Raro é o político que convive bem com a expectativa de ficar sem mandato. Não é à toa que prefeitos reeleitos em 2012 preparam-se para desembarcar da função e se candidatar a novos cargos em 2014. Alguns já se movimentam claramente, como é o caso de Ricardo Teobaldo (PTB), de Limoeiro, no Agreste, e Marinaldo Rosendo (PSB), de Timbaúba, na Mata Norte, que já deixou, semana passada, o cargo para se dedicar à briga pelo voto. Ambos têm planos de disputar vaga na Câmara dos Deputados. Outros estão no centro de especulações. Encabeçam a lista gestores de alguns dos maiores colégios eleitorais do estado. Entre eles, Renildo Calheiros (PCdoB), de Olinda, Elias Gomes (PSDB), de Jaboatão dos Guararapes, e José Queiroz, de Caruaru. O comunista voltaria a concorrer a deputado federal. Os dois últimos aparecem em eventuais composições majoritárias.
Teobaldo recorre à tradição política de Limoeiro para justificar seu projeto. Diz que o município sempre contou com representantes no Legislativo e agora está há 30 anos sem alguém na Câmara. “A população está entendendo que posso contribuir ainda mais, brigando por recursos em Brasília”. O prefeito é neopetebista. Deixou o PSDB para reforçar o palanque da candidatura do senador Armando Monteiro ao governo do estado. “Já fui deputado estadual por dois mandatos, sou prefeito reeleito com a maior diferença histórica (mais de 6 mil votos à frente) em Limoeiro e agora tenho essa pretensão”, afirma.
Socialista festejado na aliança governista pela expectativa do volume de votos que deve angariar, Rozendo já vinha circulando ao lado de pré-candidatos a deputado estadual. Adiantou o calendário fechando dobradinhas. Empresário bem estruturado financeiramente – atua no ramo de distribuição de bebidas –, é encarado como possível concorrente do deputado Eduardo da Fonte (PP) no que diz respeito a se converter no “arrasa-quarteirão” das urnas. O pepista foi o segundo mais votado em 2010, superado apenas pela ex-deputada Ana Arraes, filha do ex-governador Miguel Arraes e mãe de Eduardo Campos.
O comando do PCdoB estadual frisa que, “em princípio” uma eventual candidatura de Renildo à Câmara dos Deputados não está na pauta do partido. O presidente da legenda, Alani Cardoso, diz que o prefeito segue cumprido normalmente o mandato e que, pelo menos até agora, não expôs qualquer intenção de voltar à disputa proporcional. Nos bastidores da aliança, todavia, há quem aponte a candidatura do prefeito olindense como certa. Lembram que ele é homem talhado para o Legislativo e não para o Executivo.
Elias Gomes aparece nas prospecções referentes à chapa majoritária da Frente Popular. Poderia ser o vice do candidato a ser indicado por Eduardo Campos para o governo, selando a aliança entre tucanos e socialistas. Ele também estaria se articulando para lutar por uma cadeira na Câmara. Embora frise que o partido siga costurando a parceria com o PSB, o que significa que existam possibilidades abertas, Elias diz que não cogita deixar o cargo. “No primeiro mandato, elaboramos e implantamos o planejamento e, no segundo, estamos colhendo resultados desse esforço, transformando Jaboatão”, diz. “Não teria sentido disputar um mandato proporcional”, completa.
O prefeito de Caruaru, do mesmo modo, estaria sendo cortejado para ocupar a vice. Só que para a chapa de Armando Monteiro. O senador já teria, inclusive, feito sondagens nesse sentido como forma de garantir a tradição estratégica de ter um nome do maior município do Agreste na majoritária. O PDT nega. Os petebistas asseguram que o senador ainda não tem tratado da formação da chapa.
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