O deputado Baleia Rossi (MDB-SP) foi o escolhido, ontem, finalmente, pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), como candidato para representá-lo na disputa para a sucessão da Presidência da Casa. O congressista é presidente do MDB. O desafio de Baleia é unificar o grupo em torno do atual presidente da Câmara. “Baleia agora tem que dialogar com todos os partidos para unificar cada vez mais o nosso bloco”, prega Maia.
A escolha por Baleia, segundo aliados de Maia, veio após um grupo de aproximadamente 15 deputados do DEM se revoltar com o que seus participantes chamaram de “excesso de protagonismo” dos petistas na escolha. O partido juntou-se ao grupo de Maia, mas tinha resistências ao nome de Baleia, por ser próximo a Michel Temer (MDB), prócere do impeachment de Dilma Rousseff.
Houve ameaça de que o grupo debandasse para a candidatura de Arthur Lira (PP-AL), que conta com o apoio dos partidos do Centrão e do presidente Jair Bolsonaro. O outro cotado para a candidatura era Aguinaldo Ribeiro (PP-PB). Ele, porém, não tinha apoio nem do próprio partido. A sigla está fechada com Lira. Maia aglutinou um bloco que, se todos os candidatos votarem conforme a orientação da legenda, reúnem 268 votos.
Seria mais que os 257 necessários para eleger o candidato. Os partidos são: PT, PSL, MDB, PSB, PSDB, DEM, PDT, Cidadania, PV, PC do B, Rede. Ainda não está claro se haverá um único candidato no bloco. Os partidos de esquerda cogitam lançar um nome no 1º turno das eleições e votar em Baleia no 2º turno, caso o candidato próprio não prospere.
Favorito – O grupo se aglutinou em torno do bloco de Rodrigo Maia porque a outra candidatura viável é a de Arthur Lira. Ele se aproximou de Jair Bolsonaro ao longo de 2020. É o candidato favorito do Planalto. Também é o principal líder do bloco conhecido como Centrão. Demonstraram apoio a Lira partidos que somam 204 votos. São eles: (PL, PP, PSD, Republicanos, Solidariedade, PTB, Pros, PSC, Avante, Patriota). O anúncio da candidatura de Arthur Lira, em 9 dezembro, aumentou a pressão para que Maia anunciasse logo seu candidato. A comunicação foi adiada algumas vezes.
Pau em Maia – O deputado Arthur Lira (PP-AL), candidato à Presidência da Câmara, disse que o atual presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), quer que os deputados trabalhem em janeiro para favorecer seu “projeto pessoal de sucessão”. O mês costuma ser de recesso no Congresso. A declaração do deputado foi por meio de sua conta no Twitter. “Centenas de deputados têm compromisso em suas bases e já fizeram suas agendas – percorrendo os municípios e já iniciando o diálogo com os novos prefeitos eleitos”, escreveu Lira.
Prisão – A delegada Isabela Veras divulgou, ontem, detalhes da operação que prendeu o vereador Galego da Farmácia, da bancada do PSB na Câmara do Cabo. Segundo ela, o vereador é irmão do presidente da Câmara do Cabo, Vicente Mendes da Silva Neto, o Neto da Farmácia (PDT). O vereador foi levado para o Centro de Triagem e Observação Criminológica Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima, no Grande Recife. A mulher, que não teve o nome divulgado pela polícia, está na Colônia Penal Feminina do Recife, na Zona Oeste.
O jogo de Gilmar – O ministro Gilmar Mendes justifica a decisão de trabalhar durante o recesso em razão das ‘urgências da covid-19’. A medida, também adotada pelos colegas Ricardo Lewandowski, Marco Aurélio Mello e Alexandre de Moraes, esvazia os poderes do presidente da Corte, Luiz Fux, que fica responsável por despachar em processos urgentes dos colegas durante as férias do Judiciário. “A suspensão do recesso em meu gabinete foi excepcionalmente adotada diante da sobrecarga de urgências da Covid-19. Vivemos uma era atípica em que esforços e adaptações são bem-vindos. Buscou-se colaborar com a Presidência do STF, ampliando a prestação jurisdicional”, escreveu Gilmar, no Twitter.
CURTAS
INDULTO – O presidente Jair Bolsonaro deve, mais uma vez, beneficiar policiais em seu decreto de indulto de natal. O texto preparado no Ministério da Justiça e Segurança Pública segue os parâmetros do perdão concedido no ano passado para agentes de segurança condenados por crimes culposos (sem intenção) durante o exercício profissional.
SEM PASSAGENS – As gestões Bruno Covas e João Doria (ambos do PSDB) decidiram retirar o direito de idosos acima de 60 anos de viajar gratuitamente em ônibus, trens e metrô na capital, além dos ônibus intermunicipais da Grande São Paulo, em uma ação conjunta para reduzir os custos do transporte. A mudança deve ocorrer a partir do dia 1º de janeiro.
Perguntar não ofende: Teremos um clássico na disputa pela Presidência da Câmara dos Deputados?
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