Poucos apontavam a Costa Rica como uma das possíveis zebras da Copa do Mundo 2014. Sem jogadores de expressão e com pouca tradição em Mundiais, era mesmo difícil apostar na equipe. Dentro de campo, a imprevisibilidade se fez. Após bater o Uruguai na estreia, os Ticos venceram a gigante Itália, por 1×0, com gol de Bryan Ruiz. O triunfo foi comemorado como título na Arena Pernambuco. Afinal, os costarriquenhos fizeram história. E já se garantiram nas oitavas de final.
Apesar de enfrentar um oponente mais modesto, a Itália não mudou o estilo de jogo. Apenas Balotelli no ataque. No meio, dois volantes de contenção (Thiago Motta e De Rossi), Pirlo como meia central e Marchisio e Candreva mais abertos pelas pontas. Já a Costa Rica entrou com três zagueiros, mas sem abdicar do ataque. Campbell era o centroavante, enquanto Bolaños e Bryan Ruiz, pelos lados, armaram uma linha de frente ágil e eficaz.
Apoiados pela torcida, em notável maioria na Arena Pernambuco, a Costa Rica começou levando perigo ao gol de Buffon. Bolanõs e seus escanteios venenosos exigiram duas boas saídas de gol do veterano goleiro italiano. Em outra cobrança, Borges quase marcou, cabeceando por cima. Em um chute de longe, Bolaños também exigiu boa defesa do arqueiro adversário.
Mas a Itália também assustou à meta adversária. Após um bate rebate, Thiago Motta bateu rasteiro, de fora da área, pela linha de fundo. Mas as melhores jogadas nasceram em belas jogadas de Pirlo. Organizador de jogo com notável visão de jogo, o camisa 21 deixou Balotelli na cara do gol. O esguio atacante tentou encobrir Navas, mas mandou para fora. Em outra boa jogada, Pirlo lançou pelo alto, Motta desviou e a bola ficou com Balotelli, que chutou em cima de Navas.
O crescimento da Itália não reduziu o ímpeto dos costarriquenhos. Inflamada pela fanática massa, a seleção da Costa Rica seguiu criando boas jogadas. Em uma delas, Campbell recebeu na entrada da área, passou por Chiellini e foi derrubado pelo zagueiro italiano. Pênalti claro, ignorado pelo árbitro chileno Enrique Ossis. Já perto do final do primeiro tempo, Díaz levantou no segundo pau. Bryan Ruiz passou nas costas de Chiellini e cabeceou. A bola bateu no travessão, cruzou a linha e saiu para a área. A explosão dos Ticos não deixou dúvidas. Gol confirmado e a Costa Rica conseguido uma improvável vitória parcial sobre a Itália.
No segundo tempo, o jogo ficou nitidamente mais morno. Nos primeiros minutos, a Itália até teve duas boas chances, em arremates de longe, com Darmian e Pirlo, mas Navas mostrou segurança. Precisando de uma vitória para entrar com tranquilidade na última rodada, o técnico Cesare Prandelli resolveu arriscar. Mandou dois meio-campistas (Motta e Candreva) por dois atacantes rápidos (Cassano e Insigne). Pouco adiantou. Bem postada, a defesa da Costa Rica anulada as tentativas italianas.
Em desvantagem no placar, a Itália tentou exercer pressão através dos lançamentos longos. Prandelli expôs o time aos contra-ataques costarriquenhos. Contudo, a equipe de Jorge Luis Pinto mais preocupou-se em se defender do que em tentar o segundo gol. Uma vitória já classificaria a Costa Rica. No final, Brenes quase marcou o segundo para os Ticos em um belo chute. A bola foi para fora. Mas nem por isso a seleção da América Central deixou de comemorar. Enrique Osses apitou o final do jogo e confirmou a histórica vitória da Costa Rica, a primeira seleção do Grupo da Morte classificada às oitavas de final.
Itália 0
Buffon; Abate, Barzagli, Chiellini e Darmian; De Rossi, Pirlo, Thiago Motta (Cassano), Candreva (Insigne) e Marchisio (Cerci); Balotelli. Técnico: Cesare Prandelli.
Costa Rica 1
Navas; Gamboa, Duarte, González, Umaña e Díaz; Tejeda (Cubero), Borges, Bolaños e Bryan Ruiz (Brenes); Campbell (Ureña). Técnico: Jorge Luis Pinto.
Local: Arena Pernambuco (São Lourenço da Mata).
Árbitro: Enrique Osses (Chile).
Assistentes: Carlos Astroza e Sergio Roman (ambos do Chile).
Gols: Bryan Ruiz, aos 43 minutos dos 1º T;
Cartões amarelos: Balotelli (I), Cubero (C)
Público: 40285
Fonte :Folha de PE.
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