O Índice de Velocidade de Vendas (IVV) do mercado imobiliário da Região Metropolitana do Recife ficou em 12,4% em agosto, interrompendo uma tendência de queda iniciada em abril. Empresários e especialistas apontam que 2013 deve terminar positivo, embora admitam que esse deve ficar mesmo marcado como um ano de acomodação.
Principal peso do índice geral, o IVV residencial de agosto fez que a média dos primeiros nove meses do ano ficasse em 11,2%. O percentual é menor do que os registrados entre 2010 e 2012, apesar de estar acima dos demais anos da série medida nesse levantamento, que se inicia em 2002 (veja quadro). Já para imóveis comerciais, a média do acumulado do ano é a mais baixa desde 2006, indicando uma desaceleração mais forte do que no segmento habitacional.
Vice-presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon-PE), José Antônio Simon lembra que as referências do mercado estavam altas a partir de 2010. Em 2012, a quantidade de lançamentos, por exemplo, teve um recorde de 8.051 unidades lançadas naquele ano. Já entre janeiro a agosto desse ano, foram 4.953, 61% do realizado em 2012. Além disso, assim como vem ocorrendo nos últimos meses, a retração dos novos imóveis não segurou o aumento do estoque - imóveis já lançados e ainda não vendidos -, que cresceu 34%.
“A partir do próximo ano, com lançamentos importantes e movimentação na economia vinda dos grandes investimentos, deveremos ter um reaquecimento”, comenta o conselheiro do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci-PE), Petrus Mendonça. Um dos números do levantamento de agosto mostra esta ebulição. Entre janeiro e agosto, considerando apenas o mercado imobiliário - ou seja, sem considerar grandes obras como a da Refinaria Abreu e Lima - 12,4 mil pessoas estavam empregadas em construtoras e incoporadoras, o maior volume para o período nos últimos 10 anos.
Dentro desse aquecimento, se destacam as áreas fora do Recife, como lembra Simon. Em São Lourenço da Mata, o IVV foi de 22,4%, o mais alto entre as áreas pesquisadas. Para o vice-presidente do Sinduscon, o avanço do setor da construção civil na área habitacional é sustentável. “O setor está, como deve ser, cada vez mais dependente da política habitacional do governo e das taxas de juros atraentes. É um mercado que não pode depender do capital das construtoras, como era nos anos 90”, avalia.
Para ele, mesmo com a acomodação, 2013 deverá terminar com resultado ligeiramente melhor do que 2012, que fechou com 7.254 unidades vendidas. O que, de acordo com os números do IVV, só será possível se a média mensal de vendas ficar um pouco maior do que o foi realizado até agora, de 555 habitações mensais.
O IVV é medido pela Unidade de Economia, Estudos e Pesquisas (UEP) da Federação das Indústrias de Pernambuco (Fiepe). Segundo informações da UEP, o valor de R$ 5,2 mil por metro quadrado ainda não pode ser tomado como referência, uma vez que a coleta desse dado é recente e não comparações adequadas além do resultado de julho, que foi 4,4% menor.
Índice de Velocidade de Vendas de imóveis da Região Metropolitana do Recife, de agosto de 2013 from redacaojornaldocommercio
Fonte :JC.
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