Exclusivo para este blog, o levantamento do Instituto Opinião, de Campina Grande (PB), mostrando o retrato eleitoral do momento na sucessão estadual, foi excelente para Raquel Lyra (PSDB), muito bom para Miguel Coelho (União Brasil) e razoável para Geraldo Julio (PSB), porque cresceram quase no mesmo tamanho, num espaço de cinco meses. De maio para cá, o cenário mudou. Marília Arraes, que liderava, por exemplo, é hoje carta fora do baralho. O PT, seu partido, está acordado em apoiar o PSB.
Em relação à pesquisa anterior, Raquel oscilou dez pontos positivamente, Geraldo oito pontos e Miguel sete pontos percentuais. Anderson foi o único, dos que estão colocando-se na disputa, que cresceu menos, apenas um ponto, abaixo da margem de erro, que é de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos. Miguel avançou porque, dos três mais citados na oposição, foi o que teve seu nome praticamente oficializado quando se filiou ao DEM, que virou União Brasil.
Também porque é o mais andarilho. Já Raquel, que não se apresenta nem assume que vai entrar na guerra, subiu sem explicações. Provavelmente, pelo espaço que ganhou na mídia como presidente estadual do seu partido, pela aproximação de Caruaru com a Região Metropolitana e pelo fato de ser mulher, que pesa positivamente. O Governo tem uma pesquisa que o pernambucano sinaliza por uma experiência de saia despachando no Palácio das Princesas.
Daí, a razão da inserção da secretária Fernandha Batista (Infraestrutura) passar a ser lembrada, ganhando destaque nas andanças do governador pelo Interior. Geraldo Julio, o único a reverberar em notas pessoais, sem o crivo do partido, que está fora do páreo, ainda é o nome mais forte do PSB, conforme atesta a pesquisa, o que pode, a partir de agora, mudar o rumo da discussão na Frente Popular.
Pesquisa é uma foto do momento, o que define uma eleição é o curso da campanha. A leitura que se pode tirar deste novo cenário do Opinião é que Raquel e Miguel são os mais competitivos da oposição e que Geraldo não está tão desgastado como se ventilou, embora seja, dos nomes postos, o que detém a maior taxa de rejeição. Os números a ele são desfavoráveis em todas as regiões do Estado, mas no Grande Recife é, dentre todos, o que tem ainda a maior taxa de potenciais eleitores.
Bons de largada – Algo que ficou muito claro, na leitura dos números da pesquisa, é que os pré-candidatos partem muito fortes em suas aldeias. É o caso, por exemplo, de Miguel Coelho, que sai do São Francisco com 82% das intenções de votos. Não tão expressivo em percentual quando Miguel, Raquel larga bem no Agreste, sua região, com 44% do eleitorado sinalizando que votaria com ela. Geraldo, por sua vez, tem a maior taxa de intenção dos seus eleitores na região que é mais conhecido, o Grande Recife, com 24%. Já Anderson, que administra Jaboatão, tem mais de 17% do seu eleitorado na RMR.
Abrir palanque – Provável nome a abrir palanque para o presidente Bolsonaro no Estado, o ministro do Turismo, Gilson Machado Neto, se situou na pesquisa dentro da margem de erro de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos. Também dos que estão colocados é ainda o menos conhecido e também nunca assumiu que é candidato a governador. Quando passou por Sertânia, na semana passada, Bolsonaro, entretanto, já o tratou de “futuro governador de Pernambuco”.
Rejeição e vitrine – Surpresa crescente na pesquisa, Miguel Coelho tem potencial para se apresentar mais competitivo ainda por ser o nome com a menor taxa de rejeição entre os mais conhecidos. Perde apenas para Gilson Machado. Outra vantagem de Miguel: tem uma vitrine para mostrar ao longo da campanha: a gestão com maior índice de aprovação no Estado, com percentuais acima de 90% de ótimo e bom.
Só derrotas – Ao se manter no PT, Marília Arraes tende a sofrer o terceiro revés da sua trajetória política, ficando fora do páreo. O primeiro foi na eleição de 2018, quando as pesquisas apontavam seu favoritismo e o PT se abraçou com Paulo Câmara. Na eleição passada, o PT apoiou Marília na disputa pela Prefeitura do Recife da boca pra fora. E agora, pelo que rola nos bastidores, fará tudo para queimar até a sua indicação para a disputa pelo Senado na chapa encabeçada pelo PSB.
Câmara reprovado – O Governo Paulo Câmara é rejeitado por mais da metade dos pernambucanos, segundo atesta o levantamento do Opinião. Dos entrevistados, 52,1% disseram que reprovam sua administração ante 36,6% que aprovam. É, de longe, o campeão em desaprovação no Estado. Nem Joaquim Francisco, na pior fase, alcançou índices tão negativos. Difícil acreditar que possa se recuperar em tão pouco espaço de tempo, mesmo com R$ 5 bilhões em caixa para tocar obras.
CURTAS
Por região – Por região, a que pior avalia o Governo Paulo Câmara é a Zona da Mata. Dos entrevistados, 32% disseram que reprovam a gestão, seguindo-se o Agreste, com 30%, a Região Metropolitana, com 25%, o Sertão geral, com 22% e o São Francisco, com 11%. É por essas e outras que deve ficar no Governo até o fim, sem se aventurar a disputar o Senado ou uma vaga na Câmara dos Deputados.
Bolsonaro, o pior – Pior que Paulo Câmara no Estado é a situação do Governo Bolsonaro. Segundo o Opinião, 70% dos pernambucanos reprovam a gestão do presidente. Entre os que aprovam, apenas 24%. A maior rejeição do Governo Federal está no Sertão. Ali, segundo o levantamento, 84% dos entrevistados consideram ruim e péssimo.
Perguntar não ofende: Bolsonaro terá palanque em Pernambuco?
Fonte: Blog do Magno Martins.
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