domingo, 30 de março de 2014

Arrecadação entra no debate entre os pré-candidatos

Principais adversários tem opiniões diferentes sobre arrecadação (Foto: Internet)Por Marcelo Montanini

Da Folha de Pernambuco


Os impostos entraram na pauta da pré-campanha eleitoral ao Governo de Pernambuco. Um tema árido para a sociedade e pouco atrativo aos eleitores passou a ser ferramenta eleitoral para ambos os dois pré-candidatos já postos, a partir de perspectivas díspares. De um lado, o secretário estadual da Fazenda, Paulo Câmara (PSB) – o homem responsável pelo aumento na arrecadação do Estado -; do outro, o senador e ex-presidente da Confederação Nacional das Indústrias (CNI), Armando Monteiro Neto (PTB) – ligado ao setor empresarial.
Nas últimas semanas, o lançamento do Fundo Estadual de Apoio aos Municípios (FEM) 2 e o modelo de tributação do Estado, sobretudo para as micros e pequenas empresas, estiveram no bojo da discussão. O FEM é o programa do Governo Estadual de redistribuição de recursos com base na arrecadação de impostos, que injetou R$ 228milhões nos municípios para realização de pequenas obras.
O Pacto Federativo, bandeira do governador-presidenciável Eduardo Campos (PSB), é endossado por Câmara. O Armando Neto, assim como os socialistas, defende mudanças, mas critica a eleitoralização da discussão. A “guerra fiscal” promovida pelos estados para atrair investimentos, mas que produz distorções na arrecadação de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) também foi motivo de discordâncias nos discursos.
Segundo Monteiro Neto, por causa disso, Pernambuco poderá perder até R$ 2 bilhões neste ano. Paulo Câmara, no entanto, afirma que esta é a única forma de atrair investimentos para o Estado. O cientista político Juliano Domingues avalia que tornar acessível o assunto sobre imposto ao eleitorado não especializado é um grande desafio para os estrategistas da comunicação dos candidatos.
“Caso esse tema se consolide na disputa, a estratégia deve levar em conta a necessidade do eleitor perceber a importância das consequências dessa política (de tributação) no seu dia a dia, ressaltando aspectos econômicos, mas, sobretudo, sociais”, sugere.
Contudo, o economista Gustavo Rocha destaca que a “maior parte da população é que paga mais impostos, embutidos nos produtos”, logo, são os mais interessados. O economista destaca que os discursos estão sendo utilizados, em partes, estrategicamente para desconstruir o concorrente.
Além disso Rocha considera que “são mais focados nas formas do que na diminuição”. Por enquanto, ele não identifica vantagem em nenhum dos postulantes. Juliano Domingues avalia que Armando Neto e Paulo Câmara são especialistas na área, porém observa que o senador, pela experiência e trânsito no meio empresarial, além de ser da oposição, levaria vantagem neste debate. “Paulo Câmara não teria muito a ganhar com a manutenção dessa agenda”, afirma o analista político.
Fonte:Blog da Folha de PE.

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