A Copa do Mundo se aproxima e a instabilidade da conexão vista no ano passado, na Copa das Confederações, não acontecerá. Pelo menos é o que afirmam a TIM, Claro e Vivo. Além dos investimentos de infraestrutura nas proximidades da Arena Pernambuco, localizada em São Lourenço da Mata, as operadoras, junto com a Oi e Nextel, formaram um consórcio que investirá R$ 200 milhões para a instalação de antenas, cabos e roteadores nas 12 arenas. As empresas de telefonia móvel trabalham também com soluções alternativas, como as Estações Rádio Base (ERBs) móveis e instalação de cabo submarino.
No consórcio, o projeto das cinco operadoras é o mesmo adotado nos estádios das Olimpíadas de Londres, em 2012. Segundo a TIM, todas elas instalaram os equipamentos após um mapeamento do local. Com isso, de acordo com a Vivo, as arenas estarão equipadas para suprir a demanda de uma cidade com 100 mil habitantes.
Mas a realidade é outra. Para 2014, estima-se o consumo nacional de 19,2 bilhões de gigabytes (GB), segundo levantamento das operadoras através da Frost & Sullivan’s e Cisco - consultoria de análise de mercado. Ainda de acordo com Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), só em novembro de 2013, 270,5 milhões de linhas de celular ativas foram registradas e os smartphones representam 35% desse total.
“A demanda será grande e o investimento das operadoras é aquém. A rede de telefonia já está carregada por si só por disponibilizar serviço de dados em smartphones. O 3G aqui não chegou ao nível do americano ou do europeu e elas correram para lançar o 4G sem regular o serviço 3G. Estamos há seis meses dos jogos e essa demanda vai criar um gargalo”, analisa o Mestre em Redes, especialista em Comunicação de Dados e doutorando em Segurança de Redes, Anderson Queiroz.
Ele aponta que o atraso na configuração técnica dos dados, por parte das operadoras, irá resultar na instabilidade da conexão nos jogos mundiais. Até maio, a Anatel exige a expansão da rede 4G para 80%. À parte do consórcio, “a Claro espera investir R$ 600 milhões em infraestrutura até o fim deste ano”, informou o diretor regional da operadora no Nordeste, André Peixoto. Em nota, a Vivo explicou que, entre 2011 e 2014, a maior parte dos R$ 24,3 bilhões aplicados “destina-se principalmente à ampliação da cobertura e da capacidade de rede e nos sistemas e processos”.
Até o primeiro semestre, a operadora irá ampliar a capacidade e otimização da rede no Recife. Já a TIM prevê investimento de R$ 11 bilhões no triênio que vai até 2016. Do total, 90% serão destinados à infraestrutura.
Em paralelo, a TIM promete instalar ERBs móveis nas proximidades da Arena Pernambuco para aumentar a capacidade da conexão. Além disso, a operadora está implementando o projeto FTTS (Fiber to the Site), que permite maior velocidade de tráfego de dados e serviço de banda larga ao ligar a fibra óptica às antenas. A Claro também investiu em cerca de 120 mil quilômetros de fibra óptica por todo o País e na infraestrutura de cabo submarino, com 89 mil km já construídos e capacidade de até 500 Gbps. Outras operadoras devem utilizar caminhões com antenas móveis, mas a Oi, Vivo e Nextel não informaram sobre essas soluções.
Saiba mais
Previsão - Os 19,2 bilhões de gigabytes que devem ser consumidos neste ano representam um aumento de 65,09% em relação a 2013.
Fonte : Thulio Falcão, da Folha de Pernambuco.
Nenhum comentário:
Postar um comentário