Bem-sucedido empresarialmente, na política o deputado Luciano Bivar, presidente nacional do União Brasil, passa por um dos momentos mais cruciais da sua carreira. Controla o maior partido brasileiro, com o maior fundo eleitoral, lançou uma candidatura ao Planalto que não decolou, mas não sabe ainda o que fará daqui para frente.
Não sabe, por exemplo, se disputará a reeleição, mesmo com um aceno de Lula, pré-candidato do PT à Presidência da República, para presidir a Câmara dos Deputados em 2023, caso desista de concorrer também ao Palácio do Planalto e leve o União Brasil para reforçar a coligação de esquerda formada em torno do petista.
Numa longa conversa que teve ontem, com o senador Fernando Bezerra e Miguel Coelho, pré-candidato do UB a governador, Bivar entrou confuso e saiu mais confuso ainda. Mas pelo sentimento que há entre seus principais interlocutores, deve anunciar hoje, ou no mais tardar amanhã, que não será candidato a presidente.
Bivar fechou, também no mesmo encontro, a indicação do advogado Carlos Andrade, que na eleição de 2020 disputou a Prefeitura do Recife, para senador na chapa de Miguel. O grande complicar pela frente, caso resolva ser candidato a federal, será o apoio formal do União Brasil a Lula, porque não apenas em Pernambuco, mas em mais 10 Estados, a legenda tem candidatos fortes a governador.
O UB, segundo levantamento do próprio partido, lidera a corrida para governador em 11 Estados, estando em Pernambuco com chances de chegar ao segundo turno, o que gera um complicador para Bivar impor uma candidatura presidencial como a de Lula. Até amanhã, entretanto, este cenário estará claro por causa das convenções, inclusive a de Miguel, marcada para este domingo, no Recife.
Aliança branca – Na verdade, o União Brasil não pode mais apoiar, formalmente, Lula, porque o PT já realizou a sua convenção homologando a chapa liderada por ele tendo como candidato a vice o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. “Se optar pela candidatura de Lula, Bivar será obrigado a fazer uma aliança branca, o que impede o PT de usar o tempo do UB no rádio e na TV, além do fundo eleitoral. Sem candidato ao Planalto, o fundo do UB será remanejado para os candidatos a governador, senador e deputado federal.
Faxina geral – Aos poucos, o prefeito de Caruaru, Rodrigo Pinheiro (PSDB), vai se livrando da velha equipe herdada pela tucana Raquel Lyra, a quem sucedeu em razão dela ter renunciado para disputar o Governo do Estado. Deu, ontem, mais uma canetada vermelha, dispensando Thallyta Figuerôa e Ytalo Farias, respectivamente secretários de Desenvolvimento Rural e de Serviços Públicos. Mainha não sonhava nunca com realidade tão cruel.
Haja debandada! – Inimigo cruel de Marília Arraes, até no campo pessoal, o senador Humberto Costa terá que escalar um assecla no PT apenas com a missão de ir relacionando as adesões que a pré-candidata do Solidariedade está arrastando na legenda petista, para mandar expulsar. Todos os dias, uma penca deserda do PT, para não apoiar o pré-candidato do PSB, Danilo Cabral. A mais recente é Manuella Mattos, que disputou a Prefeitura de Itambé, na Zona da Mata.
Mais um prefeito – Por falar em apoios, a pré-candidata do Solidariedade recebeu, ontem, a adesão de mais um prefeito: Xisto Freitas (PSD), de Aliança, na Zona da Mata Norte, que arrastou também o vice-prefeito Doutor Tiago. “Marília representa a verdadeira mudança que Pernambuco precisa. Estamos juntos com Marília”, disse Xisto, após posar para fotos ao lado da nova aliada.
Marqueteiro paga o pato – O mau desempenho de Luciano Bivar nas pesquisas ao Planalto caiu na conta do marqueteiro Augusto Fonseca, apontado como principal estrategista da campanha do presidenciável do União Brasil. A avaliação de dirigentes do partido é que, em pouco mais de dois meses à frente do marketing de Bivar, Fonseca não conseguiu torná-lo mais conhecido nacionalmente. Não que seja tarefa fácil. Bivar não é lá um exemplo de carisma. E, pelo menos até agora, mantém-se em cima do muro em uma série de assuntos. Até mesmo sobre a manutenção da candidatura à presidência, revelou o colunista Guilherme Amado, do site Metrópoles.
CURTAS
JOGOU A TOALHA –O deputado federal André Janones (Avante) admitiu retirar a candidatura a presidente da República para apoiar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no primeiro turno na corrida pelo Palácio do Planalto. Ontem, o petista chamou o candidato para conversar e debater a democracia. Lula disse que ligaria para Janones.
DEBATE – Os canais de notícias CNN Brasil e SBT, o jornal O Estado de S. Paulo, a revista Veja, o portal de notícias Terra e a rádio Nova Brasil FM irão transmitir um debate presidencial em conjunto no dia 24 de setembro. O debate se dará nos estúdios do SBT. O formato que reúne diversas emissoras é conhecido no jargão jornalístico como “pool” e já foi usado no Brasil durante a campanha presidencial de 1989.
Perguntar não ofende: O PSB também vai expulsar o deputado Gonzaga Patriota?
Fonte:Blog do Magno Martins.
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