sexta-feira, 7 de maio de 2021

Luciana Santos acredita que frente ampla contra Bolsonaro é solução para 2022

 

 (Foto: Paulo Paiva / DP Foto)
Foto: Paulo Paiva / DP Foto
A pouco mais de um ano da eleição que definirá o próximo presidente do Brasil, a vice-governadora e presidente nacional do PCdoB, Luciana Santos, em entrevista à Rádio Clube AM 720, ontem, ao ser questionada sobre uma eventual candidatura do ex-presidente Lula em 2022 e as possibilidades de aliança do PT com o PSB,  destacou a importância em fortalecer uma frente contra o bolsonarismo e citou o exemplo que ocorreu na Argentina durante as eleições de 2019, onde Cristina Kirchner optou por concorrer como vice-presidenta na chapa com Alberto Fernández para derrotar Mauricio Macri, fazendo uma analogia com a atual situação do Brasil, dando a entender que esse poderia ser um caminho também adotado por Lula. "Achamos que é preciso constituir uma frente ampla para vencer as eleições", destacou. A comunista também mencionou o trabalho que vem sendo desenvolvido pelo governo do estado durante o período de pandemia que tem posto em xeque todos os setores da sociedade. "Eu sou muito otimista, acho que a gente tem feito mais que o dever de casa", analisou. Outros assuntos como a saída do deputado estadual João Paulo do PCdoB, pandemia, governo Bolsonaro também foram temas abordados durante a entrevista.


João Paulo
O próprio deputado João Paulo, nos embientes onde passou, falou de forma correta, acolhedora, que o nosso partido (PCdoB) tratou a presença dele. Mas ele, de fato, tem laços muito profícuos com o PT, foi um dos fundadores do partido dos trabalhadores aqui. (Sua saída) não foi por mal trato, foi talvez um retorno a sua origem de militância. Ainda estamos dialogando sobre o assunto.

Flávio Dino e PSB
O nosso governador Flávio Dino vem discutindo no partido e até mesmo dando essa opinião publicamente de que ele acha que em função dessa situação da legislação, que consideramos autoritária, que é a dos votos mínimos para representação do parlamento de 2%, fora o fim da coligação na proporcional, nós já não alcaçamos a cláusula no ano de 2018. Mas a legislação ela impõe regras que na prática ao contrário de fortalecer os partidos mais pragramáticos ideológicos eles enfraquecem. Então, a alternativa que Flávio defendeu abertamente foi a fusão que é o que existe na Lei Eleitoral hoje e a fusao que ele defende é com o PSB e certamente por isso o Carlos Siqueira faz esse convite público a ele. Nós estamos debatendo com o governador Flávio Dino nossas perspectivas e alternativas. A princípio nosso governador se coloca como candidato a senador no Maranhão e nós estamos ajudando nesse acesso da sua sucessão para que ela seja exitosa e para que a gente possa reeleger os dois deputados federais que o Maranhão elegeu em 2018.

2022
Historicamente, eu sempre joguei na posição que fosse melhor para o conjunto das nossas forças políticas, eu sempre me movi pelos projetos coletivos, seja do meu próprio partido ou das forças políticas que a gente pertence. Eu penso que o que nos move nesse momento é a necessidade de a gente reverter esa agenda que pra nós é uma agenda de retrocessos do país sob o comando do presidente Bolsonaro. É preciso construir um processo de composição do nosso campo, não apenas da esquerda, mas até da centro-esquerda também, na perspectiva de retomar um projeto nacional desenvolvimentista. A solução para Pernambuco passa muito pelas alternativas e pelos processos que se dão em nível nacional, portanto, vou jogar na posição que seja melhor pra essa solução. Acredito que é o pensamento que move o governador Paulo Camara para que a gente aprofunde o processo de mudananças de um ciclo político que é muito vitorioso da experiência da Frente Popular de Pernambuco e corrobore com uma solução nacional que possa vencer esse conjunto de forças que hoje governa o Brasil.

PSB e PT
O PCdoB é o partido que talvez possa falar isso com maior tranquilidade, porque nós nunca rompemos nem com PT nem com PSB, nós sempre compreendemos a necessidade de conformação de frentes amplas, esse é um histórico que Pernambuco exercitou desde o tempo de Arraes passando por Pelópidas Silveira, tantas frentes populares que encarnam um projeto democratico, inclusivo, avançado de eficiência de respostas importantes para a população de pernambuco. Acho que esse é o grande legado que a gente carregou e carrega até hoje. Eu penso que o PT, PSB, PDT e até outros partidos que, historicamente, se compõem conosco são aqueles exatamente que têm mais afinidades e às vezes por uma circunstância pontual de lideranças politicas importantes acaba se separando determinados momentos, mas o nosso papel sempre foi ajudar a coesionar. 

Lula
O próprio presidente Lula não tem se colocado como candidato, o que eu acho correto. A política é a arte do possivel, então eu penso mais do que nunca se a gente pudesse fugir da polarização seria o melhor camiho para o Brasil. No plano da política, se pudesse escolher, escolheria o caminho que a Cristina Kirchner fez na Argentina, de maneira inconteste ela era a principal liderança politica do país, no entanto ela compreendeu que ali era preciso jogar numa posição de ampliar uma frente, então ela fez a opção de ser vice na chapa com Alberto Fernandez. Eu penso, por exemplo, que Jair Bolsonaro jamais foi o candidato de status quo no Brasil, o candidato era Geraldo Alckmim, por varias circunstância ele terminou virando alternativa desse próprio status quo. Então, muitas vezes, você deseja um caminho, mas é preciso encontrar aquela liderança política que minimamente galvanize e tenha empatia e tenha força eleitoral, então essa combinação é que não está fácil. O próprio presidente Lula tem se colocado aberto, ele fala num caminho tático de construção de frente ampla que é o que a gente tem defendido que o nosso partido o PCdoB tem defendido como necessidade. Nós somos um país plural e nós precisamos expressar um conjunto de forças políticas para alem do nosso expectro politico e nos temos na pratica desde 1989 desde a primeira candidatura de Lula temos uma aliança básica com o PT. Fazemos parte desse grande legado construído no Brasil. Achamos que é preciso constituir frente ampla para vencer as eleições.

Fonte:or: Elizabeth Souza.

 Diário de PE.


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