domingo, 29 de março de 2020

Paulo Guedes diz que "Brasil vai sair primeiro dessa confusão", em referência à crise do coronavírus

Foto: Sérgio Lima/ AFP


Paulo Guedes convocou empresas a colaborar com a compra de teste para aumentar a detecção do coronavírus - FOTO: Foto: Sérgio Lima/ AFP


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O ministro da Economia, Paulo Guedes, foi entrevistado ao vivo na noite deste sábado (28) na live da XP Investimentos sobre medidas econômicas do governo contra o coronavírus. Na conversa acompanhada por mais de 45 mil pessoas, sobretudo empresários, ele falou sobre sua aposta de saída rápida do Brasil após o choque da covid-19, da operacionalização das medidas propostas pelo governo a partir dessa semana e do apoio de empresas no combate à epidemia. Questionado sobre o tempo da quarentena, Guedes não se arriscou a dizer qual seria o tempo adequado para o isolamento social, mas destacou que o tempo da economia é diferente do tempo da saúde. 
"Eu não me arrisco em assuntos de saúde, porque não é minha especialidade. Também afirmo que, nesse momento, não existe um entendimento entre os ministérios da Saúde e da Economia sobre qual seria o tempo adequado. O que sabemos é que na saúde a expectativa é de que a onda atual do coronavírus dure três meses. O tempo que a saúde exige não é ideal para a economia, que poderá entrar em colapso. Dependendo como os casos vão evoluir, talvez tenhamos que ir reduzindo o isolamento social antes do que a saúde espera", ponderou Guedes. Pesquisa realizada pela XP Investimentos com 700 empresas no País, apontou que 60% das companhia não conseguem se manter paradas entre 30 ou 60 dias. 
O ministro sugeriu que uma das medidas para liberar as pessoas a voltar ao trabalho e às ruas é aumentar a testagem entre a população. Ele disse que em reunião com empresas como a Vale e a Ambev e elas já vão contribuir. "O aumento da taxa de detecção ajuda a impedir o contágio. A Vale adquiriu milhões de testes, testou seus funcionários e vai doar o restante ao Poder Público. A mesma coisa fez a Ambev, comprou um milhão e vai usar cerca de 70 mil para testar seus funcionários e familiares dos colaboradores e depois doar o restante", revela. Durante a live, várias empresas demonstraram interesse em colaborar.  
A expectativa é de que na segunda semana de abril a situação já esteja organizada as medidas comecem a funcionar. "Se isso não acontecer teremos falhado, porque no final deste mês todo mundo deve receber salário, mas depois se a situação se estender vai complicar", admitiu Guedes, dizendo que é um desafio gigante e complexo despejar o equivalente a 4,8% do PIB na economia em um curto período de três ou quatro semanas.
"Acredito que o País será o primeiro a sair dessa confusão, porque o Brasil já estava decolando. Não tenho dúvida de que vamos sair disso juntos. Já tivemos a primeira onda da doença e agora estamos entrando na segunda onda, mas não podemos deixar ela crescer. As organizações produtivas precisam continuar funcionando para não deixar as prateleiras vazias e continuamos acompanhamos. O que eu peço aos empresários e às pessoas é que tenham um pouco de calma. Empresário não demita seus funcionários, espere porque dentro de dois a três dias as coisas vão acontecer, as medidas anunciada serão operacionalizadas. O mesmo pedido eu faço ao taxista, ao informal, que se perguntam: cadê os meus R$ 600? Isso também vai acontecer até a próxima semana", garante. 

PLEITOS

Paulo Guedes diz que o ministério recebeu 720 pleito de empresas e trabalhadores, isso foi selecionado para 80 solicitações e as respostas foram distribuídas em quatro categorias: trabalhista, tributária, crédito e legislação. Sobre as medidas tributária ele lembrou que já foi postergado o recolhimento do FGTS, com possibilidade de parcelamento em seis vezes a partir de julho deste ano. Lembrou que foram eliminados alguns encargos trabalhistas, mas que não se pode sair postergando todos os impostos. "Fazer isso é estimular a desobediência civil e todo mundo achar que não precisa pagar. E isso não pode", defende.
O ministro também defende que quando a situação mais crítica passar é preciso acelerar a volta doa dinamismo econômico, tocando as reformas, destravando as privatizações e as concessões e retomando as obras de infraestrutura, que ajudam a gerar empregos. "Juntos somos mais fortes. Vamos todos contribuir para sairmos logo dessa crise", convocou. 
Fonte:JC. 

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