Em entrevista, hoje (23) pela manhã, no programa Folha Política, da Rádio Folha FM 96,7, comandado por Neneo Carvalho, a deputada estadual eleita Rosa Amorim (PT) falou sobre os desafios que enfrentará no seu primeiro mandato na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe).
Com 25 anos, Rosa, parlamentar mais jovem eleita para a Alepe no pleito deste ano, é filha de assentados da reforma agrária e cresceu nas fileiras do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), em Caruaru, no Agreste do estado.
Na entrevista, concedida à subeditora de política da Folha de Pernambuco, Carol Brito, e ao repórter Carlos André Carvalho, a deputada também falou, entre outras coisas, sobre as pautas que vai defender e os desafios que enfrentará durante o mandato, as ações do MST e de como será sua relação com a govenadora eleita Raquel Lyra (PSDB).
Campo e cidade
Acho importante dizer que eu represento uma grande parcela do povo do campo, a agricultura familiar camponesa, mas também nós construímos essa candidatura muito vinculada também à cidade, às questões urbanas. Então, eu posso dizer que há uma síntese na nossa candidatura e desafios que estão aí entre o campo e a cidade. E algo que unifica esses dois lugares, que para nós levamos e vamos levar como pauta principal é o combate à fome nesse país.
Menos mulheres na Alepe
É uma consequência do momento político que a gente vive, porque a gente tem uma extrema direita, grupos conservadores que propagam mensagens de ódio, mensagens que ferem a capacidade das mulheres de estarem na política, discursos que reforçam que lugar de mulher é na cozinha, ao lado do homem, que as mulheres não devem estar e exercer seu papel na política. Isso faz com que as pessoas olhem para essas candidaturas de forma duvidosa porque acabam colocando para a sociedade que as mulheres não são capazes de estarem nesses espaços. Por outro lado, a gente vê o crescimento de candidaturas de mulheres, e mais do que candidaturas de mulheres, mais mulheres negras também se colocando nesse espaço.
Representação feminina
Existe na sociedade uma polarização das ideias. Então, nós tivemos sim perda política nesse lugar no legislativo, mas acho importante colocar que nós elegemos, pela primeira vez na história de Pernambuco, uma senadora mulher, professora, sindicalista, que passou por cinco mandatos na Assembleia Legislativa de Pernambuco. Pela primeira vez na história, Pernambuco elegeu uma governadora e que tem como vice uma mulher. Portanto, no peso da balança Pernambuco avançou no que diz respeito à participação das mulheres na política. Mas, obviamente, teremos muitos desafios, porque não basta ser mulher, é importante defender pautas que visam cada vez mais a luta contra o feminicídio, a luta contra o aumento da violência às mulheres. Vamos fazer o possível para que essas mulheres da Alepe também defendam as nossas pautas.
Fonte: Blog da Folha de PE.
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