segunda-feira, 4 de outubro de 2021

Mendonça perderá comando do DEM em Pernambuco após fusão com PSL

 

Já está decidido: o ex-ministro da Educação, ex-governador e ex-deputado Mendonça Filho perderá o comando do DEM em Pernambuco após a fusão do antigo PFL com o robusto PSL. Há anos no comando do partido, que só não se extinguiu no estado pela perseverança de sua ação, Mendonça foi apunhalado pelo presidente nacional da legenda, ACM Neto, ex-prefeito de Salvador, que já o comunicou sobre a decisão de trocar o comando da agremiação.

Para que Mendonça não criasse confusão, ACM Neto assegurou que o pernambucano será “contemplado” com mais um mandato de deputado federal, o que provavelmente não aconteceria se a fusão não ocorresse. A expectativa é que o novo partido eleja três nomes conhecidos daqui: o próprio Mendonça e os atuais deputados federais Fernando Filho e Luciano Bivar, esse último presidente nacional do PSL, cargo que também ocupará na nova sigla.

Umas das prerrogativas para que a fusão se viabilizasse era que o comando do novo partido em Pernambuco ficaria com o grupo de Bivar, que deve indicar algum preposto seu para figurar na presidência da legenda, a exemplo do que fez na disputa pela Prefeitura do Recife no ano passado. Fora do comando da sigla, Mendonça teve a garantia de que vai receber recursos financeiros e estrutura política para pavimentar sua volta à Câmara Federal.

Mas, apesar dele não dizer abertamente, outro fator o preocupa: perder o protagonismo da nova sigla para o grupo dos Coelho de Petrolina, cujo prefeito Miguel é pré-candidato a governador. Se Miguel vencer a eleição, ou ainda que não vença, se sair maior da disputa, ele vai ocupar o protagonismo da Direita em Pernambuco, deixando Mendonça e a tropa do bolsonarismo a ver navios.

Fora o fator Miguel Coelho tem ainda outra questão que pode acarretar em prejuízo político para Mendonça com a fusão. É que Bivar sempre manteve uma relação amistosa com o PSB e a Frente Popular. Com o comando do novo partido nas mãos, o deputado federal dificilmente fará uma oposição cerrada aos socialistas, como Mendonça e outro grande quando do DEM, a deputada estadual Priscila Krause, têm feito.

Tomando como base esses cenários, a fusão entre DEM e PSL não parece, a princípio, ser um bom negócio para Mendonça Filho. Isso porque ele perderá a chave do cofre do partido em Pernambuco e a prerrogativa de escolher onde colocar dinheiro do fundo partidário. E, não necessariamente, terá a sua eleição para a Câmara 100% assegurada, como querem lhe vender a versão.

O povo quer saber: quem será o presidente em Pernambuco do novo partido que nascerá da fusão entre PSL e DEM?

Fonte: FalaPE.

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