Com a votação sobre o processo de suspeição do ex-juiz e ministro Sergio Moro suspensa no Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Kassio Nunes pode ser o fiel da balança, decidindo pela parcialidade ou imparcialidade de Moro no julgamento do ex-presidente Lula no caso do tríplex do Guarujá. Indicado pelo presidente Jair
Bolsonaro (sem partido) para a Suprema Corte, Nunes pediu vistas no julgamento de ontem sob a alegação que não conhecia o processo por inteiro.
Até o momento, o placar está 2 x 2, levando em consideração que a ministra Cármen Lúcia e o relator Edson Fachin já votaram pela imparcialidade de Moro em 2018. Fachin, ontem, reiterou o voto. Já a ministra não reafirmou, e deu indícios que pode mudar de entendimento. Caso ela mantenha o seu voto de 2018, ficaria empatado e caberia a Nunes o veredito final.
Vale salientar que Nunes tem uma linha de atuação crítica ao modus operandi da Lava Jato. Inclusive, quando foi empossado no STF, foi dado como certo nos bastidores que ele votaria pela suspeição de Moro. “O que acontece e pode acontecer em qualquer operação, em qualquer decisão, é que se houver um determinado ato ou conduta (ilegal), essas correções podem ser feitas. Nada é imutável”, pontuou Marques, em sabatina no Senado.
Não bastasse a possibilidade de ser o fiel da balança, Nunes também poderá ser o algoz de Moro e ainda beneficiará o ex-presidente Lula com a anulação de todas as provas. No atual cenário político, tanto Moro quanto Lula são os desafetos do presidente Jair Bolsonaro. Optando pela suspeição de Moro, Nunes dará todas as credenciais para Lula disputar as eleições de 22 com o discurso fortalecido. Muita embora essa seja a perspectiva real, ventila-se nos bastidores a possibilidade de um placar de 4x1 contra Moro, o que sacramentaria por definitivo a degola de Moro e a elegibilidade de Lula para as eleições sem o risco de sofrer novo revés na Justiça do Distrito Federal.
Decisão estranha e exótica
O presidenciável Ciro Gomes (PDT) classificou como “estranha e exótica” a decisão de Edson Fachin que anulou as sentenças contra o ex-presidente Lula. Em entrevista exclusiva à Rádio Bandeirantes, Gomes lembrou que foram rejeitadas dezenas de recursos de réus da Lava Jato com o mesmo argumento que só agora o ministro aceitou.
“É uma decisão estranha, exótica. O ministro Fachin, sozinho, surpreendendo até os advogados do Lula, decidiu que Moro não era o juiz natural. Mais de 50 recursos subiram perguntando se isso estava direito ou não. Todos esses recursos, de mais de 100 réus, tiveram a porta batida na cara”.
INVESTIGAÇÃO - O presidente da Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado, Humberto Costa (PT-PE), pediu ao Ministério Público Federal junto ao Tribunal de Contas da União a abertura de investigação sobre a viagem de uma delegação oficial a Israel em busca de um spray contra a Covid-19.
PRÉVIAS - Dada a notícia da elegibilidade do ex-presidente Lula, o PSDB não quer perder tempo para se apresentar como um partido de centro diante da polarização Lula X Bolsonaro. Marcou para 17 de outubro entre João Doria e Eduardo Leite.
Fonte :Folha de PE.

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