Devido ao sucesso de público, a exposição individual "Amor e Solidariedade", do escultor pernambucano Abelardo da Hora, que seria encerrada no último dia 8, permanecerá aberta para visitação pública até o dia 29 deste mês (domingo), na Estação Cabo Branco – Ciência, Cultura e Artes, no bairro do Altiplano. A mostra foi aberta oficialmente pelo artista no dia 2 de junho e até o início de agosto registraram presença nos livros de assinaturas 39.805 pessoas, sendo 10.468 estudantes e 29.337 visitantes em geral.
No dia 4 deste mês, Abelardo da Hora voltou a João Pessoa para lançar o catálogo da mostra. Presente ao lançamento, o prefeito Luciano Agra, anunciou publicamente que duas obras do artista em bronze foram adquiridas para a Estação. "Para que fiquem cravadas para sempre neste lugar", acrescentou.
Repercussão – A dona de casa Maria José Aquino, da cidade de Cabedelo (PB), disse que nunca havia escutado falar de Abelardo da Hora e ficou impressionada com a perfeição das esculturas. "É a primeira vez que visito a Estação Cabo Branco e estou maravilhada pelo local e por essa exposição. Esse homem é um gênio!", ressaltou.
O turismólogo e bailarino Cristian Melo, residente em João Pessoa há poucos meses, ficou emocionado e encantado com toda a estrutura do complexo arquitetônico e principalmente com a arte de Abelardo da Hora. "Estou fotografando todas, pois não sei quando vou ter outra oportunidade de ver obras tão perfeitas, parece um sonho", comentou.
Em visita monitorada, a estudante Ana Claudia Almeida, do 2° ano de Ensino Médio, ficou impressionada com a história do artista e optou por anotar todas as informações recebidas. "Vou levar tudo que aprendi aqui para meus colegas de sala de aula e vou também sugerir a minha professora de artes trazer toda minha turma aqui para uma aula de campo. Se eu pudesse compraria uma obra desta para presentear meu pai que adora objetos de arte".
O Catálogo – Com 137 páginas, o catálogo mostra, através de fotografias coloridas e em preto e branco, as 130 obras (salvas, pinturas, cerâmicas, desenhos conjuntos escultóricos) de Abelardo da Hora. Tem ainda textos, em português e inglês, sobre a vida e a obra do escultor escritos pelo curador Renato Magalhães Gouvêa e pelo diretor executivo do Instituto Abelardo da Hora (IAH), Abelardo da Hora Filho.
As fotografias e imagens do catálogo, todo em papel couché de 30 gramas, foram captadas pelo fotógrafo Thomas Baccaro e evidencia toda a delicadeza e expressividade de um dos escultores mais completos do Brasil ainda em atividade. Traz também uma grade cronológica sobre a vida do escultor desde quando nasceu, em 1924, no município de São Lourenço da Mata (PE), até 2008, quando foi homenageado no Carnaval Multicultural do Recife, no ce
ntenário do frevo.
Na opinião do diretor da Estação Cabo Branco, professor Fernando Abath, que também escreve no catálogo, Abelardo é mais do que um escultor. "Abelardo nos oferece um olhar sobre as vidas humanas com suas vivências sofridas, alegres ou exitosas", comentou.
A curadora geral da Estação Cabo Branco, a artista plástica Lúcia França, comentou no catálogo que Abelardo denuncia a fome e a dor, e nos convida a refletir sobre nossas atitudes demonstrando que Abelardo é um artista engajado e comprometido com o seu povo. "Assim como os grandes mestres, consegue sintetizar perfeitamente beleza e técnica", escreveu a curadora.
A Mostra – São 130 obras, distribuídas nos jardins e no segundo pavimento da Torre Mirante, entre esculturas, gravuras, desenhos e cerâmicas que celebram seis décadas de arte de Abelardo da Hora, considerado um dos poucos escultores expressionistas de vulto em plena atividade no Brasil, com 86 anos de idade.
A mostra traz uma retrospectiva de importantes obras de diversas fases do artista, que domina técnicas distintas e passa por temas variados, dentro de uma coerência que o liga às coisas de sua terra, do povo nordestino e das belezas culturais e naturais da região. Por fim, a mostra oferece ao público a oportunidade de conhecer de perto as várias faces de um mestre das artes plásticas brasileiras, suas temáticas e suas preocupações como criador e como cidadão.
O Artista – Abelardo da Hora nasceu no ano de 1924 em São Lourenço da Mata (PE). Formado pela Escola de Belas Artes do Recife, conviveu com nomes como Vicente do Rêgo Monteiro e Hélio Feijó. Vanguardista, foi um dos fundadores da Sociedade de Arte Moderna do Recife e um dos precursores da arte cinética no país. É mestre de toda uma geração de artistas pernambucanos de renome, partindo de Francisco Brennand até José Cláudio, Corbiniano Lins, Guita Scharifker, Gilvan Samico e Wellington Virgolino.
As obras de Abelardo da Hora estão espalhadas por todo o mundo: China, França, Estados Unidos, Suíça, Rússia e na antiga Tchecoslováquia. No Brasil, integra os acervos do Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro, Museu do Solar do Unhão na Bahia, MASP (Coleção Pietro Maria Bardi), MAC da USP, MAMAM do Recife e em inúmeras coleções particulares.
Todos os países da Europa, além da Mongólia, Argentina, Canadá e EUA (incluindo individual na Biblioteca do Congresso), já receberam suas obras em exposições individuais e coletivas. Diversas vezes premiado em Salões de Artes Plásticas em todo o país, desde a década de 50 é Delegado em Pernambuco da Secção Brasileira da Internacional de Artes Plásticas ligada à UNESCO, além de ser um dos fundadores da ABDE em Pernambuco.
SERVIÇO:EXPOSIÇÃO: AMOR E SOLIDARIEDADE – ABELARDO DA HORA – 60 ANOS DE ARTE
Até o dia 29 de agosto
Local: Estação Cabo Branco – Ciência, Cultura e Artes, no Altiplano
Visitação pública: Terça a sexta-feira das 9h às 21h, e nos sábados e domingos das 10h às 21h