Fim das eleições municipais de 2012, enfim, para “muitos”, hora de reorganizar a vida, colocar as coisas no lugar e voltar à rotina, para “outros”, comemorar a vitória e preparar o resgate do investimento feito nas eleições e finalmente para “alguns”, momento de realizar um balanço, planejar os novos passos e seguir a caminhada, pois a vida não para. Esses momentos são indiscutivelmente os melhores das eleições, é onde se escuta e se lê as pérolas, dos entendedores da política, frases tão cegas e sem sentido, só comparadas as do período pré-eleitoral, mas todas culminam no mesmo sentido: As eleições passaram, hora de voltar à realidade.
Realidade? Como assim? Há os que reproduzem verbetes, sem nem ao menos refletir cinco segundos sobre o que aquilo pode significar ou representar socialmente, exalam sobre a “festa da democracia!”, mas não veem o obvio. Se a democracia é uma festa, nossa vida é uma have regada a entorpecentes, pois vivemos diariamente essa ilusão.
Da mesma forma que a banda O Rappa, acertadamente afirma em uma de suas músicas que “Paz sem voz, não é paz é medo”, vale refletir se há democracia enquanto o Capital sobressair, frente aos interesses coletivos, inclusive nas eleições. E quem não ouviu rumores, presenciou ou foi interpelado pelo poder financeiro nessas eleições? Sejamos justos, e nas outras também?
O fruto dessa interpelação se estampa no poder, dos que estão hoje e dos que estarão no ano de 2013. Afinal de contas, em São Lourenço da Mata, o que muda com tamanha renovação da Câmara legislativa da cidade, já que não houve mudanças no Executivo municipal? Os rostos? Sim, pode ser. Pois os projetos, se posso por no plural, esses não divergem dos que não se reelegeram. Nem tudo que é novo, torna-se novidade.
E agora, que fazer? “Muitos”, incluindo candidatos eleitos, só e apenas, ficaram a espreita para daqui as 4 anos “tentar outra vez”. “Outros”, “desmontarão os palanques” e farão dossiês políticos para submetê-lo ao poder financeiro nos próximos pleitos e “alguns” seguirão a luta diária dos que acreditam que a disputa se dá no projeto do que se quer. Cientes de que a as eleições são só uma etapa nesse contexto e que a condição de “alguns”, “outros” e “muitos” é variável. Pois Paz e voz, não são nada sem liberdade.
Fonte :*André Justino é Jornalista e Presidente do PSOL em São Lourenço da Mata.
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