Na série “Debate Recife”, entrevistas com os pré-candidatos a prefeito da capital promovidas por este blog via lives pelo Instagram, o mais contundente, até o momento, foi Mendonça Filho, do DEM. Na live da última segunda-feira responsabilizou o prefeito Geraldo Júlio (PSB) pela pandemia da corrupção gritante instalada no seio da sua administração e exigiu que o gestor se pronunciasse.
Afirmou que o prefeito deve uma explicação à população sobre a série de denúncias e operações da Polícia Federal depois da compra de 500 respiradores para porcos junto a uma empresa do interior de São Paulo. “Nos deparamos com uma empresa sem registro na Anvisa e testes feitos exclusivamente em porcos. O que me espanta é o fato de até agora não ter um só pronunciamento público do prefeito. Como é que um prefeito se limita a enviar notas oficiais para a imprensa?”, questionou.
Mendonça lembrou que a Prefeitura já foi alvo de três operações da Polícia Federal o que, para ele, é uma desmoralização para qualquer governante e para a cidade. “Desviar e superfaturar dinheiro é um ato de corrupção que tem que ser punido com o rigor da lei. É abominável e criminoso ao extremo principalmente em meio a uma pandemia. É hediondo e deveria ser punido com a maior radicalização do processo penal. Não é aceitável atos de superfaturamento, peculato, falsidade ideológica e fraudes em licitações como indicam os órgãos de controle e Polícia Federal”, afirmou.
O democrata disse que Recife não aguenta mais tanto abandono nem a continuidade de um governo que nos últimos 20 anos se alterna no consórcio PSB e PT. Neste cenário, o nome de Marília Arraes (PT) não se apresenta como uma oposição, mas sim uma continuidade, assim como o de João Campos (PSB). “Marília sempre transitou num campo diferente do meu e nunca votei no PT e nunca vou cometer esse absurdo. Um governo que sufoca. O campo do acordo nosso envolve a oposição fora da esquerda. O consórcio PT e PSB se reveza ora aliado, ora adversário. São um balaio só em 20 anos de mandatos”, disse.
Ao se referir ao projeto do pré-candidato João Campos, questionou. “Qual o projeto que ele defende? O do continuísmo, de manter o poder pelo poder e nada de extraordinário de futuro?” Pelo Debate Recife, nas lives anteriores já passaram Alberto Feitosa (PSC), Pastor Jairinho (PTC), Marco Aurélio (PRTB) e Daniel Coelho (Cidadania). Na próxima sexta-feira, encerrando a série a pré-candidata do PT, Marília Arraes, que Mendonça e os demais entrevistados não consideram dentro do bloco de oposição, mas dissidente do PSB.
João Campos, do PSB, e Patrícia Domingos, do Podemos, não aceitaram o convite. A delegada ainda justificou, através da sua assessoria. Disse que não havia interesse da sua parte. Já o socialista João Campos não deu a menor satisfação. Não atendeu as chamadas nem respondeu as mensagens pelo celular, assim como a sua assessoria. O blog, contudo, fez a sua parte. O debate é democrático e nossos leitores precisam conhecer as propostas de todos que entrarão na disputa eleitoral.
Oposição unida – Ainda durante a live, ao tratar do nome que saíra indicado pelo bloco de oposição entre ele, Daniel, Marco Aurélio, a delegada e Feitosa, Mendonça disse que se coloca como alternativa pelo tempo, maturidade e exemplo de vida pública. Reconheceu que são muitos os nomes de peso e que o anúncio do escolhido no caldeirão será anunciado até a primeira quinzena de julho. “Sempre me uni com as forças políticas. Estou à disposição da oposição. Temos nomes expressivos, mas se a oposição nesse núcleo se dividir para disputar com vários nomes vai entregar a disputa ao PT e ao PSB. Vamos ter a repetição do passado, mas tenho convicção que vamos ganhar essas eleições no segundo turno. O recifense vai mudar a chave”, afirmou.
Jogo sujo – Na mesma live, Mendonça Filho disse temer o jogo sujo e brutal do PSB no processo sucessório. “Se eles aprenderam uma coisa foi aliciar na campanha e fazer o jogo sujo e pesado”, afirmou. Quanto a esse jogo rasteiro e desigual, na live da semana passada o pré-candidato do Cidadania, Daniel Coelho, fez uma gravíssima denúncia: acusou o PSB de ter propagado uma fake news pelas redes sociais de que havia ido a um motel no Recife e pago a conta com cartão corporativo, que muitos políticos têm direito mediante crédito com dinheiro público. Garantiu que não usa cartão corporativo e fez a denúncia à Polícia Federal. “Esse é o jogo nojento e podre do PSB”, afirmou.
Na antevéspera – Marília Arraes será entrevistada, via live do meu blog pelo Instagram, na sexta-feira próxima, dias que antecedem a reunião do diretório municipal do PT convocada para o próximo dia 28. Em pauta, a fritura da pré-candidatura dela num flagrante desrespeito à Executiva Nacional petista que já aprovou resolução pela qual o partido disputará com candidatura própria as principais capitais e cidades acima de 200 mil eleitores. Quem está atiçando o diretório municipal e dando todas as coordenadas do mal é o senador Humberto Costa, que não engoliu até agora a tese de candidatura própria no Recife, porque detém um verdadeiro latifúndio de cargos nas gestões do PSB no Estado e na Prefeitura do Recife.
Retomada das aulas – Candidato a assumir o Ministério da Educação (MEC), Renato Feder se reuniu, ontem, pela primeira vez, com o presidente Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto. Na conversa de quase uma hora, Bolsonaro falou ao atual secretário de Educação do Paraná que deseja um plano para a retomada das aulas pós-pandemia do coronavírus. O pedido ocorre após uma comissão da Câmara dos Deputados apontar "omissões" e ausência de políticas públicas para tentar reduzir o impacto da crise na vida de estudante. O caso aconteceu na gestão de Abraham Weintraub, que, pressionado, deixou o governo na semana passada.
CURTAS
MAIS CRÉDITO – O Banco Central anunciou, ontem, mais uma medida para tentar ampliar a oferta de crédito às empresas de menor porte no Brasil. O BC vai permitir que os bancos deduzam, do recolhimento compulsório exigido sobre os depósitos de poupança, o saldo de operações de crédito para financiamento de capital de giro. Isso será possível no caso das operações com empresas com faturamento anual de até R$ 50 milhões, contratadas de 29 de junho a 31 de dezembro de 2020. A dedução da exigibilidade poderá ser feita pelo prazo de três anos. Conforme o BC, a medida tem potencial máximo estimado de R$ 55,8 bilhões.
EM MAUS LENÇÓIS – Imposto goela-abaixo pelo PT ao prefeito de Tabira, Sebastião Dias, próximo a virar neo-socialista, o pré-candidato oficial à sucessão municipal, Flávio Marques, nem sequer começou a botar a cara na rua ou na internet (em se tratando de uma campanha agora online) e já se encontra na defensiva: como justificar a rejeição das contas do seu padrinho referentes ao exercício de 2014, justamente numa área que apresenta como bandeira principal da sua plataforma de Governo: a educação. Com um agravante: as chances de a Câmara confirmar a decisão do TCE são enormes, devido ao fato de Sebastião não contar com a maioria na Casa.
BOLSONARO NA PF – A Polícia Federal informou ao ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal, que necessita ouvir o presidente Jair Bolsonaro no inquérito sobre a suposta tentativa de interferência do presidente na autonomia da instituição. De acordo o que a PF informou ao ministro, as investigações estão avançadas. O ofício enviado a Celso de Mello, relator do caso no STF, é assinado pela delegada Christiane Correa Machado e foi recepcionado pelo gabinete do ministro na última sexta-feira. "Informo a Vossa Excelência que as investigações se encontram e estágio avançado, razão pela qual nos próximos dias torna-se necessária a oitiva do Senhor Jair Bolsonaro, Presidente da República", diz o texto do ofício.
Perguntar não ofende: Se quando preso com Pedro Corrêa José Dirceu falava horrores de Lula, por que então nunca abriu a boca em público para contar o que sabe do ex-chefe?
Fonte: Blog do Magno Martins.
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