quarta-feira, 28 de julho de 2021

Ciro Nogueira ajuda a dissipar clima de impeachment

 

O presidente Jair Bolsonaro oficializou o senador Ciro Nogueira (PP/PI) como novo ministro da Casa Civil, após tentativas malsucedidas de militares na pasta. A escolha de Ciro aconteceu num dos momentos mais difíceis do governo, quando a CPI da Pandemia no Senado se agravou e o presidente começou a flertar com o impeachment.

Evidente que um processo de impeachment depende muito da vontade do presidente da Câmara dos Deputados, e Arthur Lira, aliado de Bolsonaro, não demonstrou o menor interesse em pautar a demanda de opositores de Bolsonaro, mas a ida de Ciro, correligionário de Lira, para o posto mais importante da esplanada deixa Bolsonaro numa situação mais confortável no sentido de imprimir um ritmo de reformas mais efetivo com a volta do recesso do Congresso Nacional em agosto.

Se por um lado o presidente ganha fôlego contra o impeachment, por outro fica ainda mais refém do centrão e sua governabilidade dependerá efetivamente do desempenho de Ciro Nogueira na Casa Civil, mais do que isso, seu projeto de reeleição passará pela vontade do Partido Progressista, que poderá ser seu destino na tentativa pelo segundo mandato.

O PP e os demais partidos do centrão serão mais do que nunca a garantia de permanência de Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto até dezembro de 2022, e poderão ser a tábua de salvação para que o atual presidente possa ter alguma condição de reeleição para garantir o segundo mandato em outubro do próximo ano.

Missões – O novo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, terá a incumbência imediata de articular no Congresso Nacional as indicações de Augusto Aras para a PGR e de André Mendonça para o STF. Além disso, caberá ao novo ministro melhorar a interlocução com o Senado e a Câmara, bem como com o Supremo Tribunal Federal.

Prestigiando – Uma comitiva do PP de Pernambuco foi a Brasília para prestigiar a escolha do novo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira. O grupo liderado pelo deputado federal Eduardo da Fonte foi composto pelo secretário de Desenvolvimento Agrário, Claudiano Filho, o secretário-executivo de Agricultura Familiar, Humberto Arraes, os deputados estaduais Cleiton Collins e Romero Albuquerque, a vereadora Andreza de Romero e o vice-presidente estadual do PP, Lula da Fonte.

Fundão – A ministra Rosa Weber, do STF, solicitou informações ao Congresso Nacional, no prazo de dez dias, sobre a ampliação de recursos para o fundão eleitoral, no valor de aproximadamente R$ 6 bilhões. Em mandados de segurança, parlamentares questionaram a medida.

Aconselhamento – O senador Fernando Bezerra Coelho (MDB) tem sido aconselhado a deixar a liderança do governo Jair Bolsonaro no Senado Federal. O movimento poderá ser estratégico para 2022, tanto para uma eventual candidatura de Miguel Coelho a governador quanto para uma reaproximação com a Frente Popular para tentar a reeleição. Na avaliação de interlocutores, quanto mais o senador se distanciar do presidente, melhor ficará a situação do seu grupo em Pernambuco.

Inocente quer saber – Se o PP for mesmo o destino de Jair Bolsonaro, como ficará o partido em Pernambuco?

Fonte: Blog do Edmar Lyra.

Nenhum comentário:

Postar um comentário