Cercado de expectativa desde a saída do ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, do governo de Jair Bolsonaro (sem partido) o vídeo da reunião ministerial do dia 22 de abril possui trechos que podem comprometer o Governo Federal, entretanto, não deve culminar em uma crise política para o presidente da República. Além disso, as quase duas horas de gravação servirão para mobilizar ainda mais os apoiadores de Bolsonaro, de acordo com os cientistas políticos ouvidos pela Folha de Pernambuco.
“A acusação de Moro acabou não se configurando, ao menos não do ponto de vista claro, para além do ponto de vista interpretativo, seguimos numa guerra de versões.
Se alguém esperava ver uma prova categórica, um recibo de interferência indevida na Polícia Federal ficou a ver navios. Em vez de acabar com a guerra de versões, mantém-se a guerra e empresta-se munição ideológica ao presidente e seus apoiadores”, avalia o cientista político e professor da Faculdade Damas, Elton Gomes. O cientista político Antônio Lucena, professor da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), segue o mesmo raciocínio. “Em primeiro lugar, eu não vi nenhuma ‘bala de prata’ contra Bolsonaro. O que temos são as entrelinhas. Ele fala de que não tem acesso à informação, fala da ABIN, diz que precisa trocar segurança do Rio, o que dá a entender que ele quer interferir realmente na Polícia federal, mas, isoladamente, sem levar em conta o contexto, da saída de Moro, da demissão de Valeixo, o vídeo não diz nada, na verdade dá um guia eleitoral de duas horas para Bolsonaro”, afirma.
Lucena pondera, no entanto, que alguns trechos isolados podem levar a problemas. “Bolsonaro fala que consegue informações com ‘minhas fontes pessoais’, como se tivesse uma fonte paralela de informação. Isso pode levar a maiores problemas para Bolsonaro. Assim como o trecho em que Damares fala em prender governadores e prefeitos e o que Weintraub fala em prender os ministros do Supremo Tribunal Federal, que podem render ação judicial”, frisa. O restante, até o momento, não parece ser comprometedor ao governo na avaliação dele. “É Bolsonaro em seu estado puro, falando palavrão, defendendo a liberdade, um discurso que a militância dele gosta”, resume. A militância que estava desmobilizada, para Elton Gomes, volta a ganhar ânimo. “Os lavajatistas haviam saído junto com a saída de Sergio Moro. A militância estava apagada. Creio que agora veremos apoiadores mais agressivos, a oposição mais agressiva e a hiperpolatrização deve aumentar”, frisa.
Ele avalia que o vídeo acaba funcionando como “instrumento de propaganda ideológica” e não deve gerar danos consideráveis. “Não vejo, a princípio, algo que possa gerar uma denúncia crime contra o presidente, que inclusive usará o discurso para reforçar a narrativa de que é vítima de uma perseguição política”, avalia.
“A acusação de Moro acabou não se configurando, ao menos não do ponto de vista claro, para além do ponto de vista interpretativo, seguimos numa guerra de versões.
Se alguém esperava ver uma prova categórica, um recibo de interferência indevida na Polícia Federal ficou a ver navios. Em vez de acabar com a guerra de versões, mantém-se a guerra e empresta-se munição ideológica ao presidente e seus apoiadores”, avalia o cientista político e professor da Faculdade Damas, Elton Gomes. O cientista político Antônio Lucena, professor da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), segue o mesmo raciocínio. “Em primeiro lugar, eu não vi nenhuma ‘bala de prata’ contra Bolsonaro. O que temos são as entrelinhas. Ele fala de que não tem acesso à informação, fala da ABIN, diz que precisa trocar segurança do Rio, o que dá a entender que ele quer interferir realmente na Polícia federal, mas, isoladamente, sem levar em conta o contexto, da saída de Moro, da demissão de Valeixo, o vídeo não diz nada, na verdade dá um guia eleitoral de duas horas para Bolsonaro”, afirma.
Lucena pondera, no entanto, que alguns trechos isolados podem levar a problemas. “Bolsonaro fala que consegue informações com ‘minhas fontes pessoais’, como se tivesse uma fonte paralela de informação. Isso pode levar a maiores problemas para Bolsonaro. Assim como o trecho em que Damares fala em prender governadores e prefeitos e o que Weintraub fala em prender os ministros do Supremo Tribunal Federal, que podem render ação judicial”, frisa. O restante, até o momento, não parece ser comprometedor ao governo na avaliação dele. “É Bolsonaro em seu estado puro, falando palavrão, defendendo a liberdade, um discurso que a militância dele gosta”, resume. A militância que estava desmobilizada, para Elton Gomes, volta a ganhar ânimo. “Os lavajatistas haviam saído junto com a saída de Sergio Moro. A militância estava apagada. Creio que agora veremos apoiadores mais agressivos, a oposição mais agressiva e a hiperpolatrização deve aumentar”, frisa.
Ele avalia que o vídeo acaba funcionando como “instrumento de propaganda ideológica” e não deve gerar danos consideráveis. “Não vejo, a princípio, algo que possa gerar uma denúncia crime contra o presidente, que inclusive usará o discurso para reforçar a narrativa de que é vítima de uma perseguição política”, avalia.
Fonte: Blog da Folha de PE.
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