Após a divulgação das médias nacionais dos
estudantes brasileiros no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb,
sistema de avaliação nacional gerenciado pelo Ministério da Educação), a
diretora de Currículos e Educação Integral do ministério, Jaqueline Moll,
refirmou que o governo federal deverá aplicar
mais de R$ 1,4 bilhão até o final deste ano para a ampliação do ensino em tempo
integral nas escolas públicas.
O valor já havia sido
anunciado no primeiro semestre deste ano e foi confirmado em palestra que
concedeu na Câmara a convite da Frente Parlamentar da Educação.
As médias gerais do Ideb, que são baseadas nas
taxas de aprovação e no desempenho geral em provas de Português e Matemática,
mostraram que os alunos do ensino médio da rede pública não evoluíram em dois
anos – o índice de 3,4 atingido em 2009 foi
mantido em 2011. Já nos anos iniciais do ensino fundamental, os resultados foram
melhores. Os alunos dessa etapa alcançaram nota 5, 0,1 a mais que a média
prevista para 2013.
Para o senador Cristovam Buarque (PDT-DF), o
desempenho do País no exame foi “sofrível”.
Os recursos confirmados pela diretora do MEC devem
bancar iniciativas diversas de acompanhamento pedagógico, educação ambiental,
reforço escolar, esporte e lazer, cultura e artes, ensino da
história de comunidades tradicionais entre outras atividades que compõem a
ampliação da carga horária na escola.
Hoje, 32 mil escolas já oferecem aulas e atividades
em tempo integral aos alunos. Segundo Moll, a meta do governo é garantir esse
tipo de ensino para todos os estudantes da educação básica em até 20 anos. Para
o coordenador da Frente Parlamentar da Educação, deputado Alex Canziani
(PTB-PR), a ampliação do ensino integral deve ter impacto direto na nota das
escolas no Ideb: “Sem dúvida, o aumento do tempo na escola representa um ganho
importante para a melhoria da qualidade do ensino no País, que vai se refletir
nos índices educacionais”.
Plano Nacional de
Educação
Para esta década, a meta do
governo coincide com a última versão do Plano Nacional de Educação (PNE – PL
8035/10) aprovado por uma comissão especial da
Câmara. O texto prevê a oferta de ensino integral em 50% das escolas da educação
básica – que abrange o ensino fundamental e o ensino médio. Serão, segundo
texto, no mínimo25% de todos os alunos com aulas e atividades de seis a sete
horas por dia, nos dois turnos. Deputados da comissão haviam sugerido a
ampliação da meta para 50% dos alunos com jornada integral.
O plano, no entanto, ainda pode sofrer alterações
na Câmara, já que um grupo de 80 deputados apresentou recurso para análise do texto em Plenário. Se o recurso for
aprovado, os deputados poderão mudar qualquer uma das metas previstas no PNE,
inclusive aquela de educação em tempo integral. A previsão é de que o plano seja
votado no próximo dia 19 de setembro.
Benefícios
Apesar das divergências quanto às metas da oferta de
ensino nos dois turnos, há consenso quanto aos benefícios desse tipo de ensino.
De acordo com Jaqueline Moll, os índices de aprovação aumentam
significativamente entre o grupo que participa de atividades escolares pela
manhã e pela tarde. As taxas de evasão escolar, segundo a diretora, também são
menores. “Ainda temos alguns desafios pela frente, como a integração do
currículo, melhoria da infraestrutura escolar, formação pedagógica diferenciada
dos professores, articulação das escolas com a comunidade, mas os ganhos são
visíveis nesse grupo e podem melhorar”, disse.
Alex Canziani também se disse esperançoso quanto
aos resultados da ampliação do ensino em tempo integral e afirmou que o tema vem
ganhando força na agenda política. “As próprias campanhas eleitorais deste ano
mostram isso, já que diversos candidatos a prefeitos têm se comprometido com o
tema”, comemorou.
Fonte : Agência
Câmara
Reportagem – Carolina Pompeu.
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