Já estava escrito nas estrelas que Paulinho da Força, presidente do Solidariedade, que levou a maior vaia até o momento desta fase pré-eleitoral, por parte da militância vermelha sindicalista, iria ceder e voltar a beijar Lula, depois de se encontrar com o ex-presidente, como ocorreu na terça-feira passada.
Quando ameaçou cancelar o ato do SD em apoio a Lula, Paulinho, na verdade, quis apenas barganhar. No Brasil, ter o controle de um partido, como ele detém, virou balcão de negócios. Ele é um sindicalista pelego, tanto que as vaias não partiram exatamente de petistas raízes, mas de sindicalistas que não concordam com suas práticas clientelistas.
No encontro, mais do que o apoio do Solidariedade, Lula pediu ao pelego ajuda para atrair o apoio de outras siglas de centro a sua candidatura à Presidência da República. Já com outra postura, querendo ser agradável ao "rei", Paulinho prometeu buscar nas próximas semanas os presidentes do MDB, Baleia Rossi, do PSD, Gilberto Kassab, e do Avante, Luis Tibé. Vai tentar convencê-los a apoiar Lula pelo menos no segundo turno das eleições, quando a disputa pelas vagas ao Congresso Nacional já estará decidida.
A reunião entre Paulinho e Lula contou com a presença da presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR). Na conversa, o ex-presidente pediu ainda que o dirigente do Solidariedade esteja presente no lançamento de sua candidatura, marcado para 7 de maio, em São Paulo.
Segundo relatos, Lula garantiu a Paulinho que não haverá novas hostilidades contra o deputado. E prometeu que, caso petistas voltem a vaiar o dirigente partidário, deixará de lado sua versão “Lulinha paz e amor”. Na verdade, o ex-presidente não prometeu apenas isso. Teve a pauta também antirepublicana.
Cenário nebuloso - Durante o encontro com Paulinho Pelego da Força, Lula reconheceu que o cenário eleitoral deste ano apresenta dificuldades para a oposição e que é necessário formar uma espécie de frente ampla contra o presidente Jair Bolsonaro (PL). Já a presidente do partido, Gleisi Hoffmann, adotou discurso semelhante na entrevista após o encontro. “Aliança política e partidária é muito importante, Paulinho pode ajudar com isso, pela articulação que tem. Todos os esforços precisam ser feitos nesse sentido”, afirmou.
O PT do já ganhou - Antes do encontro, o presidente do Solidariedade criticou uma ala do PT. Questionado se havia "salto alto" dentro do partido, disse: "Acho que uma parte sim, talvez não a direção do PT, mas uma parte do pessoal do PT acha que já ganhou a eleição, e eu acho que a eleição não tá ganha". As vaias ao deputado geraram certo constrangimento, principalmente pelo fato, segundo Paulinho, de nem Lula nem Alckmin terem-no defendido na oportunidade.
Lula é só de Danilo - Ministro dos governos Lula e Dilma, hoje na folha do PT nacional, Gilberto Carvalho, a velha cara do Governo petista, o de maior era de escândalos no País, esteve num ato em Garanhuns ao lado de Danulo Cabral. E lá fez as juras de fidelidade de Lula ao pré-candidato do PSB. "Da parte de Lula, eu tenho plena convicção de que o palanque dele aqui é o palanque dessa aliança com o Danilo, com os candidatos a deputados e ao Senado que nós teremos aqui. Não é uma coisa superficial, ela tem profundidade. É uma coisa que toda aliança deveria ter”, afirmou.
Legalistas - Emissários do ex-presidente Lula têm sondado generais da cúpula do Exército. Sem rodeios, querem saber se Lula conseguirá tomar posse, caso seja eleito. A resposta não foge ao script: nada impedirá o vencedor, qualquer que seja ele, de assumir a cadeira no Palácio do Planalto. Um dos interlocutores de Lula e dos militares de alta patente é o ex-ministro da Defesa e da Justiça Nelson Jobim, que também comandou o Supremo Tribunal Federal. “A impressão que fico, nessas conversas, é a de que as Forças Armadas são totalmente legalistas”, disse Jobim ao Estadão.
Senado em aberto - Até o presidente estadual do PSB, Sileno Guedes, ficou surpreso com o lançamento da pré-candidatura da vice-governadora Luciana Santos ao Senado pelo PCdoB. "Tomei conhecimento pela mídia", disse. Segundo ele, também não é certo que a Frente Popular já tenha batido o martelo com a indicação de André de Paula para o Senado. "Isso é um assunto que está em discussão e não tem decisão ainda", afirmou.
CURTAS
CONDENAÇÃO - A Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) confirmou decisão monocrática do desembargador convocado Leopoldo de Arruda Raposo e manteve a condenação do ex-ministro José Dirceu e de outros réus no âmbito da operação Lava Jato.
O CAPITÃO - O colegiado analisou processo que apurou condutas ilícitas de empresas privadas – entre elas, a Engevix Engenharia –, agentes políticos, funcionários públicos e integrantes da Petrobras. O engraçado é que Dirceu era chamado de capitão do seu time por Lula e Lula é a alma mais honesta do planeta.
Perguntar não ofende: Com quem, afinal, ficará o PSD, de Gilberto Kassab, na disputa presidencial?
Fonte: Blog do Magno Martins.
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