não eram avisados e ficavam de fora do palanque ao lado de um ministro ou de um presidente. Por outro lado, governadores — muitas vezes opositores de Lula — estavam no palco ao lado do chefe do Planalto.
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