domingo, 30 de janeiro de 2011

Um adversário chamado chuva

As chuvas de verão em janeiro passaram da conta no Grande Recife. O índice pluviométrico esperado pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) para o mês foi alcançado ainda no dia 26. Como consequência, o aumento do risco de deslizamentos nos morros da metrópole, congestionamentos nas maiores avenidas e alagamentos por toda parte. Essas seguidas pancadas de chuva também acabaram influenciando diretamente no andamento das obras da arena pernambucana para a Copa do Mundo de 2014. Em São Lourenço da Mata, onde um volume cada vez maior de operários trabalha na empreitada, o número de dias perdidos por causa da situação do solo, encharcado, chegou a oito. A intensa ação da natureza bateu o planejamento do homem, marcando o sexto mês da série ´Diário de uma Arena`, com o passo a passo do maior e mais ousado plano do estado para o Mundial.

A processo de terraplenagem nos 52 hectares do futuro complexo - estádio, estacionamento, fun fest e centro de imprensa - ficou mais lento porque o excesso de chuva atrapalhou não só a obra durante o registro da precipitação como também no dia seguinte, com o solo adverso, úmido. Contexto prejudicial não só na formação do aterro como no próprio deslocamento das máquinas, com vias intransitáveis, segundo a direção de engenharia da obra. Para escoar a água, alguns córregos foram cavados, desaguando no Rio Capibaribe, na margem do terreno.

Obiamente, as chuvas estavam dentro do cronograma da Odebrecht, que lidera o consórcio para a construção e operação da arena. A empresa já considerava o desenvolvimento de ações complementares neste mês, marcado por explosões de rochas e início dos aterros, na fase final antes do início das fundações, com a concretagem na base do futuro estádio para 46 mil torcedores. Porém, o índice atípico já vem sendo contornado. Para recuperar esse tempo perdido, a execução da extensão de jornada dentro da lei trabalhista, aumentando em três horas o fim de expediente, passando das 17h para as 20h. Quatro torres de refletores temporários foram instalados no centro do terreno onde será erguido o campo exato.

´O índice puviométrico no mês foi além do esperado. Normalmente, quando planejamos levamos em conta a praticabilidade. Quando fizemos o planejamento, tentamos concentrar a obra de terraplenagem no verão, pois quando chove não se pode trabalhar nesse período`, afirmou o coordenador da obra da Arena, Jayro Poggi. Segundo Poggi, o prazo para o início das fundações está mantido para a segunda quinzena de fevereiro.

Em dois meses, o número de funcionários quadruplicou, passando de 83 para 340 pessoas, entre pedreiros, operários e engenheiros. ´Com fim dessa fase inicial, vamos para os alicerces do estádio. O importante é sair do chão. Chegando nessa etapa facilita muito, pois na terraplenagem o solo fica saturado com a chuva, enquanto na fundação é só parar de chover que a obra retoma na hora`, explicou o engenheiro, ressaltando que a partir de agora o efetivo vai aumentar de forma exponencial, rumo ao pico planejado, de1.000 operários. Ou seja, a fase centrada apenas nas máquinas (tratores) cede espaço à ampla fase civil, com a mão de obra qualificada para setores de concretagem. Com ou sem chuva.

Fonte: Superesportes
Diario de Pernambuco

Nenhum comentário:

Postar um comentário