Pesquisa Datafolha divulgada na última quinta-feira (28/7) mostra que a confiança da população brasileira nas urnas eletrônicas aumentou mesmo com os ataques recentes do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao sistema eleitoral.
O levantamento foi realizado entre quarta (27/7) e quinta-feira (28/7) e registra que 47% da população diz confiar muito nas urnas. Outros 32% dizem confiar um pouco nos dispositivos totalizando, segundo o instituto Datafolha, um índice de confiança de 79% para o sistema. Outros 20% dos participantes disseram não confiar nas urnas eletrônicas, enquanto 1% não soube opinar.
Em 18 de julho, Bolsonaro reuniu-se com embaixadores para atacar o sistema eleitoral, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e defender o voto impresso. O episódio gerou uma série de críticas por parte de parlamentares, presidenciáveis, instituições e foi um dos fatores que levou à "Carta às Brasileiras e aos Brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito", que já ultrapassou 500 mil assinaturas.
Segundo o Datafolha, o índice de confiança nas urnas subiu após o episódio. Na pesquisa anterior, divulgada em maio, 73% dos participantes disseram confiar no sistema eleitoral, sendo que 42% disseram confiar muito e 31% um pouco. O maior índice foi registrado em fevereiro, com 82% de confiança, contra 17% que disseram não confiar nas urnas.
Confiança nas urnas por grupo
Os apoiadores de Jair Bolsonaro são os que menos acreditam nas urnas, segundo o levantamento. Confiam muito no sistema 25% dos apoiadores, 44% declararam confiar um pouco e 31% dizem não confiar. Já entre os eleitores que apoiam o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), 60% disseram confiar muito nas urnas, 26% confiam um pouco e 14% declararam não confiar.
Entre os evangélicos, uma das principais bases de apoio a Bolsonaro, 35% afirmam confiar nas urnas, 38% declaram confiar um pouco e 26% disseram não confiar.
O levantamento mostra que a média da alta confiança nas urnas é de 47%, que sobe a 51% entre os eleitores com mais de 60 anos, a 54% entre os que têm ensino superior, 58% entre quem tem renda familiar maior do que dez salários mínimos, 50% entre os pretos, 52% entre os desempregados e 59% entre os servidores públicos. A taxa é menor do que a média entre jovens de 16 a 24 anos, com 42%, 39% entre moradores da região norte, 34% para empresários e 41% para donas de casa.
Já a média da desconfiança completa nas urnas é de 20%, caindo para 16% entre jovens de 16 e 24 anos, 15% para servidores públicos e 13% para homossexuais e bissexuais. Para os aposentados, o índice é de 22%, e de 30% para empresários.
Fonte: Correio Braziliense.
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