Faltando pouco mais de dois meses para o prazo final de filiação, o presidente Jair Bolsonaro enfrenta enormes dificuldades para se abrigar numa legenda com vistas a disputar a reeleição. Sua última aposta era o PP, mas ontem, o vice-governador da Bahia, João Leão (PP), disse, em entrevista à Globo News, que o chefe da Nação não irá para o partido.
“Bolsonaro não vem para o PP. Nós não vamos aceitar que venha alguém para comandar o partido. Não existe isso dentro do PP”, afirmou. O chefe do Executivo sondou Ciro Nogueira, presidente nacional do partido e seu novo ministro da Casa Civil, sobre a possibilidade de se filiar à sigla. O presidente Jair Bolsonaro fez uma pequena reforma ministerial para acomodar o político do PP no Governo.
Porém, dirigentes do partido estavam divididos sobre possível filiação de Jair Bolsonaro e temiam que ida de Bolsonaro para o PP pudesse prejudicar acordos estaduais para eleições de 2022. Bolsonaro já fez parte do Progressistas de 2005 a 2016, quando era deputado federal. O presidente tem falado que “é do Centrão”.
“Sou do Centrão. Fui do PP metade do meu tempo. Fui do PTB, fui do então PFL. No passado, integrei siglas que foram extintas”, disse o chefe do executivo ao rebater as críticas de que tenha entregado o governo para o Centrão quando nomeou Ciro Nogueira como ministro.
Jair Bolsonaro está sem partido desde novembro de 2019, quando anunciou sua saída do PSL. O presidente tentou criar uma nova legenda, a Aliança pelo Brasil, mas não conseguiu recolher as assinaturas necessárias. O comandante do Planalto agora negocia com várias siglas. O PP é um dos partidos mais fortes na Câmara, com 41 deputados federais. No Senado, a sigla ocupa 7 cadeiras.
Batendo contra – O presidente afirmou, ontem, que uma mudança no sistema de governo para o semipresidencialismo é “besteira“. O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), é uma das autoridades que é favorável a debater sobre o tema na Casa. A proposta cria o cargo de primeiro-ministro, mas só valeria para as eleições de 2026, segundo Lira. “Alguns falam em sempresidencialismo para 2027. É besteira “, declarou Bolsonaro em conversa com apoiadores na saída do Palácio da Alvorada. “Você pode ver, pega o Estado de Roraima tem mais ou menos 500 mil eleitores. Então, tem gente que está com mil votos aqui dentro. Meu filho está com dois milhões. O peso é o mesmo. Não vai mudar o caráter da pessoa ter mil votos ou dois milhões de votos “, disse.
Raquel é candidata – Ao aceitar o convite para o Frente a Frente de ontem, direto dos estúdios da Rádio Cultura de Caruaru, ao lado das também prefeitas de Bezerros, Lucielle Laurentino (DEM) e de Casinhas, Juliana de Chaparral (DEM), Raquel Lyra (PSDB) sinalizou que está se animando para entrar na disputa pelo Governo de Pernambuco nas eleições do ano que vem. Por uma questão de estratégia, só dirá que será candidata em outubro, faltando um ano para o pleito.
Boa notícia – O ministro Paulo Guedes (Economia) disse, ontem, que o Brasil vem criando empregos em “ritmo acelerado”, sinalizando para uma “retomada robusta” do mercado de trabalho. O país teve saldo de 309.114 empregos formais em junho. Foi o 6º mês seguido de alta. No ano, já são 1,5 milhão de novas vagas, segundo dados do Novo Caged (Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregado). “Se pegarmos os últimos 12 meses, geramos 2,8 milhões de novos empregos. O mercado formal atinge agora pela primeira vez desde 2015/2016 o patamar dos 40,8 milhões de empregos”, disse.
Inconstitucional – O Ministério Público de Contas (MPCO) quer que seja declarada inconstitucional uma resolução do Tribunal de Contas de Pernambuco (TCE) que permite o pagamento de aposentados e pensionistas do Governo do Estado com verbas do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb). A permissão, solicitada pela gestão de Paulo Câmara (PSB) é, segundo o órgão, ilegal. O MPCO anunciou que enviou uma representação ao Ministério Público Federal (MPF) solicitando que o órgão ajuíze no Supremo Tribunal Federal (STF) uma ação direta de inconstitucionalidade. Na quarta-feira passada, o MPF informou que iniciou uma apuração sobre o caso.
No tiroteio – Lembrado pelo presidente Bolsonaro como alternativa para o Senado em Pernambuco, o ministro do Turismo, Gilson Machado, ganhou gosto pelo tiroteio político na defesa do Governo e do chefe. Bateu duro no governador de São Paulo, João Doria (PSDB), no Twitter. Disse que o político “quer brincar de ser governador com recurso federal”. “João Doria é no mínimo comédia com fama alheia, quer brincar de ser governador com recurso federal. Assim é fácil. Palanque sem mérito qualquer papagaio de pirata consegue. Afinal colocas apenas 1 real na obra? “, disse ao comentar publicação do secretário da Cultura, Mario Frias.
CURTAS
CHURRASCO – A Justiça de São Paulo proibiu a Prefeitura de Presidente Prudente (SP), de realizar um megachurrasco para duas mil pessoas durante uma visita do presidente Jair Bolsonaro. Caso descumpra a decisão publicada na última quarta-feira, a administração municipal deve pagar uma multa de R$ 2 milhões. Bolsonaro deve visitar o município amanhã para o credenciamento junto ao SUS (Sistema Único de Saúde) do Hospital Regional do Câncer, que agora passará a ser chamado de Hospital da Esperança.
VOLTA AOS ESTÁDIOS – A Prefeitura do Rio anunciou, ontem, um plano gradual de flexibilização das medidas de restrição na cidade. Serão três etapas, de 2 de setembro até 15 de novembro com uma série de eventos. O anúncio também incluiu a programação para o réveillon e o carnaval no ano que vem. E em Pernambuco?
Perguntar não ofende: Qual partido vai abrir espaço para Bolsonaro disputar um novo mandato?
Fonte: Blog do Magno Martins.
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