terça-feira, 29 de março de 2011

Suape: Empreiteira treina operários

A efervescente construção civil e pesada, em Pernambuco, e a concorrência com outras grandes obras fez a Odebrecht trazer para a Cidade da Copa, em São Lourenço da Mata, um programa de formação de mão de obra criado para a hidrelétrica de Santo Antônio, em Rondônia. Assim como naquele Estado, aqui falta mão de obra qualificada. A formação, mais do que altruísmo, é necessidade. Em Pernambuco, os beneficiados são de Camaragibe e São Lourenço, a quem a meta é destinar ao menos 50% das vagas da Arena da Copa.


A construção do estádio, única obra a sair do papel, por enquanto, na Cidade da Copa, já emprega 500 pessoas. Até o final do ano, ela terá um pico de 1.500 trabalhadores, o que deve se manter por quatro ou cinco meses. Já são mais de 90 máquinas diferentes em tarefas como terraplenagem e fundações.


O estádio consumirá mais de 10 mil toneladas de barras de aço, para sustentar o concreto, só para dar um exemplo. Pelo ritmo da construção, já que o estádio de 46 mil lugares precisa ser entregue em 31 de dezembro de 2012, algumas fases serão sobrepostas.


“Vamos ter realmente uma grande quantidade de serviços em paralelo”, comenta Jayro Poggi, engenheiro do Consórcio Arena Pernambuco Negócios, responsável pelas obras. A Odebrecht lidera o consórcio.


Recrutar pessoal para trabalhar não tem sido fácil. O Complexo Industrial Portuário de Suape virou um grande ímã de operários. Somando a Refinaria Abreu e Lima e a PetroquímicaSuape, os dois maiores canteiros, são 34 mil trabalhadores.


A saída veio de Rondônia. Lá, a constatação da baixa qualidade da mão de obra, em uma pesquisa antes da construção da hidrelétrica de Santo Antônio, motivou a criação de um processo seletivo simplificado, com avaliação de português e matemática, para o ingresso em dois módulos consecutivos de aulas, o básico e o técnico.


No total, são de 52 a 64 horas-aula, dependendo do curso, para as ocupações de soldador, ajudante de obras, pedreiro e carpinteiro, entre outros. O programa foi replicado para outros Estados, com o apoio do governo federal. Em Pernambuco, a arena é o primeiro canteiro de obras da Odebrecht com o Acreditar.


Diante de tanta demanda nas obras pernambucanas, porém, é inevitável “importar” gente de fora de Pernambuco. A reportagem do JC localizou trabalhadores vindos de Estados como Goiás, mas que pediram para não ser entrevistados. O diretor-presidente do Consórcio, Marcos Lessa, reforça o objetivo de incluir os pernambucanos em pelo menos metade dos empregos diretos da arena, também para reduzir a migração de trabalhadores e os possíveis impacto social desse fluxo.


Todo esse preparo dá só um gostinho do grande canteiro que será a Cidade da Copa. Em breve.
Fonte: Jornal do Commercio

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