segunda-feira, 10 de maio de 2021

Fernando Santos: vítima da inveja

 

Fernando Santos: vítima da inveja

Vários escritores já definiram o Recife como capital da inveja. Na verdade, porque aqui, se um homem é bonito logo chamam de gay, se tem sucesso foi por trambique, se ficou rico praticou desonestidade, dentre tantas outras situações similares. Quem agora está sendo vítima de ataques assombrosos é o mega empresário Fernando Santos, do Grupo João Santos.

Sempre uma pessoa hiper discreta, vivendo com máxima reserva, agora recebe a investida de 240 policiais federais. Isso tudo tem a ver com a cobiça de parentes que não aceitam a liderança inconteste de Fernando dentro e fora do grupo João Santos. Mesmo sendo altamente generoso com as irmãs e sobrinhos, Fernando sofreu ataques os mais brutais, até resultar na operação gigantesca da Polícia Federal.

Isso resultado de denúncias feitas pelos próprios parentes, como em 14 de setembro de 2018 foi revelado pelo jornal Valor Econômico. Mesmo vivendo de maneira muito reservada, Fernando criou vínculos poderosos com praticamente todos os políticos pernambucanos, a exemplo da amizade profunda com Carlos Wilson Campos, Ricardo Fiuza, Marco Maciel, Joaquim Francisco, Jarbas Vasconcelos e especialmente Eduardo Campos, a quem ajudou de forma extrema nos momentos mais difíceis do ex-governador.

Quem conhece Fernando de perto diz que ele procurou agregar todos, especialmente da família, embora seja absolutamente implacável com traições e desonestidades. Considera o irmão José Bernardino a pessoa mais correta e amável que encontrou em toda a sua vida, sendo o principal sócio e companheiro de trabalho. Com a chegada de nova geração de sobrinhos, sobretudo filhos das irmãs, começou a se gerar as mais violentas acusações contra o tio que antes viabilizava mesadas astronômicas para toda a família.

Foi tanta inveja por conta do poder de Fernando que se criou uma verdadeira guerra fratricida, cuja operação gigante da Polícia Federal é apenas uma das pontas de um gigante iceberg de ódio e inveja.

AUXÍLIO PRÓPRIO – Fica claro no processo em curso que tudo foi preparado pelos familiares de Fernando Santos, a exemplo dessa parte:“ Expedição de ofício ao Juízo da 3ª Vara de Sucessões e Registros Públicos da Capital - Comarca de Recife/PE, competente pelos autos do processo 0114180-66.2009.8.17.0001, Inventário de JOÃO PEREIRA DOS SANTOS, falecido em 16/04/2009, solicitando o sequestro do quinhão referente aos herdeiros investigados e ora representados, caso não localizados outros bens, até o limite do dano ao erário mais adiante especificado, na medida em que estes não possuem esses bens declarados em seus nomes porque permanecem registrados em nome do espólio de JOÃO PEREIRA DOS SANTOS e não foram repassados para a família, muito embora estando na efetiva posse dos herdeiros” . Ou seja, toda a investigação detalhada pela Polícia Federal foi montada para atingir Fernando Santos e no final beneficiar aqueles familiares que o denunciaram, mesmo que ao custo da completa derrocada de todo o grupo. Traduzindo num português claro: vingança, vingança, vingança.

PROCESSOS – Abaixo algumas passagens do "PROCESSO Nº: 0815911-71.2020.4.05.8300 - PEDIDO DE BUSCA E APREENSÃO CRIMINAL REQUERENTE: POLÍCIA FEDERAL DE PERNAMBUCO e outro ACUSADO: GRUPO JOÃO SANTOS E OUTROS 4ª VARA FEDERAL - PE (JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO) DECISÃO Busca e apreensão - bloqueio/sequestro/arresto/indisponibilidade - compartilhamento de provas". Acusações contra Fernando: “crimes de apropriação indébita tributária (art. 168-A do CP) e sonegação fiscal[a] (arts. 1º e 2º da Lei n. 81.37/90), lavagem de dinheiro[b] (art. 1º da Lei n. 9.613/1998), fraudes a execuções trabalhistas[c] (art. 179 do Código Penal), tudo isso de forma estruturada e com divisão de tarefas[d] (organização criminosa - art. 2º da Lei n. 12.850/13), além de delitos de frustração de direito assegurado por lei trabalhista[e] (art. 203 do Código Penal), operação de instituição financeira sem licença[f] (art. 16 da Lei n. 7.492/86) e evasão de divisas[g] (art. 22 da Lei 7.492/86)”.

INTERESSES PESSOAIS – “FERNANDO JOÃO e JOSÉ BERNARDINO, do Grupo JOÃO SANTOS, atenderam aos interesses pessoais de ambos e de seus familiares, ignorando seus credores, tanto que, de 2007 a 2016, perceberam das empresas do grupo, a título de pró-labore, montante superior a R$ 255,5 milhões, sem o recolhimento do imposto de renda devido”. A empresa ITAPLANOS - CONSULTORIA E PLANEJAMENTOS LTDA, que possui como sócios JOSE BERNARDINO PEREIRA DOS SANTOS, seu filho JOSE BERNARDINO PEREIRA DOS SANTOS FILHO, FERNANDO JOAO PEREIRA DOS SANTOS e sua enteada ANA PATRICIA BAPTISTA RABELO PEREIRA DOS SANTOS - foi outro exemplo de empresa paralela criada para escoar os recursos das empresas do Grupo João Santos.

NOTAS SIMULADAS – Considerando sua atividade principal de consultoria, foi observado que todos os valores recebidos durante o período de análise, movimentados por ela a crédito no montante de R$ 31.857.947,19, eram provenientes de empresas do Grupo João Santos. A natureza subjetiva da prestação de serviços facilitava para que fossem emitidas notas fiscais simuladas com o fito de justificar todo o fluxo de recursos. Uma vez recebidos os valores, uma das formas de escoamento se dava através da conta bancária da secretária de FERNANDO SANTOS, a senhora MARIA DE FATIMA FERREIRA DE LIMA, da qual FERNANDO figurava como procurador."

CIPOAL DE CNPJS – "Os sócios proprietários estabelecem diversas pessoas jurídicas e estas com diversas filiais. Comumente o CNPJ constante da representação policial é o da matriz da pessoa jurídica investigada, bem como o CPF dos sócios. Com o prosseguimento das investigações, constatamos que contas de pessoas físicas e jurídicas para onde corre o rio de dinheiro são muitas vezes representadas por pessoas ligadas aos sócios, como os funcionários, parentes e amigos. Várias contas não são enviadas à análise por não estarem titularizadas pelos investigados e sim por funcionários colaboradores dos ilícitos. As contas bancárias movimentam BILHÕES".

CURTAS

PATRIMÔNIO – Informação de Polícia Judiciária nº 015/2020-SIP/SR/PE diz que a equipe de policiais federais realizou o levantamento patrimonial (imóveis, veículos, embarcações, aeronaves, valores mobiliários e recursos em espécie) declarados pelas pessoas físicas e jurídicas apuradas, mediante consulta de bancos de dados disponíveis, além das informações pela Receita Federal do Brasil (RFB) e pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF), tendo identificado um patrimônio estimado em R$ 4.697.965.000,00 (quatro bilhões, seiscentos e noventa e sete milhões, novecentos e sessenta e cinco mil reais)".

HISTÓRIA – Na coluna de amanhã, darei prosseguimento a este capítulo triste envolvendo um dos maiores grupos empresariais do País, fruto da obstinação do empreendedor João Santos, que saiu de Serra Talhada para se firmar como gente neste País desigual. Mergulhei na sua trajetória de vida e descobri que o velho João Santos, que chegou a competir no cimento com José Ermírio de Moraes, também pernambucano, já emprestou seu talento a Delmiro Gouveia, uma lenda brasileira.

Perguntar não ofende: Quais desdobramentos se darão no Grupo João Santos depois da operação da Polícia Federal?

Fonte: Blog do Magno Martins.

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