Se não houver uma reviravolta de última hora, o deputado federal Danilo Cabral (PSB) será anunciado nos próximos dias candidato a governador da Frente Popular. Há dez dias, o governador Paulo Câmara deu a informação ao ex-presidente Lula. Língua solta, o petista se encarregou de imediato de vazar para o colunista Lauro Jardim, de O Globo, que já deu a escolha como certa, antecipadamente.
Mas circulou a informação, ontem, de que a viúva Renata Campos ainda não assimilou Danilo. Seu nome preferencial é o do também deputado federal Tadeu Alencar, pai do esposo da filha primogênita da ex-primeira-dama. Danilo, diferente de Tadeu, teria mais simpatia e aderência em todos os partidos da ampla frente que está no poder há 15 anos consecutivos.
Paulo Câmara queria Zé Neto, secretário de Governo, amigo do peito, mas encontrou resistências para bancar a indicação. Teve que engolir Danilo, com quem tem relação antiga de amizade, mas não a ponto de confiar cegamente, como se dá com Zé Neto. O anúncio só será feito, entretanto, depois que todos os presidentes estaduais da Frente forem consultados.
Dentre os que ainda faltam, o presidente estadual do Avante, Sebastião Oliveira, em férias no exterior. Sebá, que volta amanhã ao Brasil, é defensor ardoroso da candidatura de Zé Neto, mas deve se curvar se Danilo for objeto de uma aprovação consensual entre os demais líderes que integram a Frente Popular.
O informante – Lauro Jardim deu com tanta segurança a informação de que o candidato a governador seria Danilo Cabral que o mundo político do Estado se surpreendeu, até porque os principais expoentes do conjunto da Frente Popular ainda não haviam sido consultados pelo governador. Mas a fonte do colunista do Globo era segura: o ex-presidente Lula, que fora informado na véspera da decisão tomada por Paulo Câmara.
Senador petista – Quanto ao senador na chapa da Frente Popular, ninguém tem mais dúvidas de que caberá ao PT. Conforme esta coluna já noticiou, a indicação passará pelo crivo do senador Humberto Costa, que prefere o deputado federal Carlos Veras, que bate continência para ele nas 24 horas do dia que Deus dar. Veras está no primeiro mandato, tem raízes no Pajeú, sendo filho de Tabira, por onde ingressou na vida pública via movimento sindical.
Convite – Por falar em Humberto Costa, o senador fez convite, ontem, ao secretário responsável pela nota técnica do Ministério da Saúde com desinformação acerca das vacinas anti-convid-19. A nota foi assinada por Hélio Angotti, secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos da pasta. Humberto Costa é presidente da CDH (Comissão de Direitos Humanos) do Senado. Segundo ele, o auxiliar da Saúde apresentou uma nota “negacionista” em relação à vacinação. Por se tratar de uma comissão permanente, Angotti não pode ser convocado como em uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito).
Pressão do Rede – Em nota, o partido Rede no Estado, através de Sérgio Rodrigues de Paula, cobrou pressa ao PSB na escolha do candidato a governador. Segundo ele, a definição é crucial para garantir o andamento da negociação entre os dois partidos. Disse que apenas com o retorno dos políticos-técnicos na liderança do Estado – muitos deles se encontram no legislativo federal – o PSB poderá abrir caminhos para o futuro. "Esperamos, mas não podemos esperar muito, neste silêncio que grita, já há muito tempo, por um nome como candidato de uma frente democrática, garantidora dos direitos humanos e que tenha empatia pelas vidas das pessoas", diz a nota.
Aposta na televisão – Os pré-candidatos que hoje patinam nas pesquisas de intenção de voto terão uma poderosa ferramenta para se tornar nacionalmente conhecidos antes do período oficial de campanha. É que, com a volta da propaganda partidária de rádio e TV, a partir de março, as legendas vão usar os programas e inserções para ampliar a exposição de suas apostas eleitorais. Especialistas alertam, porém, que embora não seja proibida a participação de nomes que estarão nas urnas em outubro, transformar as inserções em promoção pessoal pode configurar propaganda antecipada e resultar em punições como multa e cassação de tempo. O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), recorrerá à vacinação contra a covid-19, por exemplo, para mostrar que foi ele quem primeiro trouxe o imunizante para o País.
CURTAS
TAMBÉM NA TV – Não é só Dória, no entanto, que vai usar as inserções para se apresentar aos eleitores. O Podemos do ex-juiz da Lava Jato Sérgio Moro e o PDT do ex-ministro Ciro Gomes confirmaram que os presidenciáveis também terão destaque nas propagandas. O PL, por sua vez, vai exibir o presidente Jair Bolsonaro, que é candidato à reeleição.
INSERÇÕES – As inserções podem ter duração de 30 segundos. O tempo de cada partido varia conforme o tamanho das bancadas eleitas para a Câmara, em 2018. Legendas com mais de 20 deputados eleitos têm 20 minutos semestrais. É o caso de quase todos os principais pré-candidatos, com exceção de Moro, uma vez que o Podemos elegeu 11 deputados e ficará com 10 minutos em cada semestre.
Perguntar não ofende: a poderosa Renata Campos vai virar o jogo em favor de Tadeu Alencar?
Fonte: Blog do Magno Martins.
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