Foto: Roberto Soares/Divulgação |
Em seu terceiro mandato consecutivo como deputado estadual por Pernambuco, Joel da Harpa (PL) adotou um tom mais brando do que o que marcou sua entrada na vida pública ao defender, em entrevista exclusiva ao Diario de Pernambuco, que essa deveria ser a postura a ser adotada pela absoluta maioria dos parlamentares na Assembleia Legislativa (Alepe).
Evangélico, conservador e aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), eleito tendo como principal bandeira pautas ligadas à segurança pública, Joel disse enxergar como um “capítulo fechado” os episódios de polarização extrema na política que nortearam as últimas disputas eleitorais.
Atuação
“A minha principal pauta é a segurança pública, mas tenho uma outra grande preocupação com o conservadorismo e a defesa da família e dos princípios. Nesse terceiro mandato, tenho buscado abrir um leque, então criei duas frentes parlamentares: a da saúde mental, tendo em vista a ineficiência da rede pública no setor; e a da mobilidade urbana, voltada à defesa de pautas relacionadas às estradas estaduais. São duas importantes frentes porque, no setor da saúde, ainda falta estrutura, principalmente de atendimento à população mais carente. E a última grande obra de mobilidade realizada no estado foi a Via Mangue, ou seja, há um grande hiato no setor. Estamos retomando a discussão em torno do Arco Metropolitano e, a princípio, queremos aproveitar o empréstimo [de R,4 bilhões] aprovado [pela Alepe] para a governadora Raquel Lyra (PSDB) para conseguir algum recurso para reestruturação e ampliação das rodovias e dos sistemas de mobilidade da Região Metropolitana como um todo.”
Segurança
“Raquel deve lançar nos próximos dias o projeto ‘Juntos Pela Segurança’, que deve substituir o ‘Pacto Pela Vida’. Solicitamos que o nosso partido tenha uma posição na estruturação desse novo projeto. O Pacto Pela Vida pecou, principalmente, em não ouvir os profissionais da área, então estamos aguardando essa nova fase para discutir mudanças, como por exemplo a reforma nas faixas salariais.”
Raquel Lyra
“O PL se colocou na Assembleia Legislativa como independente, mas queremos cooperar com a gestão. Entendemos que Pernambuco saiu de um governo do PSB, que passou 16 anos no comando do estado, então por mais que a cobrança tenha que ser feita, reconhecemos que não será fácil administrar o estado nas condições em que ele foi deixado. Ainda acho cedo para fazer essa avaliação. Ainda necessita tempo para sabermos se haverá mudanças concretas, fora que o secretariado e o segundo escalão ainda não se estabilizaram. Acho que Raquel está no caminho certo, mas ainda faltam alguns ajustes.”
Bancada
“O partido vai, sim, apoiar aquilo que for favorável, sem deixar de cobrar as nossas pautas. Pessoalmente, a apoiei no segundo turno, e espero que ela [Raquel Lyra] acate as nossas sugestões, como o aumento da tarifa social da água e a redução no IPVA.”
Apaziguamento
“Sou um deputado conservador, mas acho que o país, de um modo geral, está começando a perceber que o caminho da radicalização, seja qual for o lado, não é bom para ninguém. Acho que a Alepe está numa posição mais ao centro, assim como a própria atual gestão estadual. Ainda há discordância em alguns tópicos ideológicos, mas ainda assim estamos buscando o caminho das audiências públicas e do debate. São caminhos mais flexíveis que evitam a polarização.”
Fonte: Diário de PE.
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