O pronunciamento do ex-ministro Sérgio Moro conseguiu a façanha de ofuscar a crise da pandemia do covid-19. Humilde, sereno, com falas pausadas e bem pensadas, Moro conseguiu demonstrar vários erros de Jair Bolsonaro nesta crise, que resultou na demissão do ministro de maior popularidade do Governo Federal.
Moro aproveitou para detalhar várias falhas do presidente, até quebra da “palavra acordada”, como no compromisso de “carta branca” e possíveis interferências sobre superintendentes da Polícia Federal nos Estados.
O divórcio entre lavajatismo (Moro) e o bolsonarismo tem efeito de bomba nuclear na política brasileira. Um dependia e se retroalimentava do outro. Não é possível esquecer que, durante a campanha de 2018, uma das promessas que mais garantiu votos a Bolsonaro foi a de nomear Moro como ministro do STF, havendo vaga. Sem este sustentáculo dos lavajatistas, parcela da população brasileira que vota com a principal motivação de combater a corrupção, Bolsonaro coloca em risco até sua permanência como presidente da República.
O general de Exército Mourão segue discreto, no primeiro lugar a linha de sucessão. O caminho dependerá apenas de um grande desafeto de Bolsonaro, o deputado Rodrigo Maia (DEM), único legitimado para iniciar o processo de impeachment.
A demissão de Moro não bagunça o cenário político apenas em 2020. Vai influenciar 2022, eleição em que Moro terá lugar marcado e garantido. O primeiro pensamento é Moro como candidato a presidente da República, se sua popularidade durar até lá, como é provável. Joaquim Barbosa terminou de julgar os “mensaleiros” em 2014. Em 2018, aposentado há quatro anos, ainda era um candidato viável pelo PSB, mas desistiu por alegações pessoais.
De todo modo, mesmo sem ambição presidencial, o futuro de Moro na política é promissor, caso queira o ex-juiz. Seria também eleito fácil senador ou deputado federal por vários estados. Outro cenário de Moro em 2022 é como candidato a vice-presidente. João Dória (PSDB), por exemplo, certamente abraçaria Moro o vice “dos sonhos”. Um convite para Moro ser secretário do Governo de São Paulo certamente está no radar do tucano.
Inquérito – O procurador-geral da República, Augusto Aras, solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta sexta (24), um inquérito para apurar as declarações do ex-ministro da Justiça, Sergio Moro. O procurador-geral quer colher o depoimento de Sergio Moro sobre Jair Bolsonaro.
Araripina – Preocupada com a cidade onde mora, a deputada Roberta Arraes (PP) solicitou que o prefeito Raimundo Pimentel (PSL) elaborasse e executasse de um plano de contigenciamento com medidas para combater a Covid-19. Logo após o clamor da parlamentar, o gestor finalmente resolveu tomar algumas medidas, mesmo que atrasadas e acanhadas diante da situação.
Goiana – O jornalista Fernando Veloso tem costurado bem sua pré-candidatura a prefeito de Goiana pelo DEM. Ele já conta com o apoio do PRTB para a empreitada e busca novos parceiros para fortalecer um projeto de mudança para a cidade.
Inocente quer saber – Qual interesse teria Bolsonaro em mudar a superintendência da PF em Pernambuco?
Fonte: Blog Edmar Lyra.
Nenhum comentário:
Postar um comentário