Nas hostes socialistas, ainda não existe definição sobre aderir ou não ao modelo da federação partidária. Programaticamente, o partido sempre fez a defesa da cláusula de barreira e da redução do número de partidos. No conjunto das regras eleitorais vigentes, no entanto, alguns pontos inquietam as legendas às vésperas de 2022, e um deles é a cláusula de barreira, que funciona como uma espécie de filtro à existência das siglas. Criada em 2017, ela estabelece uma exigência de votos que se eleva de maneira progressiva, a cada pleito, até 2030. Para ter acesso ao fundo partidário e ao tempo de rádio e TV no ano que vem, o partido terá que atingir, ao menos, 2 % dos votos válidos nas eleições para a Câmara dos Deputados, distribuídos em, pelo menos, nove estados, com um mínimo de 1% dos votos válidos em cada um. Pelo mapa de 2018, quando o piso de votos era de 1,5%, o PCdoB teria, agora, dificuldades para atingir o limite legal. A presidente nacional da sigla, Luciana Santos, tem argumentado que a federação vem a ser "a melhor ferramenta para se garantir a consolidação de uma frente ampla" rumo a 2022. À coluna, ainda em fevereiro, ela já havia sido taxativa: "O que a gente defende, hoje, é a federação, não é a fusão". Luciana é vice-governadora de Pernambuco, um dos estados onde é possível visualizar de forma mais nítida a relação de reciprocidade entre PSB e PCdoB.
O governador Paulo Câmara é vice-presidente nacional dos socialistas e, naturalmente, essa construção entre as duas siglas passa por eles. Em 2018, Luciana foi peça fundamental na articulação para que o PT retirasse uma candidatura ao Governo de Pernambuco e apoiasse o PSB. Outro vértice que dá o tom dessa recíproca está no Maranhão, onde o governador Flávio Dino foi eleito com o apoio do PSB. Em live essa semana, Dino dialogou com Carlos Siqueira , presidente nacional do PSB, que falou em "coincidências de ponto de vista" e declarou que Dino "poderia perfeitamente estar filiado ao partido, se quiser". Os dois já foram à mesa em mais de uma ocasião tratar do tema. Mas, além de Dino, se falou em filiações ainda de Manuela D´ávila e Orlando Silva, além de Marcelo Freixo. Ainda que o PSB não tenha posição firmada sobre a federação, modelo que preserva a existência dos partidos e prevê uma unidade de ação entre eles no legislativo, com duração até o pleito seguinte, há, na medida do possível, uma preocupação no ninho socialista de preservar as forças políticas que tem representatividade e identidade programática com o PSB, o que pode favorecer a adesão do partido à essa tese.
Verniz à esquerda
Questionado pela coluna sobre as filiações no radar do PSB, o líder da sigla na Câmara Federal, Danilo Cabral diz o seguinte: "Flávio Dino, Manuela d'Ávila e Orlando Silva (os três do PCdoB) e Marcelo Freixo (PSOL) são grandes quadros políticos. Temos convergências na visão do Estado e na relação com a sociedade. O ingresso deles, caso se concretize, fortaleceria o PSB e daria mais nitidez ideológica ao partido".
Vacinas.... > Os secretários estaduais Lucas Ramos (CT&I) e André Longo (Saúde) se reuniram, esta semana, com Alfredo Gomes e Moacyr Araújo, reitor e vice-reitor da UFPE, respectivamente. Na pauta, a definição de estratégias para avanço na produção de vacinas para diversas doenças em Pernambuco.
... pernambucanas > “Nosso objetivo é articular diversas instituições, como o Sistema de Inovação e Produção de Farmacoquímicos em Pernambuco (SIST-Farma), apoiado pela Secretaria de Ciência e Tecnologia, e o Lafepe, para impulsionar a pesquisa, desenvolvimento, inovação e a posterior produção em escala industrial de imunizantes”, explica Lucas Ramos.
Fonte :Folha de PE.
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