Uma postagem do site do UOL apontou, na última segunda-feira, que a Prefeitura do Recife só acionou o plano para evitar a tragédia que se abate na cidade, com reflexos profundos na Região Metropolitana, dois dias após o alerta de alto risco emitido pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais, do Ministério de Ciência e Tecnologia.
O prefeito infante-viajante João Campos ficou aguardando o alerta da Apac – a Agência Pernambucana de Águas e Clima. Deu no que deu! O jornal O Globo de ontem trouxe a informação de que as cheias que se abatem sobre o Recife superam as de 1975, que entraram para a história como a maior, virando até folclore com a boataria de que a barragem de Tapacurá teria estourado.
Os erros que podem responsabilizar o Governo do PSB – leia-se no Estado e a Prefeitura do Recife – não param por aí. O blog teve acesso, ontem, a contratos do Governo de Pernambuco com a União para construção de barragens de contenção de cheias, para evitar uma nova tragédia, desta feita Mata Sul, como se deu em 2010, que o governador não levou adiante.
Segundo o Ministério do Desenvolvimento Regional, o presidente Bolsonaro liberou os recursos para tirar do papel as barragens Panelas 2 e Gatos, ambas no Agreste, e de contenção de enchentes, mas o Governo de Pernambuco não executou as obras porque não conseguiu cumprir as exigências feitas pelo Tribunal de Contas da União. Os recursos para as duas barragens foram parar na conta do tesouro estadual no primeiro mês do Governo Bolsonaro, em 2019.
Aliás, das seis barragens de contenção, anunciadas ainda pelo ex-governador Eduardo Campos, apenas uma saiu do papel, o que mostra o descaso e a incompetência deste governo, que agora, em ano eleitoral, inventou um tal de programa Retomada, de novas e velhas obras, apenas para enganar o povo.
Números do horror – O Corpo de Bombeiros encontrou, ontem, mais seis corpos soterrados após deslizamentos de barreiras no Grande Recife. Três pessoas foram achadas na Vila dos Milagres, na Zona Oeste, e outras três, em Jardim Monte Verde, entre o Recife e Jaboatão, ponto em que morreram mais de 20 pessoas após o temporal. Com isso, subiu para 106 o total de mortes causadas pelas chuvas. O número de pessoas desaparecidas caiu para dez, segundo os bombeiros. Em Jardim Monte Verde, as buscas foram encerradas depois que todas as vítimas desaparecidas na localidade foram achadas.
Acredite se quiser – Este blog trouxe, ontem, a segunda reportagem especial sobre as obras inacabadas no Estado, desta feita apontando a sede do Instituto de Medicina Legal, em Salgueiro. Ali, onde estive ontem, só quem acredita que a obra será retomada é o prefeito Marcone Libório, aliado do PSB. O governador esteve com ele e anunciou um plano para conclusão do projeto, mas não disse quando começaria nem quanto seria investido. Dá para acreditar?
Maior do século – A tragédia provocada pelas fortes chuvas e pelos deslizamentos de barreiras que deixaram, ao menos, 93 mortos no Grande Recife e mais de 6 mil desabrigados se tornou o maior desastre já registrado em Pernambuco no século 21, segundo especialistas. "Pode até superar as mortes de 1975", destaca o geógrafo e professor do departamento de Ciências Geográficas e do programa de Pós-Graduação da UFPE, Osvaldo Girão, referindo-se à cheia histórica por que passou a capital pernambucana.
O exemplo alagoano – Enquanto o governador Paulo Câmara faz beicinho para o Governo Federal, em Alagoas, que se encontra também atingido pelas chuvas, saiu na frente e anunciou uma ajuda de R$ 2 mil para cada família desabrigada no Estado. Quando a chuva estiar, o Governo de Alagoas inicia reconstrução de pontes, recuperação de rodovias e estradas vicinais. Alagoas enfrenta a tragédia com ação rápida e sensibilidade social", garantiu o governador Paulo Dantas, aliado do senador Renan Calheiros.
Cabrobó avança – Grata surpresa nas eleições passadas, o prefeito de Cabrobó, Galego de Nanai, do Avante de Sebastião Oliveira, saiu da área policial para a gestão pública municipal e tem dado certo. Apesar das dificuldades, vai botando a casa em ordem. Ontem ele anunciou uma boa nova: a restauração total da principal via de acesso ao centro da cidade, deixada uma pocilga pela gestão passada, uma verdadeira tábua de pirulito.
CURTAS
MORTANDADE – No Brasil, até maio, fechado ontem, 457 pessoas morreram em tragédias desencadeadas pelos temporais. O dado foi divulgado, ontem, pela Confederação Nacional de Municípios (CNM). A entidade afirma que o índice representa mais de 25% das mortes do tipo registradas desde 2013. Apenas os cinco primeiros meses de 2022 já superaram o balanço dos anos anteriores em óbitos.
BATEU 2019 – Antes de 2022, o ano mais letal por chuvas no País era 2019, com 297 mortes registradas. Em seguida estava 2021, quando houve 290 óbitos, e 2020, com 216. Os dados foram coletados no Sistema Integrado de Informações Sobre Desastres do Ministério do Desenvolvimento Regional.
Perguntar não ofende: Na polêmica de quem liga para quem, quem está errado: Bolsonaro ou Paulo Câmara?
Fonte:Blog do Magno Martins.
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