Na próxima semana, o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, vai receber a presidente nacional do PCdoB, Luciana Santos. A conversa pode ter a participação também do líder da bancada comunista na Câmara Federal, Renildo Calheiros. Em pauta, a adoção da federação para o pleito de 2022. Luciana e Renildo já trataram do tema com o líder dos pedetistas, Wolney Queiroz. Os dois defendem aprovação do mecanismo, caso a regra atual que veda coligações seja mantida, e expuseram isso ao dirigente do PDT-PE. Wolney, então, marcou de acompanhar os dois numa reunião com Lupi para apresentar a tese formalmente. Um diálogo prévio já havia ocorrido com o presidente nacional do PDT, que vê com simpatia essa tese, num movimento de abraçar a ideia do partido aliado. O PCdoB é a única legenda que vem se prununciando publicamente em defesa da federação. A alternativa pode ser determinante para a sobrevivência da sigla quase centenária - completou 99 anos este ano. Pelo mapa da eleição de 2018, o partido deve ter problemas com a cláusula de barreira. Em outras palavras, para ter acesso ao fundo partidário e ao tempo de rádio e de TV no ano que vem, o PCdoB terá que atingir, ao menos, 2 % dos votos válidos nas eleições para a Câmara dos Deputados, distribuídos em, pelo menos, nove estados, com um mínimo de 1% dos votos válidos em cada um. A federação pode ser uma alternativa diante da dificuldade de atingir esse limite legal, configurando uma maneira de evitar que o PCdoB seja empurrado para uma fusão, o que implicaria a extinção do partido.
A federação vem recebendo aceno, nos bastidores, de outras legendas, embora nenhuma delas tenham feito defesa aberta ainda. No Senado, ela já foi aprovada. "É uma coisa que tem que ir construindo, é bom ter como possibilidade, bom aprovar a possibilidade. Os partidos vão aderir à federação se quiserem. O que não pode é não fazer, passar o prazo e depois não ter como voltar atrás", argumenta Wolney Queiroz à coluna. A federação prevê uma unidade de ação entre os partidos no legislativo, com duração até o pleito seguinte e a construção nos estados pode obedecer ao cardápio nacional pré-definido. Com a regra atual, essa construção nacional pode ajudar algumas siglas a salvar mandatos de deputados federais em alguns estados. E Pernambuco é um deles. Ainda sobre o tema, Wolney Queiroz crava: "Você tem que aprovar a federação e usa se quiser". Para passar na Câmara, é preciso maioria simples.
Flerte do PDT com o PCdoB
Na avaliação de Wolney Queiroz, que preside o PDT-PE, o ideal na federação seria juntar dois partidos. "No máximo, três!", adverte ele. Motivo: "Se for juntar cinco ou seis, dificulta a unidade de ação!". Há de hever atuação conjunta no legislativo.
Contraponto > A crítica maior, detalha Wolney Queiroz à coluna, é de que a coligação é uma coisa "absolutamente desprovida de ideologia e de que o critério é só eleger pessoas e pronto". O veto às coligações visa, assim, a redução do número de partidos e a adoção da federação pode ser uma fase transitória.
Me dê motivo > Nas contas de deputados que fazem as projeções para 2022 para aferir quais deputados de Pernambuco devem ser eleitos, Wolney é o nome que vem sendo considerado na cota do PDT. Isso porque Túlio Gadêlha está de malas prontase já não esconde conversas com outros partidos para deixar a sigla.
Por partes > Se a federação vier a ser aprovada, para o PDT e para o PCdoB, talvez, interesse que só os dois estejam numa composição, uma vez que os pedetistas trabalham a candidatura de Ciro Gomes e o PT tem Lula no páreo. Mas a aprovação, por si só, já não será fácil. Arrumar o resto deve ficar para um 2º tempo.
Fonte :Folha de PE.
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