quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

Maia vai a Paulo com Baleia. Pacificar PSB não é tarefa fácil

Já passava das 20h quando o presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia, desembarcou em Pernambuco, ontem, trazendo a tiracolo o deputado federal Baleia Rossi, que chegou ao Estado já como candidato ao comando do legislativo federal. A decisão pelo nome de Baleia, em detrimento de Aguinaldo Ribeiro, se deu na tarde de ontem após Rodrigo comandar reunião com os partidos da Oposição (PT, PSB, PDT e PCdoB) para, entre outras coisas diluir resistências no PT. Por esse motivo, a agenda de Maia no Palácio das Princesas, que seria às 16h, como a coluna antecipou, acabou adiada. Se havia ainda ruído com os petistas, no PSB, uma pacificação não é tarefa fácil. Pernambuco é o estado com a maior bancada do partido na Câmara Federal, com cinco parlamentares. Desse total, só Tadeu Alencar, presente à reunião de Maia com Paulo Câmara ontem, teria uma postura mais alinhada a do líder, Alessandro Molon, que conduziu a legenda para o bloco do democrata. Apesar do placar de 80x0 no Diretório Nacional a favor da resolução que condenou voto em Arthur Lira ou em candidato apoiado pelo Planalto, há um grupo de 15 deputados que não digeriu bem o movimento e cobra uma lista com assinaturas que comprovem a maioria favorável a Maia, necessária para autorizar, regimentalmente, o ingresso da sigla no blocão.

De Pernambuco, figuram nesse conjunto: João Campos, Felipe Carreras, Gonzaga Patriota e Danilo Cabral. Desses, só Danilo estava na reunião ontem. Considerando que a bancada do PSB possui 31 membros a ala pró-Maia, hoje, dispõe de uma maioria no limite: seriam 16 contra 15 pró-Arthur Lira. Ao lado de Baleia, Rodrigo Maia fez o gesto a Paulo Câmara, vice-presidente nacional do PSB, em meio a esse contexto de racha na legenda. Além desse desencontro instalado, outros fatores colocam em risco a maioria apresentada por Molon. Um deles é o fato de que a composição da bancada vai ser modificada. JHC, por exemplo, eleito prefeito de Maceió, deixará a Câmara e seu suplente é do PSDB, o que fará a bancada do PSB cair para 30 membros. João Campos, eleito no Recife, dará lugar a Milton Coelho, que também estava na reunião com Maia ontem. Como essa maioria que Molon alega ter não parece segura, já se admite, nas coxias, que essa pacificação não será missão fácil, embora não seja impossível. Até fevereiro, quando ocorrerá a eleição, há que não descarte até uma mudança na orientação do PSB.

Blocão x cargos
Aliados de Rodrigo Maia fazem a seguinte conta: o bloco dele deve reunir 270 deputados. Essa soma representaria, em espaços na Mesa Diretora: duas vices, quatro secretarias e quatro suplências. Na esteira, entram ainda no radar: Conselho de Ética, Comissão Mista do Orçamento, CCJ, Secretaria Geral da Mesa, entre outros espaços. O peso do bloco se reflete na divisão desses cargos, que se dá com base na proporcionalidade dos votos angariados.

Prioridades > Líder do PDT, Wolney Queiroz, um dos que esteve presente à reunião com Rodrigo Maia no Palácio das Princesas ontem, indagado sobre o risco de traições, diz o seguinte: "Não está na hora de contar votos, está na hora de contar partidos".

Testemunho > Sobre a definição de Baleia Rossi como candidato Raul Henry, que preside o MDB-PE, diz: "A maior prova da habilidade política e talento político que alguém pode ter é unificar o MDB, que é o partido mais heterogêneo do País". 

Recesso > Até a próxima terça, estarei em período de recesso. Aproveito para desejar um Feliz Natal a todos. Agradeço a companhia e colaboração ao longo desse ano desafiador. Que o período natalino renove nossas energias. Até breve!

Fonte : Folha de PE.

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