segunda-feira, 2 de agosto de 2021

O fator Gilson Machado

 


Pré-candidatos a governador, os prefeitos de Petrolina, Miguel Coelho (MDB), de Caruaru, Raquel Lyra (PSDB), e de Jaboatão, Anderson Ferreira (PL), têm outra pedra no meio caminho para tentar um voo de brigadeiro rumo ao Palácio das Princesas em 22, além das dificuldades que apontei no comentário de sábado neste espaço: o candidato do arco de forças a ser apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro.

Como nenhum deles assume o desejo de ter Bolsonaro no palanque, o presidente certamente buscará em outro segmento o seu candidato. O nome dos sonhos dele é o do ministro do Turismo, Gilson Machado Neto. Na entrevista a este colunista, terça-feira passada, com exclusividade, diretamente do Palácio do Planalto, Bolsonaro chegou a citar o Senado como alternativa para o aliado pernambucano.

Há quem tenha interpretado como uma forma de despistar a sua verdadeira estratégia, de jogar Gilson Machado para o Governo do Estado. Se isso ocorrer, como se especula em Brasília, reduzem-se as chances de Raquel, Miguel e Anderson entrarem na disputa, num cenário em que a briga no plano nacional estará polarizada entre Bolsonaro e Lula.

Neste caso, a tendência do eleitor bolsonarista em Pernambuco é acompanhar o candidato do presidente e não uma aposta fora do seu campo. Na hipótese de sair candidata, Raquel Lyra, por exemplo, não se alinhará a Bolsonaro, mas ao candidato tucano ao Planalto, que deve sair da eleição prévia entre João Dória, Tasso Jereissati e Eduardo Leite.

Miguel e Anderson estão, na verdade, mais próximos a órbita que gira em direção ao Planalto, mas nunca declararam que querem o apoio de Bolsonaro, principalmente nos últimos três meses nos quais as pesquisas apontam um momento de dificuldades enfrentado pelo Governo e o próprio Bolsonaro. Saindo candidato a governador com o presidente em seu palanque, Gilson Machado transforma Raquel, Miguel ou Anderson em terceiras vias, e polariza a disputa com o candidato do PSB, que estará no mesmo palanque de Lula.

Raquel, Anderson e Miguel abrirão mão de ficar dois aos e oito meses no poder para entrarem numa bola divida como esta? De forma nenhuma, claro. A não ser que tenham vocação para suicídio politico precoce.

A vez do PP – Em 1976, o novo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, tinha apenas oito anos quando seu conterrâneo piauiense, o então deputado federal e presidente da Arena, Francelino Pereira, comemorou o resultado da legenda nas eleições municipais afirmando que ela se tornara “o maior partido do Ocidente”. Se, na época, o desempenho celebrado por Francelino (eleito por Minas) era impulsionado pelos métodos da ditadura militar, agora, 45 anos depois, é a vez de Nogueira tentar aproveitar o apoio do Planalto para liderar o projeto nacional do Progressistas (PP) de se tornar o maior partido do País. Descendente direto da Arena, o PP é presidido nacionalmente por Nogueira, que pretende aproveitar sua entrada num dos principais ministérios do governo de Jair Bolsonaro para deflagrar a estratégia expansionista do partido já nas próximas eleições. Sua posse será amanhã.

O mais votado – Prefeito de Serra Talhada por dois mandatos, responsável pela eleição da sucessora Márcia Conrado (PT), Luciano Duque (PT) tem um cenário bastante favorável pela frente para sair das urnas em 2022 como o deputado estadual mais votado nas eleições para a Assembleia Legislativa. Além da própria Serra, onde deve sair com mais de 20 mil votos, arregimentou o apoio de importantes lideranças da região, como o prefeito de São José do Belmonte, Romonilson Mariano, e a ex-prefeita de Calumbi, Sandra Magalhães (PT).

Boa notícia – A média de mortes por covid-19 nos sete dias até, ontem, foi de 989. É a primeira vez que esse indicador fica abaixo de 1.000 desde 20 de janeiro, quando a média foi de 981. Trata-se da média diária de mortes e casos nos sete últimos dias, incluindo a data. O indicador matiza eventuais variações abruptas, sobretudo nos fins de semana, quando há menos casos relatados. Nesses dias há menos funcionários nas secretarias estaduais de Saúde e no Ministério da Saúde para reportar e compilar os dados, respectivamente. A média diária de novos casos está em 35.332. É a menor desde 5 de janeiro, quando foi a 35.264.

Erro da CPI - O ministro Fábio Faria (Comunicação) acha um erro a CPI da Covid mirar em veículos de imprensa, como a Jovem Pan. Segundo ele, a rádio “desempenha um papel essencial para o País”. O senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da comissão, apresentou requerimento pedindo a quebra do sigilo bancário do grupo Jovem Pan, por ser “grande disseminador de fake news” sobre a pandemia de covid-19. “Precisamos de diversidade de ideologias e posições políticas, sem cerceamento, para garantir a liberdade de expressão e uma sociedade democrática”, escreveu o ministro em seu perfil no Twitter.

Direto da Pajeú – No Frente a Frente itinerante, longe dos estúdios do Recife, chegou, hoje, a oportunidade de ouvir os prefeitos do Sertão do Pajeú em relação aos primeiros seis meses de gestão, a redução do quadro da pandemia e o tratamento do Estado e da União aos municípios. Na mesa redonda, direto dos estúdios da Rádio Pajeú, em Afogados da Ingazeira, a partir das 18 horas, estarão cara a cara os prefeitos Sandro Palmeira (Afogados), Márcia Conrado (Serra Talhada) e Anchieta Patriota, de Carnaíba, terra de Zé Dantas, compositor e parceiro de Luiz Gonzaga.

CURTAS

Herdeiro jarbista – Jarbinhas, filho do senador Jarbas Vasconcelos, foi visto ao longo da semana passada no Sertão do Pajeú catando apoios para tentar viabilizar uma candidatura a deputado estadual. É a segunda experiência na política. A primeira, a disputa por um mandato na Câmara de Vereadores do Recife, não foi bem sucedida.

No São Francisco – O prefeito de Petrolina, Miguel Coelho (MDB), e a prefeita de Juazeiro (BA), Suzana Ramos (PSDB), serão convidados para o Frente a Frente itinerante do Sertão do São Francisco, na próxima quinta-feira, direto dos estúdios da Rádio Tropical, em Juazeiro, emissora integrante da Rede Nordeste de Rádio na Bahia, sob o comando do competente Flávio Ciro.

Perguntar não ofende: Distritão ou federação de partidos, qual regra para eleição proporcional deve ser aprovada pelo Congresso? 

Fonte: Blog do Magno Martins.


Nenhum comentário:

Postar um comentário