Pai de quatro filhos e avô de oito netos, o ex-deputado federal Silvio Costa deu um susto nos seus familiares e amigos. Sofreu um princípio de infarto na madrugada do domingo e não fosse a competência e a presteza da equipe que o atendeu teria feito a última viagem. Falando no Frente a Frente de ontem sobre o quadro clínico do seu pai, o deputado Silvio Costa Filho (Republicanos) revelou que o pai não perdeu a vida por um milagre.
“Os médicos contaram que meu pai escapou por um triz”, disse Silvinho, como é mais conhecido, para acrescentar: “Foi Deus que salvou”. Conheço Silvio pai desde os anos 80. Foi meu professor de Química no colégio Alpha, que funcionava na Conde da Boa Vista, hoje Shopping Boa Vista. É um ansioso contumaz, inquieto por natureza, explosivo incontrolável.
Além disso, fuma feito uma caipora. Na semana passada, almocei com ele no Leite. Em duas horas de um papo maravilhoso – é muito inteligente, preparado e sagaz – Silvio abandonou a mesa para fumar por mais de dez vezes, fora do restaurante, logicamente. Por mais que reclamasse, não dava o braço a torcer.
Silvio colocou dois stents, já tinha um e está com peso muito acima. Com a pandemia, segundo ele próprio confessou, deixou de andar na Jaqueira, de fazer atividades físicas. O resultado não poderia ser diferente: mais gordo, mais ansioso, mais irrequieto. Conversar com Silvio requer paciência, atenção e raciocínio rápido. É uma metralhadora em ideias, projetos e estratégias políticas.
Que o susto possa fazê-lo a rever conceitos e seu modo de vida. Além de jovem e talentoso, Silvio tem elevado espírito público, discernimento e sabedoria. Como parlamentar, conseguiu virar um quadro nacional, chegando a líder do Governo de Dilma, a quem, vale a ressalva, foi fiel e leal até o fim quando a ex-presidente sofreu um impeachment. Nos dias de hoje, algo muito raro. Brasília virou, há muito, um deserto de homens públicos que exercitam lealdade.
A resposta de Moro – Pré-candidato à Presidência da República pelo Podemos, Sergio Moro disse, ontem, que nunca se envolveu com corrupção e que trabalhou “honestamente no setor privado para sustentar sua família”. “Trabalhei 23 anos na carreira pública. Lutei contra a corrupção neste País como ninguém jamais havia feito. Deixei o serviço público e trabalhei honestamente no setor privado para sustentar minha família. Nunca paguei ou recebi propina, fiz rachadinha ou comprei mansões”, escreveu no Twitter. Deu a declaração depois de o TCU (Tribunal de Contas da União) determinar ao CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e à Alvarez & Marsal —administradora judicial da Odebrecht— que forneçam documentos sobre o rompimento do vínculo entre Moro e a empresa de consultoria.
Desconfiança – Na conversa que teve, ontem, com jornalistas, na confraternização de fim de ano, o prefeito de Jaboatão, Anderson Ferreira (PL), foi muito claro, como tem sido até agora. “Se há um prefeito decidido a entregar o cargo em abril para entrar numa disputa majoritária sou eu”, disse, dando a entender que desconfia se verdadeiramente Raquel Lyra e Miguel Coelho, prefeita de Caruaru e prefeito de Petrolina, respectivamente, renunciarão a dois anos de mandato para entrar no páreo.
Doria polemiza – O governador de São Paulo e pré-candidato à Presidência, João Doria (PSDB), afirmou que o plano do Estado é iniciar a vacinação da faixa etária de 5 a 11 anos o mais rápido possível, mesmo sem aprovação do Ministério da Saúde. Desde o início da pandemia, Doria trava batalhas com o governo de Jair Bolsonaro (PL) devido a vacinação. O tucano é a favor da imunização de todos os brasileiros, enquanto Bolsonaro chefia uma campanha antivacina, desincentivando a aplicação de doses.
Críticas por férias – Criticado por estar de férias em São Francisco do Sul (SC) enquanto milhares seguem desabrigados na Bahia em razão de enchentes, o presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que espera não precisar voltar para Brasília antes de 3 de janeiro, data prevista para seu retorno oficial ao trabalho. “Espero que eu não tenha que retornar antes”, afirmou o presidente em vídeo divulgado pelo portal santa-catarinense ND Mais, enquanto conversava com algumas pessoas na praia. Bolsonaro foi passear de moto aquática, ontem, com a filha Laura, de 11 anos, que também o acompanha na viagem.
Tadeu faz de conta – Em entrevista à Rádio Clube, ontem, o deputado Tadeu Alencar fez de conta que não está ansioso com o noticiário envolvendo o seu nome como alternativa à sucessão de Paulo Câmara. “Estou focado na minha eleição de deputado federal”, afirmou. Para ele, o processo de esgotamento da polêmica em torno de Geraldo Júlio pode levar o partido a ter que decidir pela candidatura de outra pessoa. “Se essa realidade se materializasse, o partido precisaria definir o mais rápido possível um candidato para trabalhar um nome, porque, não sendo Geraldo, um novo nome teria que ser indicado”, disse. Ele defende a indicação de um nome que auxilie o partido na construção de uma ampla frente democrática capaz de levar a eleição no Estado e ajude, nacionalmente, a derrotar Bolsonaro.
CURTAS
FIM DA MARATONA – Os pais da garota Beatriz Angélica Mota, assassinada com 42 facadas, em uma escola particular de Petrolina no Sertão de Pernambuco, em 2015, encerraram, ontem, uma caminhada de mais de 700 quilômetros para pedir justiça. Eles chegaram ao Recife para realizar uma séria de cobranças ao governo. "Não toleramos mais impunidade", afirmou a mãe de Beatriz, Lúcia Mota.
GRANDE MISTÉRIO – Beatriz Angélica tinha 7 anos de idade quando foi morta, em 10 de dezembro de 2015. Desde então, a polícia fez várias investigações, mas não chegou a uma conclusão que permitisse a prisão de um suspeito. A caminhada começou no dia 5 de dezembro, em Petrolina, distante 712 quilômetros do Recife. Lúcia e o pai da menina, Sandro Romilton, cruzaram todo o Estado para pedir providências ao governador Paulo Câmara (PSB).
Perguntar não ofende: Quantos ministros vão deixar o Governo em abril para disputar as eleições?
Fonte: Blog do Magno Martins.
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