Por iniciativa do ministro dos Transportes, Renan Filho, o trecho da BR-232, ligando Recife a Caruaru, sob a responsabilidade do Estado desde a sua duplicação no Governo Jarbas, será devolvido à União, mesmo sem chegar ao fim uma ação do Governo de Pernambuco contra as empreiteiras responsáveis pela obra, em tramitação na Justiça Federal, no Recife.
No entendimento do secretário estadual de Transportes, Evandro Avelar, o processo judicial não cria nenhum tipo de embaraço para o resgate da BR ao controle da União. “O Governo de Pernambuco fez um convênio com o Governo Federal a ser vencido em 2027, mas o ministro Renan aceitou, aliás ele mesmo propôs, receber de volta o trecho de imediato”, disse Avelar.
Para o secretário, o acordo não é bom apenas para o Estado, mas também para a União. “O Governo Federal vai ter de volta uma BR já com trecho triplicado, investimento zero. E para corrigir as falhas no restante da estrada até Caruaru investirá R$ 300 milhões. Com esse volume de recursos, a 232 ficará totalmente nova, livre dos problemas atuais”, explicou.
Quanto ao Estado, segundo Avelar, ficará desimpedido de gastar dinheiro com a manutenção da 232, obrigação exclusiva da União. “Todo o dinheiro federal que entrar no Estado, a partir da devolução da BR, será investido nas PEs, as estradas estaduais e isso levará Pernambuco a contar com uma malha viária de qualidade”, diz o secretário.
Por esse entendimento, caberá ao Governo de Pernambuco, via Procuradoria Geral do Estado (PGE), dar continuidade à disputa judicial travada contra as construtoras responsáveis pela execução dos dois trechos da duplicação, ainda em 2006, realizada com recursos da venda da Celpe – R$ 400 milhões na época.
Mais duas devoluções – O Estado não devolverá a União apenas a 232. Segundo o secretário Evandro Avelar, entram também no pacote mais duas rodovias – a duplicação da 104, de Caruaru até Santa Cruz do Capibaribe, que não recebeu recursos estaduais. A outra é a BR-235, que liga Petrolina até a divisa com o Ceará, com investimento zerado tanto pelo Estado quanto pela União.
Vai sair duplicação até Garanhuns – Pelas contas do secretário de Transportes, a União vai investir em Pernambuco mais de R$ 1 bilhão em estradas, entre as quais a duplicação da BR que liga São Caetano a Garanhuns. “O Governo já tem esse dinheiro em caixa e já existe a programação financeira, com início de imediato”, disse Evandro Avelar.
E tome vaia! – O ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, foi vaiado, ontem, durante discurso na Marcha para Jesus de São Paulo. Ele foi ao evento representando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que recusou convite da organização para participar. “Quero dizer a vocês, a pedido do presidente, que em Brasília existem homens e mulheres do Reino, que vivem para o Reino”, disse, mas quando se referiu ao nome do chefe da Nação levou uma tremenda vaia.
MP atua no São João – O Ministério Público de Pernambuco publicou uma recomendação à empresa responsável pelo camarote do São João de Petrolina, no Sertão, em relação à meia-entrada. O MPPE informou que recebeu relatos de compradores sobre ingressos meia-entrada sendo devolvidos, mesmo com a comprovação do direito. A recomendação indica que a organização deve informar aos consumidores que têm direito à meia-entrada que poderão ter seus ingressos restituídos, mantendo o desconto de 50%.
Passou no teste – O prefeito do Recife, João Campos (PSB), fez um brinde com a sua equipe, ontem, para comemorar seu terceiro lugar no ranking dos gestores de capitais com melhor avaliação, de responsabilidade do Paraná Pesquisas. O socialista só perde, na verdade, para Bruno Reis (UB), de Salvador, e David Almeida (Avante), de Manaus. O primeiro tem dois pontos à frente e o segundo um ponto, o que caracterizaria uma espécie de empate técnico na briga pelo primeiro lugar.
CURTAS
GOL CONTRA – A base do presidente Lula atuou mais contra o governo do que a oposição na tramitação de medidas provisórias. O PT e mais quatro partidos aliados do Palácio do Planalto propuseram proporcionalmente número maior de alterações em textos enviados pelo petista ao Congresso do que o PL de Jair Bolsonaro.
FALTA ARTICULAÇÃO – Rede, União Brasil, PSOL, PT e PDT têm 16 ministérios e, mesmo assim, articularam mudanças em textos de autoria de Lula. Líderes minimizam o movimento dos aliados, enquanto cientistas políticos afirmam que a investida da base evidencia a falta de articulação política do governo.
Perguntar não ofende: E Marília Arraes não terá nada no Governo Federal?
Fonte: Blog do Magno Martins.
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