quarta-feira, 4 de novembro de 2020

Projeto presidencial de Camilo faria Ciro apoiar PT, dizem aliados

A articulação ganha eco nos bastidores depois que o governador do Ceará, Camilo Santana, fez o ex-presidente Lula e o ex-ministro Ciro Gomes irem à mesa, a despeito dos intensos ataques do pedetista ao petista e ao "lulopetismo". Camilo, ligado aos Ferreira Gomes, nesse xadrez, não teria só o papel de mediador do encontro. Segundo circula entre aliados, há um movimento de Ciro e de uma ala do PT no sentido de viabilizar uma candidatura presidencial do governador cearense. Uma fonte petista atenta às movimentações assegura que, se o candidato do PT ao Palácio do Planalto, em 2022, for Camilo, Ciro seria capaz de apoiá-lo em detrimento do projeto presidencial próprio. No debate que precedeu a corrida municipal, houve esforço de Camilo de compor com o PDT em Fortaleza.

Os pedetistas pretendiam indicar um nome, mas o PT bateu o pé em Luizianne Lins, que não teve benção do PDT. Hoje, Luizianne concorre pelo PT e Sarto Nogueira, pelo PDT, numa disputa acirrada. Por Camilo, dizem fontes que acompanham as negociações, uma aliança local teria sido viabilizada. Mas, além do governador, o deputado federal José Guimarães também teve papel determinante nas articulações. Se em Fortaleza a construção não prosperou, nada impede, dizem aliados, que nova semente seja plantada em Pernambuco, visando a 2022. Há uma bolsa de apostas dando conta de que um gesto do deputado federal Túlio Gadêlha na direção da prefeiturável Marília Arraes não está descartado. Como a coluna registrara, Túlio considerou como positivo o encontro de Lula e Ciro. Afirmou que "já era hora de sentarem e conversarem". Não que as projeções  presidenciais dos Ferreira Gomes em torno de Camilo Santana para 2022 tenham aval do ex-presidente Lula, mas o xadrez vai sendo montado e o Recife ainda pode figurar como uma porta aberta nessa direção.

Já vi esse filme
Em 2018, após ser rifada pelo PT na disputa pelo Governo do Estado, quando a sigla priorizou a aliança com o PSB, Marília Arraes declarou apoio à, então, candidata do PSOL, Dani Portela. O detalhe é que ela só o fez isso no dia 5 de outubro  e a eleição era no dia 7. Com base nisso, há quem considere que o filme pode se repetir com Túlio Gadêlha, que também foi rifado, este ano, pelo PDT em prol do PSB .

Variáveis > Diferente da situação de Túlio, no entanto, naquele ano, Marília concorria à deputada federal e Dani Portela não figurava entre os primeiros colocados na disputa majoritária, o que poderia fazer a petista dividir a derrota com ela, caso tivesse declarado voto antes. Mas o fundo eleitoral pesa nessa conta, como também deve pesar no caso de Túlio.

Liturgia > Fontes palacianas asseguram que não houve cumprimento da liturgia por parte dos ministros do governo Bolsonaro que passaram por Fernando de Noronha. Leia-se: os auxiliares do presidente não comunicaram ao governo Paulo Câmara as agendas que fariam.

Resultado > Do PSB, só quem teve reunião com a comitiva de Bolsonaro foi o deputado Felipe Carreras. Mas não foi à agenda representando o Governo do Estado, segundo fontes do Palácio das Princesas. Cuidou, no entanto, de entrar em contato com a presidente da Compesa, Manuela Marinho, e tratou da licitação do dessalinizador. A Compesa já tinha R$ 20 milhões para implantação da tecnologia. Mas precisava de autorização do ICMBio. Carreras pediu ainda, ao ministro Ricardo Salles, mais R$ 20 milhões para solucionar, de quebra, o problema de saneamento e abastecimento da ilha. Salles topou.

Férias > Administrador de Fernando de Noronha, Guilherme Rocha entrou, ontem, em período de férias, até o próximo dia 30. Quem  responde interinamente é o diretor Administrativo Financeiro, Césio Santos.

Fonte:Folha de PE.


Nenhum comentário:

Postar um comentário