Até então tímida, a execução do Ramal da Cidade da Copa, principal via de acesso à infraestrutura montada em Pernambuco para os jogos de 2014, deve começar a ganhar novo fôlego. Pelo menos é o que se espera com a atitude do Estado, que anteontem deu a largada para desapropriar 120 imóveis que estão no futuro traçado da radial. As negociações com os moradores não tiveram início, mas o governo publicou no Diário Oficial decreto declarando de utilidade pública para fins de desapropriação diversas áreas do Loteamento Cosme e Damião, na Várzea, Zona Oeste do Recife. Ou seja, a partir de agora, quem não concordar com o valor da desapropriação terá que fazer questionamentos na Justiça. Com o decreto, assinado pelo governador Eduardo Campos, o Estado está legitimado a abrir caminho para o corredor viário.
O Ramal da Cidade da Copa será uma via com 6,3 quilômetros, que ligará a Avenida Belmino Correia (PE-05), em Camaragibe, ao lado da Estação Camaragibe do metrô, à BR-408 e à Arena da Copa, em São Lourenço da Mata, passando pelo terminal integrado e pela Estação Cosme e Damião do metrô, em construção, na Várzea, há mais de dois anos. Terá duas faixas exclusivas para o transporte público, seis para veículos particulares (três em cada sentido), ciclovia e calçadas. No total, terá 32 metros de largura e custará R$ 131 milhões (recursos federais).
A previsão do governo é concluir a primeira etapa - cerca de quatro quilômetros entre a Arena e a Estação Cosme Damião, incluindo uma ponte sobre o Rio Capibaribe - até fevereiro de 2013. A segunda parte, mais complexa por incluir outras desapropriações, compreende o trecho entre o TI Cosme Damião e a Avenida Belmino Correia. O governo vai gastar R$ 19 milhões para desapropriar os 120 imóveis.
Na prática, as dificuldades do Estado ainda são muitas e, considerando os atropelos que o poder público enfrenta quando depende de desapropriações, o caminho será longo. Mas segundo explicou o secretário executivo de mobilidade, Flávio Figueiredo, o traçado da via foi readequado para diminuir o impacto sobre a população, evitando menos desapropriações, custos e, consequentemente, entraves judiciais. “O traçado está mais a oeste do que antes. Mudamos para passar por áreas onde existem mais lotes vazios, menos casas. Assim, afetamos menos a população e agilizamos os trabalhos.” Segunda-feira, equipes da Secretaria das Cidades começam a conversar com as famílias e a avaliar os imóveis.
Entre os moradores reina a desinformação. Ninguém sabe por onde a futura avenida passará. “Não queremos sair daqui. Construímos nossa casa, do jeito que queríamos, há três anos e meio. Antes, a avenida não passaria por aqui”, afirmaram Laerty Nunes e Mirani Lemos, moradores da Rua Escritor Joaquim Noberto, uma das vias atingidas.
Fonte :JC
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