sexta-feira, 7 de maio de 2021

Sileno puxa freio de arrumação e desautoriza defensores de Zé Neto

 

Depois de várias lideranças da Frente Popular irem a público, em um movimento que pareceu combinado, defender uma candidatura a governador do secretário estadual da Casa Civil, Zé Neto, foi preciso o presidente estadual do PSB, Sileno Guedes, quebrar o silêncio e desautorizar os que advogam pelo nome do melhor amigo do governador Paulo Câmara. O socialista puxou o freio de arrumação e deu o recado bem claro aos insatisfeitos da base aliada: não é hora de debater eventuais candidaturas.

Em entrevista à Rádio Jornal, Sileno Guedes, que tem propensão ao ex-prefeito do Recife, Geraldo Júlio, tido como o candidato preferencial do partido, foi categórico. “A gente tem muita responsabilidade. Somos o partido com a maior bancada federal, estadual, com maior número de prefeitos, de vereadores, com governador e prefeito de capital. E a gente tem muita responsabilidade e muito trabalho para colocar nossa energia. Não dá para ficar batendo papo de eleição no ano que a população está vivendo tudo isso. A população não está preocupada em saber se candidato do PSB, se prefeito A ou prefeita B vai ser candidato”, cravou.

A fala do presidente do PSB, com certeza, teve as bençãos de Geraldo e a autorização do atual gestor do Recife, João Campos. Segundo o dirigente partidário, o momento, agora, é de discutir alternativas para os problemas sanitários e econômicos vivenciados pela população pernambucana e brasileira. “O povo está preocupado em saber quando vai sair de casa, arrumar um emprego. Em não correr risco de perder seu ente com o vírus da Covid-19”, pontuou.

O posicionamento veio depois de lideranças do bloco das mais diversas colorações partidárias darem voz a uma suposta preferência por Zé Neto encabeçando a chapa de 2022. O curioso é que em nenhum momento o secretário da Casa Civil falou sobre o tema, nem confirmando, nem negando. A postura é a mesma que Paulo Câmara adotou sempre que seu nome era posto como sucessor de Eduardo Campos.

CASAMENTO – Na entrevista à Rádio Jornal, o presidente do PSB de Pernambuco, Sileno Guedes, também falou do namoro (de novo) entre socialistas e petistas. “O PSB e o PT não podem se furtar em discutir essa avaliação nacional. Se isso vai gerar aliança lá na frente, que se gere aliança. Se não vai gerar aliança eleitoral, não tem problema. O que nos une agora é buscar soluções para o Brasil. Esse é o momento político que o Brasil está passando e o PSB não vai se furtar em sentar para discutir, inclusive com PT”, ressaltou Sileno, que parece integrar o time pró-união com o PT, de onde fazem parte Geraldo Júlio e Paulo Câmara. Já João Campos é contra.

REBELDE – Apesar das declarações de Sileno Guedes, presidente estadual do PSB, desautorizando que se fale em política, o deputado estadual socialista Diogo Moraes não deixou de afirmar ontem que o secretário estadual da Casa Civil, Zé Neto, tem todas as “credenciais para ser o candidato da Frente Popular” no ano que vem. E que “o partido ainda não decidiu o nome do sucessor de Paulo Câmara”. As declarações, lógico, são pano de fundo de todo um contexto interno do bloco aliado, que comanda a política em Pernambuco desde 2007.

APOIO – Em reunião da tarde de ontem, o presidente estadual do PP, Eduardo da Fonte, ao lado do deputado estadual Clóvis Paiva, selou apoio do partido ao prefeito do Cabo de Santo Agostinho, Keko do Armazém. A aliança fortalece ainda mais o grupo do atual gestor, que, na última semana, já havia conquistado apoio de vereadores que integravam a base do ex-prefeito Lula Cabral. O PP conta com três vereadores, que estavam presentes no anúncio: Jobinho, Sueleide de Amaro e Binho de Roque. O movimento enfraquece ainda mais o palanque de Lula Cabral.

CONDENAÇÃO – O juiz eleitoral da 80ª zona eleitoral, da cidade de Bodocó, Reinaldo Paixão Bezerra Junior, condenou o prefeito de Granito, João Bosco Lacerda, ao pagamento de multa no valor de 20.000 UFIRs (Unidade Fiscal de Referência), por descumprimento da vedação contida no art. 73, V, da Lei nº 9.504/97; e determinou que o Ministério Público Eleitoral apure a prática de crime eleitoral e eventual ato de improbidade administrativa. O magistrado reconheceu na Ação de Investigação Eleitoral que o prefeito cometeu irregularidades na gestão no tocante à contração de pelo menos 34 pessoa.

O povo quer saber: o que Zé Neto está achando de tanta gente defendendo seu nome para governador de Pernambuco?

Fonte : FalaPE.

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